quarta-feira, 27 de julho de 2016

XXV – Desencontro de Melanchton e Lutero

    Para podermos entender o desencontro destes dois lutadores pela Reforma luterana, precisamos lembrar alguns fatos.
    Melanchton era humanista, Lutero pastor. Os dois tinham, portanto, dois modos de pensar.
    Quando Lutero publicou as 95 teses, Melanchton, como jovem professor na Universidade, criticou as mesmas. No decorrer dos dias, os dois tornaram se amigos e Melanchton abraçou a causa da Reforma.  Lutero qualificou essa amizade assim: “Uma amizade mais chegada que de irmãos”. Lutero reconheceu em Melanchton o conhecedor de línguas.
     Eles eram diferentes no caráter. Lutero escreveu a respeito: “Eu sou rumoroso e agitado. Preciso guerrear contra quadrilhas e diabos. Preciso remover torras, pedras, espinhos, ervas daninhas e abrir caminhos. Mas o mestre Filipe vem atrás, silenciosamente, semeando e regando com disposição e alegria, conforme os muitos dons que Deus lhe deu. Gosto de submeter-me a ele. Não quero louvá-lo, pois, ele é uma criatura de Deus, nada mais. Mas eu o honro dentro da obra de Deus. “ (Sämtliche Schrifeten Luthers, Walch, vol xiv, pág. 456)
     Melanchton foi estimado professor e diretor da Universidade de Wittenberg,  (Praeceptor Germaniae). Na busca pela unidade da igreja predominou seu espírito humanista. Ele deixou transparecer essa imprecisão na doutrina do “livre arbítrio” e da “presença real na santa ceia”. Na busca pela unidade, ele viajou a mais de 176 lugares na Europa e escreveu mais de 9.500 cartas, espalhadas por mais de 20 países europeus.  

A cisão
     Na disputa com Zwinglio, em Marbach, 1529, Martin Bucer (1491-1551) esteve presente e se encontrou com Lutero. Na ocasião Lutero lhe disse: “Tu és um jovem muito afoito”. Bucer também esteve presente na Dieta de Augsburgo, mas não a assinou, por discordar dela.
     Várias foram as reuniões de diversos líderes em busca da união. Bucer aproximou-se de Melanchton. Em Kassel prepararam a reunião de Wittenberg. Ali Bucer convenceu Melanchton a aceitar um caminho do meio com relação à presença real. A reunião para a Concórdia deveria se realizar em Eisenach. Lutero adoeceu, os componentes concordaram em ir ao encontro de Lutero e realizar a reunião em Wittenberg. Ela aconteceu em 26 de maio de 1536. Melanchton foi até a cama de Lutero e perguntou se ele concordava em substituir a palavra “com” pela palavra “em” Lutero respondeu: Se for no nosso sentido, tudo bem. A “Concórdia” foi assinada. Ela não durou, pois os outros a assinaram no sentido deles. E o primeiro a externá-lo foi Bucer.
    Quatro anos depois, Melanchton, na reedição da Confissão de Augsburgo em latim, modificou o artigo X da Confissão de Augsburgo (esta passou a ser chamada a “Variata”). Onde constava, texto latino: “De coena Domini docent, quod corpus et sanguis Christi vere adsint et distribuantor vescentibus in (alteração: cum) coena Domini; et improband secus docentes”. Texto alemão: “Vom Abendmahl des Herrn wird also gelehrt, dass wahrer Leib und Blut Christi wahrhaftiglich unter der Gestalt des Brotes und Weins im (alteração: mit) Abendmahl gegenwärtig sei und da ausgeteilt und genommen wird. Derhalben wird auch die Gegenlehre verworfen.” Texto português: “Da ceia do Senhor se ensina que o verdadeiro corpo e o verdadeiro sangue de Cristo estão verdadeiramente presentes na (alteração: com) ceia, sob a espécie do pão e do vinho e são nela distribuídos e recebidos. Por isso também se rejeita a doutrina contrária. ” Isto é: O corpo e o sangue de Cristo são dados na Santa Ceia em vez de “estão presentes na Santa Ceia, quer alguém o creia ou não.  Com esta alteração, o recebimento do corpo e sangue de Cristo estão ligados à fé do comungante e não às palavras de Cristo na instituição. “In pane, por cum pane”, palavras semelhantes, mas com sentido diferente. Afinal, o que recebemos na Santa Ceia. ” Lutero, no entanto, tinha confiança em Melanchton.

