A Ascensão de
Jesus Cristo ao Céu
e o significado para nós seus seguidores
Subiste às altura, levaste
cativo o cativeiro,
Recebeste homens por
dádivas. (Salmo 68.18)
A
ASCENSÃO DE CRISTO
Então, os levou para Betânia e, erguendo as mãos, os abençoou. Aconteceu que, enquanto os abençoava, ia-se
retirando deles, sendo elevado para o céu. Então, eles, adorando-o, voltaram
para Jerusalém, tomados de grande júbilo; e estavam sempre no templo, louvando
a Deus. (Lucas 24.50-53)
Jesus, aproximando-se, falou-lhes, dizendo: Toda a autoridade me foi
dada no céu e na terra. Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações,
batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a
guardar todas as coisas que vos tenho ordenado. E eis que estou convosco todos
os dias até à consumação do século. (Mateus 28.18-20)
Ditas estas palavras, foi Jesus elevado às alturas, à vista deles, e uma
nuvem o encobriu dos seus olhos. E, estando eles com os olhos fitos no céu,
enquanto Jesus subia, eis que dois varões vestidos de branco se puseram ao lado
deles e lhes disseram: Varões galileus, por que estais olhando para as alturas?
Esse Jesus que dentre vós foi assunto ao céu virá do modo como o vistes subir.
(Atos 1.9-11)
Introdução
A
festa da Ascensão de Jesus Cristo, 40 dias após a Páscoa, é a grande festa da
coroação de Cristo como Rei dos reis e Senhor dos senhores. É o dia de sua
posse como Rei do universo. Portanto um dia de júbilo para toda a cristandade.
Na vida de Cristo existem quatro grandes
eventos que são observados pela Igreja Cristã: Natal, Sexta-feira Santa, Páscoa
e Ascensão.
Natal,
nascimento de Jesus Cristo. A festa recebe grande atenção por parte das
congregações cristãs e também por parte da sociedade em geral. Muitos, mesmo
não dando atenção à sua mensagem ou mesmo não a aceitando, celebram Natal como
uma festa da família e ocasião para troca de presentes.
Sexta-feira
Santa, crucificação e morte de Jesus Cristo, é celebrada de várias formas:
O Ofício das Trevas, silêncio por 12 horas, cultos especiais, procissões com o
Cristo crucificado e auto flagelo; além das tradições populares tais como o não
comer carne de animais e/ou fazer deste dia uma festa do peixe e do vinho.
Páscoa,
ressurreição de Jesus Cristo. É a grande festa de alegria, da absolvição,
da esperança da ressurreição e da vida eterna, celebrada com cultos de louvor e
júbilo; para sociedade, porém, a festa do chocolate, com uma série de lendas em
torno de coelhinhos e ovos.
Ascensão, subida de Jesus ao céu. É a festa na qual celebramos a triunfante
subida de Jesus aos céus, para assentar-se à direita do Pai. Esta festa,
infelizmente, está caindo no esquecimento. Poucas são as comunidades que
celebram culto na quinta-feira da Ascensão. E mesmo que o domingo após a
Ascensão ofereça boa oportunidade para se falar a respeito, esta oportunidade
nem sempre é aproveitada.
Compreendemos ainda este importante passo
na exaltação de Jesus e o que isto significa para nós, seus seguidores? Vamos
refletir sobre esta verdade que confessamos no Credo Apostólico: “Creio que Jesus Cristo, verdadeiro Deus ...
e verdadeiro homem ... desceu ao inferno, no terceiro dia ressuscitou dos
mortos, subiu ao céu, e está sentado à direita de Deus Pai todo-poderoso, donde
há de vir a julgar os vivos e os mortos.”
1. Importância e significado
A ascensão de Cristo é o término de sua
missão vicária e de sua presença visível na terra. De certa forma, a
Sexta-feira Santa é o dia das trevas. Se Sexta-feira Santa fosse a palavra
final, estaríamos perdidos e nos restaria a confissão de desespero dos
discípulos de Emaús: “Ora, nós esperávamos que
fosse ele quem havia de redimir a Israel” (Lucas 24.21), seria o triunfo da lei, da condenação, de Satanás e do Inferno. Mas com a Páscoa tudo
mudou. Cristo triunfou sobre os poderes das trevas, sobre o pecado, a morte e
Satanás. Jesus pôde saudar seus discípulos com as palavras: “Paz seja convosco! E, dizendo isto, lhes mostrou as mãos e o lado.