Köln
    Veio o incidente de Köln. O arcebispo Hermann von Wied convidou Bucer e Melanchton em 1543 para introduzir a Reforma em Köln. Lutero estimulou Melanchton a ir e participar da introdução da Reforma. Havia duas propostas na mesa. Uma elaborada pelo Presidente do Dom, sr. Kaspar Grupper e outra por Bucer, intitulada “Enfältiges Bedenken” (Considerações simples). Melanchton completou a proposta de Bucer com vários outros artigos, mas deixou o artigo sobre a Santa Ceia como redigido por Bucer. Neles constava que a Santa Ceia era “communicatio corporis et sanguinis Christi, quae nobis cum pane et vino exhibetur. ” (A Santa Ceia é a comunicação do corpo e sangue de Cristo que são nos exibidos com pão e vinho). Melanchton estava bem ciente de que estas palavras jamais receberiam o endosso de Lutero, mesmo assim as aceitou.
     Tendo voltado a Wittenberg, Melanchton prestou um relatório oral a Lutero e disse que foi tudo bem. Lutero confiou em Melanchton e nem pediu o relatório por escrito. Um ano depois, Nikolaus von Amsdorf recebeu o texto do Eleitor Johann Friedrich para que o examinasse. Ele ficou assustado com o que leu e o enviou a Lutero. Devido ao muito trabalho, Lutero não o leu logo. Quando o leu ficou profundamente chocado. A confiança em Melanchton quebrou. Em determinado momento em que Melanchton trouxe a Lutero a boa notícia de que o amigo deles N. Baumgarten foi libertado, Lutero desandou em cima de Bucer. Ele não mencionou Melanchton, mas este sentiu e sabia que toda essa fúria de Lutero contra Bucer valia a ele, Melanchton. Ele ficou atordoado.
     Seguiram-se meses em que os dois não se falassem nem cumprimentassem. Ambos falaram, cada qual a seus amigos mais próximos que queriam abandonar Wittenberg. Lutero disse, chega: Quero voltar para Eisleben, sua cidade natal. Melanchton também disse a seus amigos que queria abandonar a Universidade. Os amigos ficaram preocupados. O Eleitor temeu pela Universidade, os amigos de Lutero temeram pela Reforma. Muitos falaram com os dois. Mas estava difícil. Lutero foi com outros e também Melanchton, de carroça para algumas conferências. Na viagem praticamente não se falaram, só o administrativo essencial.
    Mesmo assim, devido o respeito mútuo, os dois não deixaram que esse desentendimento viesse bem a público. Por isso, em questões públicas comuns os dois se mostravam cordiais, como se nada tivesse acontecido. Mantiveram também uma farta correspondência a respeito de problemas da Reforma.
     Na ultima viagem a Eisleben, para serenar uma disputa entre os condes de Mansfeldt, Melanchton ficou em casa. Ele mandou uma carta a Lutero, datada no dia da morte de Lutero, na qual escreve: “Digníssimo Doutor e querido Pai! Eu quero lhe agradecer pelas muitas e carinhosas cartas que me escreveu. “ Melanchton estava consciente do tom de reconciliação que Lutero lhe mostrava. Mas, Melanchton não mudou sua opinião com respeito à “Presença Real” na Santa Ceia.        
                                                                                            São Leopoldo, 2015
                                                                                         Horst R Kuchenbecker

Fonte: DIESTELMANN, Jürgen. Luther oder Melnachton? Berlin: Pro BUSINESS, 2014.


XXVI- Catecismos: A Doutrina da Santa Ceia e suas  
            interpretações
     Ao longo dos tempos houve diversos encontros e debates buscando uma formulação capaz de reunir luteranos e reformados. Os diversos Catecismo e as diversas formulações o confirmam. Importa, no entanto, permanecer na verdade. Aqui colocamos as principais tentativas e formulações para compreendermos as artimanhas e Satanás.
21.1 – A doutrina luterana confessional
- Cat. de Lutero
Que é a Santa Ceia?
    É o verdadeiro corpo e sangue de nosso Senhor Jesus Cristo, para ser comido e bebido, sob o pão e o vinho, por nós cristãos, como Cristo mesmo o instituiu... (Mt 26.26-28; Mc 14.23-24; Lc 22.19,20; 1 Co 11.23-25.

Como pode o ato físico do comer e beber efetuar tão grandes coisas?
     O comer e o beber, em verdade, não as podem efetuar, mas sim a palavras: “Dado e derramado em favor de vós para remissão dos pecados. Estas palavras, juntamente com o comer e o beber, são a coisa principal no sacramento. E o que crê nestas palavras, tem o que elas dizem e expressam, a saber, remissão dos pecados.

O que nos dizem estas palavras?
     Na Santa Ceia Cristo dá a cada comungante para confirmação da remissão dos seus pecados aquele mesmo corpo e sangue com que adquiriu a remissão dos pecados sobre a cruz.

Por que ainda se cogita neste sacramento da verdadeira dignidade?
     São Paulo admoesta expressamente: Examine-se, pois, o homem a si mesmo, e assim coma do pão e beba do cálice; pois quem come e bebe, sem discernir o corpo, come e bebe juízo para si (1 Co 11.28,29).

21.2 - Cat. De Heidelberg
P.79. - Por que, então, Cristo chama o pão de “Seu corpo” e o cálice de “Seu sangue”, ou de a “nova aliança no Seu sangue”, e por que Paulo fala da comunhão do corpo e do sangue de Cristo?
R. Cristo fala dessa maneira por um motivo importante: Ele quer nos ensinar pela Sua ceia que do mesmo modo como o pão e o vinho nos sustentam a vida temporal, assim também o Seu corpo crucificado e o Seu sangue derramado são o verdadeiro alimento e a verdadeira bebida das nossas almas para a vida eterna. E, ainda mais, Ele nos quer assegurar por esse sinal e garantia visíveis, primeiramente, que pela operação do Espírito Santo nós participamos do Seu verdadeiro corpo e sangue tão certo quanto recebemos com a nossa boca esses santos sinais em memória dEle; e em segundo lugar, que todo o Seu sofrimento e obediência são tão certamente nossos como se nós mesmos tivéssemos sofrido e pago pelos nossos pecados. Jo 6.51, 55. 2. 1Co 10.16, 17; 11.26. 3. Rm 6.5-11. Dia do Senhor 30

21.3 - Confissão de Augsburgo Variata (alterada)
Textos latinos:
CA – De coena Domini docent, ²quod corpus et sanguis Christi vere ¹adsint et ³distribuantur vescentibus in coena Domini; et improbant secus docentes.
improbant secus docentes.
Trad.:  Da ceia do Senhor se ensina que o verdadeiro corpo e o verdadeiro sangue de Cristo estão verdadeiramente presentes na ceia sob a espécie do pão e do vinho e são nela distribuídos e recebidos. Por isso também se rejeita doutrina contrária.
CA variata (alterada)
De coena Domini docent ²quod cum pane et vino ¹vere exhibeantur corpus et sanguis Christi ³vescentibus in coena Domini.  (alterações em destaque)
Trad.:  Da ceia do Senhor ensinam que com o pão e o vinho o corpo e o sangue de Cristo são oferecidos aos que comem na Ceia do Senhor.
Observe as diferenças enumerada no texto latino.
Observações:
- De primeira vista, Lutero não fez objeções à Variata, mas advertiu Melanchton e lhe disse: “Estimado Dr. Filipe! Este documento não é seu, é da Igreja. ”
-  Em 1539 Melanchton tinha uma encontro com Calvino. Em 1540 Melanchton altera a Confissão de Augsburgo para abrir as portas ao calvinismo. – Agora os calvinistas podiam aceitar e participar, pois o poder da Santa Ceia não está mais na consagração, mas no aceitá-lo em fé. Esta é a grande diferença até hoje: O que faz a Santa Ceia? A consagração ou a fé da pessoa?
21.4 - Concórdia de Leuenberg – 1973
“Da Santa Ceia do Senhor” 
“Na Ceia do Senhor, Jesus Cristo ressuscitado comunica-se a Si mesmo, no corpo e no sangue, oferecidos por todos, através da promessa da palavra, com o pão e o vinho. Assim, sem reservas, dá-se a todos que recebem o pão e o vinho, na fé, recebe-se a Ceia do Senhor, para a salvação, na incredulidade para juízo. ”
    A pergunta é: Afinal, o que recebemos na Santa Ceia? Pois se não recebemos o verdadeiro corpo e sangue de Cristo, nascido da virgem Maria, dado e derramado por nós na cruz, recebemos o quê? A resposta a esta pergunta não ficou claro nesta formulação.
     O outro ponto é: o que faz a Santa Ceia ser Santa Ceia? É a fé e não a consagração. – O documento foi assinada por luteranos e reformados.
21.5 - Confissão de Fé de Westminster
VII. Os que comungam dignamente, participando exteriormente dos elementos visíveis deste sacramento, também recebem intimamente, pela fé, a Cristo Crucificado e todos os benefícios da sua morte, e nele se alimentam, não carnal ou corporalmente, mas real, verdadeira e espiritualmente, não estando o corpo e o sangue de Cristo, corporal ou carnalmente nos elementos pão e vinho, nem com eles ou sob eles, mas espiritual e realmente presentes à fé dos crentes nessa ordenança, como estão os próprios elementos aos seus sentidos corporais.
I Cor. 11:28, e 10:16.
VIII. Ainda que os ignorantes e os ímpios recebam os elementos visíveis deste sacramento, não recebem a coisa por eles significada, mas, pela sua indigna participação, tornam-se réus do corpo e do sangue do Senhor para a sua própria condenação; portanto eles como são indignos de gozar comunhão com o Senhor, são também indignos da sua mesa, e não podem, sem grande pecado contra Cristo, participar destes santos mistérios nem a eles ser admitidos, enquanto permanecerem nesse estado.
I Cor. 11:27, 29, e 10:21; II Cor. 6:14-16; I Cor. 5:6-7, 13; II Tess. 3:6, 14-15; Mat. 7:6.
Conclusão – Houve e sem dúvida ainda haverá, ao longo dos tempos, muitos outros esforços para encontrar uma formulação que possa unir luteranos e reformados. Cabe-nos cuidar para não sermos enganado. A pergunta deve permanecer: O que recebemos na santa ceia, quer dignos ou indignos (por falta de conhecimento, verdadeiro arrependimento ou incredulidade)? E a reposta dever ser clara sem subterfúgios: o verdadeiro corpo e sangue de Cristo em, com e sob o pão e o vinho, para consolo ou para juízo.

Conclusão
     Se contemplarmos hoje a história do luteranismo no mundo com a pergunta: Quem venceu: Lutero ou Melanchton? Há uma só resposta: O pensamento errado de Melanchton venceu. Pois, somente um pequeno grupo, hoje (na maioria das vezes) em comunhão com o Sínodo Evg. Luterano de Missouri, a LCMS, mantém a doutrina de Lutero de que “em, com o sob o pão e o vinho recebemos o verdadeiro corpo e sangue de Cristo, dado e derramado por nós. ” Os demais evangélicos e luteranos que não subscrevem o Livro de Concórdia, negam esta realidade e falam em “simbolismo” ou “presença espiritual” de Cristo, etc.
     Cabe-nos permanecer fiéis às verdades bíblicas expressa de forma clara em nosso Catecismo Menor e nas demais confissões luteranas, reunidas no Livro de Concórdia de 1580.                                                                         São Leopoldo, setembro de2015
                                                                                                  Horst R. Kuchenbecker


XXVII -
Comunhão de púlpito e altar - Estudo
     É vontade de Deus que todos os crentes estejam filiados a uma congregação local, exceto em circunstâncias especiais. Os hipócritas, mesmo sendo membros de uma comunidade local, não são membros da Igreja universal, a igreja invisível, a família de Deus. Isto somente Deus pode julga. Nós temos que nos orientar pela confissão de uma pessoa, se essa é sincera ou não, cabe a Deus julgar. 
     Os crentes que vivem num lugar devem erguer em seu meio o santo ministério e designar alguém, para que seja seu pastor, para lhes ensinar a palavra de Deus, em sua pureza e com clareza, e administrar os sacramentos, com instituídos por Deus. Repreender irmãos faltosos e exercer a disciplina cristã (Cf.: Dogmática Cristã, pg.517ss.). Para preparar pessoas ao ministério a igreja mantém, desde longa data Seminários, para a formação de pastores. Em nosso Regimento Interna consta o seguinte:  Art. 73 – Será considerado pastor da IELB aquele que preencher os seguintes requisitos:
 I. Aceitar a Escritura Sagrada como Palavra infalível, revelada por Deus e
subscrever incondicionalmente os documentos confessionais da Igreja Evangélica Luterana do Brasil, reunidos no Livro de Concórdia de 1580. II. Ter sido formado e recomendado ao ministério pastoral pela Faculdade de Teologia da IELB, ou de uma de suas igrejas irmãs, ou ter sido aceito por colégio.

Igrejas Ortodoxos e heterodoxos
     É vontade e ordem de Deus que todos os cristãos ouçam, aprendam e proclamem a Palavra de Deus em sua clareza e pureza. (Jo 23.30-32; 1 Tm 6.3-5) Todo aquele que perverte a Palavra de Deus e ensinar sua própria doutrina em lugar das verdades de Deus (Mt 15.9), é julgado por Deus como falso profeta, dos quais os fiéis devem se afastar. (Rm 16.17; 2 Jo 10). A Escritura proíbe também toda a conduta pecaminosa (1 Co 5.9-11; Ap 21.8; 22.15), bem como toda a corrupção da fé cristã.
     Todas as igrejas que toleram e seguem falsos mestres são conhecidas como igrejas heterodoxas. Para que os crentes possam distinguir corretamente entre as igrejas ortodoxas e heterodoxas, é preciso ter em mente as seguintes verdades:
a)      Não basta conhecer a verdade divina e as Confissões. É necessário ensiná-las em acordo com a Escritura e reprimir todo e qualquer erro.
b)      Erros acidentais não desqualificam uma igreja ortodoxa, mas,sim, sua 
tolerância de erros.
c)      Igrejas heterodoxas são seitas por sua adesão a erros, mas ainda são igrejas, porque ainda aceitam verdades cristãs. (Dogmática Cristã pág. 518-520).

Comunhão com igrejas heterodoxas é inadmissível
     A Palavra de Deus nos exortam ao amor ao próximo e a nossos inimigos, e a amarmos de fato e de verdade (Mt 22.39; Mt 6.44; 1 Jo 3.18). Isto não significam que devemos aprovar os falsos profetas. Diante da objeção de que o unionismo religioso está firmado na ordem de Cristo: “a fim de que todos sejam um” (Jo 17.21) e do princípio do amor cristão (Rm 13.10); 1 Co 13.7), cumpre lembrar o seguinte:
a)      O verdadeiro amor cristão se orienta pela Palavra de Deus e não simplesmente pelos sentimentos ou opiniões da maioria;
b)      A unidade operada pelo Espírito Santo é operada mediante a Palavra de Deus e consiste em unidade de fé e do testemunho desta verdade;
c)      O perigo do unionismo religioso consiste na profissão da falsidade. Lutero afirma: Quem tem sua doutrina, fé e confissão por verdade, correta e certa, não pode ficar no mesmo estábulo com outros, que têm doutrinas errôneas ou sendo-lhes favoráveis. (XVIII, 1996; pág. 521,522)
Comunhão de púlpito e de altar
     O que significa comunhão de púlpito e de altar?
Púlpito. Quer alguém o use ou não o púlpito na hora do ensino e da pregação, o significado é: Não permitir que alguém, com o qual não temos formalizado oficialmente concordância na doutrina, isto é, unidade em doutrina e praxe – de forma mais específica: Que não aceita a Bíblia como única, inspirada e infalível Palavra de Deus e nossas Confissões do Livro de Concórdia como a correta exposição da Bíblia - pregue e ensine em nossos cultos. Também não lhe permitimos postar-se em nosso culto diante do altar para dirigir a congregação em oração a Deus, nem que participe em nosso altar da Santa Ceia ou de sua distribuição. Isto é algo duro para os nossos dias.
     Antes de focalizarmos algumas perguntas, importa lembrar que com tal atitude não estamos julgando a pessoa à quem não damos as mãos em comunhão, quanto o ser ou não cristão; nem estamos dizendo que ele não seja cristão. Ele poderá até ser, apesar de seus erros doutrinários, um cristão e, em sua fé, mais forte do que nós.
     A comunhão de púlpito e de altar não é estabelecida pelo pastor ou uma Comunidade individualmente, mas pela corporação religiosa, isto é, o Sínodo.
    No passado, em diversas ocasiões, nossa igreja irmã, a Lutheran Church Missouri Synod (LCMS) discutiu a possibilidade de uma comunidade estabelecer comunhão seletiva. Por comunhão seletiva entendemos o seguinte: Uma Comunidade nossa tem boas relações de amizade com a Comunidade de Confissão na mesma cidade. Os dois pastores concordam na doutrina e propõe comunhão de púlpito e de altar. Nossa igreja não aceita tal comunhão por um fato bem simples. Amanhã, pode haver troca de pastores na Comunidade de Confissão. Como entre eles há certa liberdade quanto à doutrina, poderá vir um pastor liberal (ou até uma pastora), o que obrigaria nosso pastor a dissolver a comunhão estabelecida. Os membros, de ambos os lados, dificilmente compreenderiam isso. A dissolução da comunhão seria um escândalo.
     Portanto, comunhão de púlpito e de altar só poderá ser estabelecido e formalizado pela Convenção Sinodal de nossa igreja. Ela também tem o direito, se houver motivos bíblicos, para dissolver uma comunhão estabelecida.
    Nada impede as diversas comunidades cristãs, manterem boas relações de amizades e atuarem em diversos assuntos, in externis, juntos.
Perguntas
    Senão podemos deixar um pastor de outra denominação orar diante de nossos altares, isto significa que eu, em particular não posso orar com uma pessoa de outras confissões cristãs, quer sejam católicos ou evangélicos? – A oração particular é algo diferente da oração pública. Mesmo assim devemos ter todo o cuidado. Por exemplo, não posso orar o Ave Maria com um católico. Nossos doentes se queixam de que quando acamados nos hospitais, pessoa das seitas, por vezes, até parentes e amigos, ou capelães do hospital, dizem: Vou ourar por você. A gente nem tem forças para responder, e eles já colocam sua mão sobre nossa cabeça e clamam: Sai demônio, vai embora, etc.
      Outra coisa é se numa reunião de estudos entre pessoas, ou pastores de várias igrejas, alguém ora pedindo que o Espírito Santo nos guie nesse estudo.
     Por outro, o Dr. H. Sasse fala a respeito da Assembleia em Leuenberg. Esta Assembleia, após vários dias, concordou num documento a respeito da união entre luteranos e reformados. Eles enceraram a reunião, dizendo: Isto é obra do Espírito Santo e concluíram a reunião entoando todos o Te Deum. O Dr. Sasse pergunta: Onde ficou o “Agradou ao Espírito Santo e a nós” (At 15.28). Pois pela Escritura sabemos que tal união entre verdade e erro não agradou ao Espírito Santo.
     O que dizer quando após a explosão das torres gêmeas nos Estados Unidos da América, as igrejas convocaram para um grande dia de oração. Numa grande roda, todos líderes religiosos: cristãos, católicos e evangélicos, islamitas, budistas, seichonoiê, etc. oram juntos. Cada um dos presentes disse alguma frase. Depois oraram o Pai Nosso e os islâmicos uma oração deles. O pastor da LCMS, ali presente, foi fraternalmente reprendido e solicitado a externar à LCMS, seu pedido de desculpas por esta participação. Muitos pastores na LCMS não concordaram com esta repreensão, que, no entanto, estava certa.
Culto e Celebração
     Outro detalhe que precisa ser clarificado é a questão de Culto e Celebração. Muitos veem essas duas palavras como sinônimos. Lemos nos Salmos: “Celebrai com júbilo ao Senhor” (Sl 100). Isto é tomado como culto e entendido também assim por nossos pastores. Daí a pergunta: Quando somos estimulados a celebrar a Reforma Luterana com outras igrejas, qual o significado da palavra “celebrar”? Festejar os 500 Anos da Reforma com outras igrejas que também querem celebrar esta data com cultos de gratidão a Deus pela Reforma? Acredito que muitos pastores nossos o entendem assim.
     Por celebração entendemos a comemoração de um evento ou data, como por exemplo: O dia da Bíblia, a Reforma Luterana, o dia de Finados ou mesmo uma catástrofe.
     Nesses momentos com outras igrejas mantemos uma “celebração não cúltica”. O que é isso? Há diversas igrejas interessadas na celebração de uma data ou evento. Igrejas com as quais não temos comunhão de “púlpito e altar”. Nestes casos, convidamos ou se formos convidados, deixamos claro que não participaremos de cultos, mas convidamos para uma celebração. Nesta celebração cada qual poderá dar sua mensagem. De preferência não usamos orações.  Em alguns casos se usa uma oração comum às denominações, ou simplesmente a bênção apostólica (2 Co 13.13). No passado, no tempo de nosso estimado prof. Paul Schelp, participamos da celebração do dia da Bíblia na praça em frente ao Correio, no centro de Porto Alegre. Vários pastores das diversas igreja evangélicas falaram, bem como o nosso prof. P. Schelp. Ele colocou com toda a clareza e firmeza de que, para a Igreja Evangélica Luterana do Brasil, “a Bíblia é a palavra inspirada, infalível e inerrante de Deus. Única autoridade na Igreja para a fé e avida, cujo centro é Cristo”. Ficou bem nítido a diferença entre nossa posição e a posição das outras igrejas frente a Bíblia. Cada um terminou sua fala, pedindo que Deus abençoe a Soc. Bíblica do Brasil, em sua missão de difundir a Palavra de Deus.
     Em momentos de calamidades, os dirigentes pedem aos presentes que todos se deem as mãos para uma oração. Mesmo estando ali presente, talvez até tendo dito algumas palavras de consolo, não ficaremos no círculo, nem daremos as mãos. Nisto muitas vezes não seremos compreendidos. Isto já me aconteceu diversas vezes. Melanchton se queixou, certa vez de que, por causa do evangelho, temos que ficar separados de familiares, amigos e colegas. Nesta nossa posição com respeito à comunhão de púlpito e altar, não sermos compreendidos.
Santa Ceia
     Em relação à Santa Ceia, houve, desde o encontro de Lutero com Zwínglio, inúmeros encontros tentando costurar a brecha entre luteranos e reformados. Encontros até jubilados, nos quais se julgou ter encontrado a fórmula para a união das duas denominações. Um dos últimos encontros, muito jubilado, foi a Concórdia de Leuenberg, 16/03/1973, ainda hoje muito estudada e debatida. As igrejas luteranas reunidas na Conferência Internacional Luterana (CIL) não a assinaram, por não concordarem com a formulação sobre o batismo, a Santa Ceia e a cristologia. São, por isso, acusados de perturbadores da paz.
    Nos livros atuais, como: Vom Konfligt zur Gemeinschaft, Evg. Verlagsamt, Bonifácio, Leipzig, 2103; A Comunhão e Eucarísica é possível, Sinodal, 2006, temos em resumo o seguinte: “Ninguém tem o direito de negar a Santa Ceia a uma pessoa que foi batizada em nome do Deus trino, que, como pecador crê na graça de Cisto e na presença de Cristo na Santa Ceia”. De primeira vista a frase parece estar correta. Mas, se perguntarmos: O que faz a Santa Ceia ser Santa Ceia? A consagração pelo pastor ou a fé da pessoa? Ouviremos muitas vezes a resposta: A fé da pessoa! Crer que a consagração o faz é catolicismo. Uma outra pergunta: A pessoa que vai à Santa Ceia e não crê na presença real do corpo e sangue de Cristo, recebe o que? A resposta mais comum é: Ele não tem a bênção da Santa Ceia, enquanto que a Bíblia afirma: “Recebe o corpo e sangue de Cristo, para seu juízo”. Assim como no dia do Juízo Final todos verão a Cristo, os fiéis o receberão com júbilo, enquanto os descrentes o verão e tremerão diante dele; assim na Santa Ceia. Todos os que vão à mesa da Santa Ceia corretamente instituída, recebem a Cristo, os fiéis para a bênção, os incrédulos para juízo. E os pastores tem a responsabilidade na administração. Claro que eles não podem ver o interior da pessoa, se crê ou não crê, mas se orientam pela confissão da pessoa. Se uma pessoa está filiada a uma outra confissão, o pastor tem a responsabilidade de adverti-la.

Bibliografia:
1.      ZANGE, Friedrich. Zeugnisse der Kirchenbeschichte, Verlag von Bertelsmann, Gütersloh, 1912.
2.      FRIEDENTHAL,Richard. Luther, Sein Leben und seine Zeit, R. Piper & Co Verlag, München, Zürich.1982.
3.      STÖCKHARDT, Georg. Die Kirchlichen Zustände Deutschlands. Verlag des Schriftenvereins der evg.-luth-Gemeinde in Sachten, Zwickau, 1892.
4.      BEHRENS, A./ Kän, Werner. Wilhelm Löhe und Ludwig Harms, Obersursel Hefte, nº 49, Oberursul, 2010.
5.      ROSER, Hans. Von Bayern bis Brasilien. Martin-Luther-Vereins, 1985.
6.      DREHER, Martin N. De Luder a Luthero. Uma biografia, Editora Sinodal, 2014.
7.      DREHER, Marftin N. Wilhelm Rotermund. Seu tempo- sduas Obras. Editora OIKOS 2014.
8.      Vom Konflict zur Vemeinschaft. Evangelische Verlaganstatlt, Bonifatius, Leipzig 2013.
9.      A Comunhão eucarística é possível, Editora Sinodal e est (Escola Superior de Teologia, 2006.
10.  MUELLER, John T. Dogmática Cristã.  Editora Concórdia/ Editora da ULBRA, Canoas, RS, 4ª Edição, 2004.      
11.  (Fonte: DIESTELMANN, Jürgen. Luther oder Melanchton? Berlin: Pro BUSINESS GmbH, Alemanha, 2014).
                                                                                                      São Leopoldo, Abril de 2016
                                                                                                           Horst R. Kuchenbecker



XXVIII – Objetivos na celebração dos 500 Anos da Reforma Luterana

     Quem pretende celebrar a Reforma Luterana? Resposta: Todas as igrejas cristãs, inclusive a Igreja Católica. A Década da Reforma que iniciou em 2007 e está em desenvolvimento até 2017, já nos deu uma amostra de como serão os festejos dos 500 Anos da Reforma. Mesmo que os católicos elogiem os irmãos evangélicos luteranos e se resolveu não invocar as condenações mútuas do passado (Declaração Conjunta Católica Romana e Federação Luterana Mundial, 1998), é preciso lembrar que as condenações não foram removidas. O que dizer do decreto do Papa Francisco sobre: O Ano Santo da Misericórdia, que não é outra coisa do que a um incentivo às Indulgências em nossos dias. Por outro, não faltam nos festejos celebrados até aqui declarações de bispos que exortam os evangélicos luteranos a voltarem para a Igreja Mãe. Isto significa: Reconheçam seus erros e aceitem o Papa de Roma como único representante de Cristo na terra. Por outro, discursos do mundo evangélico em geral e de luteranos mais liberais, também nos deixam apreensivos por nos considerarem obstinado perturbadores da paz, por não entrarmos no espírito da União Prussiana, por não lutarmos por um unionismo, etc.
     Diante de tudo isso surge a pergunta: Qual é o nosso objetivo na celebração dos 500 Anos da Reforma? O que queremos celebrar, como, com quem e para que?

Conclusão
     Qual o nosso objetivo nas celebrações dos 500 Anos da Reforma Luterana?
     Estamos criando grande expectativa em torno dessa data. Mas o que queremos? Quando se cria uma expectativa e essa falha, surge grande desilusão.
     Vejamos quais os objetivos das diversas Igrejas Cristãs que se preparam para os 500 Anos da Reforma.

 - Católicos querem participar. Qual a sua mensagem e expectativa? Eles afirmam: Lutero dividiu a Igreja Cristã, como poderemos celebrar essa data com vocês? Só há um caminho: Arrependimento e volta à Igreja Mãe.  Argumentam para tanto ainda com o primeiro passo dado entre a Igreja Católica e a Federação Luterana Mundial, pela assinatura do documento da Doutrina da Justificação por Graça (1998). – Poderemos celebrar com eles?
- Evangélicos em geral querem celebrar a data. Eles são filhos da Reforma. Qual a sua mensagem e expectativa? Eles afirmam: O maior empecilho na missão é a divisão da cristandade. Está na hora de todos nós nos unirmos em amor, como Jesus o quer: “A fim de que todos sejam um” (Jo 17.21), mesmo na diversidade. Isto é colocar o amor acima da palavra de Deus, em primeiro lugar e a Bíblia em segundo? Ora, o verdadeiro amor se orienta pela palavra de Deus, caso contrário não é amor. – Podemos celebrar com eles?
- A IECLB e os Reformados (Igreja Presbiteriana), querem celebrar conosco. Qual a mensagem e expectativa deles? Eles defendem a união entre luteranos e reformados e se chocam com nossa posição de ainda não estendermos as mãos a eles para comunhão. Eles esperam que a celebração dos 500 Anos da Reforma Luterana concretize o documento de união de Leuenberg. Julgam que nossa posição de não termos assinado esse documento e nos mantermos separados deles é pura obstinação. Eles julgam que hoje não se pode mais admitir nossa insistência na “presença real” do corpo e sangue de Cristo na Santa Ceia, nossa insistência no quia e rejeição do quatenus em relação à Bíblia, nossa separação de púlpito e altar a els e outros cristãos. – Podemos celebrar com eles?

     Bem, se não podemos celebrar com eles, qual é, então, a nossa mensagem para os 500 Anos da Reforma Luterana? Nossa mensagem para nossos membros e para nossos irmãos de fora?
      Nós queremos celebrar no espírito de Lutero e de nossos pais, a saber:

  1. Agradecer a Deus pela restauração da verdade.
  2. Arrependedimento, por não terrmo-nos apegado à verdade bíblica como deveríamos e pela falta de um vigoroso zelo missionário, a saber confessar corajosamente a verdade bíblica, expressa em nossas confissões.
  3. Ao mesmo tempo, queremos reafirmar nosso propósito confessional: Crer, ensinar, confessar a verdade bíblica, resumida em nossas Confissões do Livro de Concórdia de 1580, rejeitar e condenar os ensinos contrários.
– Com muita razão o Bispo Voigt da SELK perguntou: Década de Lutero ou Década da Confissão?  Não idolatramos Lutero. Cantamos: Deus despertou Lutero (HL 163). Lutero foi servo de Deus. A Reforma é obra de Deus para restaurar a verdade na Igreja Cristã, isto requer de nós que ensinemos a nossos membros com respeito às 95 teses, e que levemos nossos membros a conhecerem, pelo menos, as primeiras 14 teses da Confissão de Augsburgo, dando claro testemunho dessa verdade às igrejas evangélicas que nos certam.
- Será que nossos pastores e membros ainda compreendem esta posição?

- Como no passado, também hoje, não seremos compreendidos, em nossa confissão, nem por muitos de nossos irmãos luteranos, nem pelas outras igrejas cristãs. Lutero teve que lutar, em sua época, contra reis e príncipes, contra os filósofos, como Erasmo e seus seguidores, contra a religiosidade de sua época, sim, contra o povo em geral, que preferiam as obras em lugar da graça de Cristo.

  1. Só festejar, sem confessar nada? - Isto não faz sentido. Podemos, sim, participar de celebrações não cúlticas com outras igrejas, nas quais cada um dará seu testemunho, sem compromissos com os outros participantes. Oportunidade na qual daremos claro testemunho de nossa confissão.
  2. Nosso objetivo: Confessar vigorosamente, de forma clara, em amor e cordialidade, nossa posição doutrinária, conforme nossa confissão expressa no Livro de Concórdia de 1580; para ser mais breve, conforme o Catecismo Menor, explicado por Schwan; na expectativa de firmar nossos membros nestas verdades. Sem dúvida, muitos cristãos de outras igrejas se alegrarão em conhecer as verdades bíblicas. Que Deus, por sua graça, abençoe a celebração dos 500 Anos da Reforma.                                                                                                                                                    
                                                               São Leopoldo, 30 de junho de 2016

                                                                       Horst R. Kuchenbecker

Um comentário:

  1. Olá pastor Horst Kuchenbecker!

    Você escreveu o seguinte na conclusão do assunto XXVI - Catecismos: A Doutrina da Santa Ceia e suas interpretações que você postou acima:

    "Conclusão
    Se contemplarmos hoje a história do luteranismo no mundo com a pergunta: Quem venceu: Lutero ou Melanchton? Há uma só resposta: O pensamento errado de Melanchton venceu. Pois, somente um pequeno grupo, hoje (na maioria das vezes) em comunhão com o Sínodo Evg. Luterano de Missouri, a LCMS, mantém a doutrina de Lutero de que “em, com o sob o pão e o vinho recebemos o verdadeiro corpo e sangue de Cristo, dado e derramado por nós. ” Os demais evangélicos e luteranos que não subscrevem o Livro de Concórdia, negam esta realidade e falam em “simbolismo” ou “presença espiritual” de Cristo, etc.
    Cabe-nos permanecer fiéis às verdades bíblicas expressa de forma clara em nosso Catecismo Menor e nas demais confissões luteranas, reunidas no Livro de Concórdia de 1580. São Leopoldo, setembro de2015
    Horst R. Kuchenbecker"


    Pastor Horst Kuchenbecker,

    Está escrito no assunto "This We Believe", website: (https://wels.net/about-wels/what-we-believe/this-we-believe/means-of-grace/) que foi postado pela Wisconsin Evangelical Lutheran Synod:

    "We believe that all who join in the Sacrament of the Lord’s Supper receive the true body and blood of Christ in, with, and under the bread and wine (1 Corinthians 10:16). This is true because, when the Lord instituted this sacrament, he said, “This is my body. This is my blood of the covenant, which is poured out for many for the forgiveness of sins” (Matthew 26:26,28). We believe that Christ’s words of institution cause the real presence—not any human action. As believers receive his body and blood, they also receive the forgiveness of sins (Matthew 26:28) and the comfort and assurance that they are truly his own. Unbelievers also receive Christ’s body and blood, but to their judgment (1 Corinthians 11:29)."

    "We reject all teachings that the Sacrament of the Altar offers nothing more than signs and symbols of Jesus’ sacrifice, thereby denying that Christ’s true body and blood are received in the Lord’s Supper. We reject the view that those who eat the body of Christ in the sacrament merely receive Christ spiritually by faith. We reject the claim that unbelievers and hypocrites do not receive the true body and blood of Jesus in the Sacrament."

    Pastor Horst Kuchenbecker,

    A Wisconsin Evangelical Lutheran Synod é uma das igrejas que tem título de luterana que acredita que todos os que se juntam no sacramento da Ceia do Senhor recebem o verdadeiro corpo e sangue de Cristo em, com e sob o pão e o vinho (1 Coríntios 10:16).

    Quais são as outras igrejas luteranas que mantém a doutrina de Lutero de que “em, com e sob o pão e o vinho recebemos o verdadeiro corpo e sangue de Cristo, dado e derramado por nós?

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