Alegraram-se, portanto, os discípulos ao verem o Senhor” (João 20.19-20). O apóstolo Paulo jubila ao escrever: “Onde está, ó morte, a tua
vitória? Onde está, ó morte, o teu aguilhão? O aguilhão da morte é o pecado, e
a força do pecado é a lei. Graças a Deus, que nos dá a vitória por intermédio
de nosso Senhor Jesus Cristo” (1 Coríntios 15.55-57). Agora, a
cristandade pode confessar alegre e vitoriosamente: “Creio na ressurreição da carne e na vida eterna.” Pois a ascensão de Cristo é
a aprovação e confirmação divina de toda a obra redentora de Cristo, sim sua
coroação como Rei dos reis e Senhor dos senhores, como Redentor e Juiz de vivos
e de mortos. Não deveria a cristandade celebrar esta festa com cultos de júbilo
e de louvor?
2. A celebração da festa nos
primeiros séculos
Nos primeiros séculos, a cristandade
celebrou a gloriosa e vitoriosa ascensão de Cristo com muito júbilo. Jesus
viveu 33 anos aqui na terra, então retornou triunfante ao céu para tomar posse
do seu reino e foi recebido com júbilo pelos anjos.
Historiadores relatam sobre os festejos no
tempo de Agostinho (AD 354-430). Um relato de AD 385 afirma que o dia da
Ascensão era celebrado em Jerusalém com uma peregrinação para o monte das
Oliveiras e culto campal. Consta que a Imperatriz Helena, nascida na
Inglaterra, mãe do Imperador Constantino I e esposa de Constâncio (248 - 328
AD), por volta de 327 peregrinou para à Terra Santa e fez erguer ali a capela
da Natividade e da Ascensão. O historiador inglês, Bede, do século VIII, relata
que a celebração da Ascensão de Cristo igualava-se aos festejos da Páscoa e
muitas comunidades tinham o hábito de celebrarem a “Quinta-feira Santa da
Ascensão” com um culto campal.
3. A Ascensão nas profecias
do Antigo Testamento
A ascensão de Cristo foi predita no Antigo
Testamento. Os textos próprios são: “Subiu
Deus por entre aclamações, o SENHOR, ao som de trombeta” (Salmos 47.5).
“Subiste às alturas, levaste cativo o cativeiro; recebeste homens por dádivas,
até mesmo rebeldes, para que o SENHOR Deus habite no meio deles” (Salmos 68.18; Ef 4.8-10). No Salmo 110 lemos: “Disse o SENHOR ao meu senhor:
Assenta-te à minha direita, até que eu ponha os teus inimigos debaixo dos teus
pés” (Salmos 110.1). O Salmo 22 fala do sofrimento de Cristo e aponta
para sua vitória. “Confiou no SENHOR! Livre-o ele; salve-o, pois nele tem prazer ... Pois
do SENHOR é o reino, é ele quem governa as nações” (Salmos 22.8,28).
O profeta Isaías também fala do Servo sofredor e de sua vitória final: “Ele
verá o fruto do penoso trabalho de sua alma e ficará satisfeito ... Por isso,
eu lhe darei muitos como a sua parte, e com os poderosos repartirá ele o
despojo” (Isaías 53.11-12).
4. Referências do Novo
Testamento.
No Novo Testamento temos muitas
referências à ascensão de Cristo. Os quatro evangelhos falam da ascensão,
porque Jesus se referiu a ela muitas vezes. Os discípulos não viram o ato da ressurreição
de Jesus, mas viram o ressuscitado e tiveram contato com ele. Em Jerusalém,
Jesus se manifestou às mulheres quando elas estavam voltando da sepultura,
depois a Maria Madalena, a Pedro, aos discípulos de Emaús. Na noite da Páscoa,
Jesus apareceu aos discípulos e uma semana depois mais uma vez a todos eles,
especialmente a Tomé. Depois foram para a Galileia, conforme Jesus lhes
ordenara. Ali Jesus se manifestou a eles diversas vezes, durante um período de
40 dias. Na ascensão viram o ato e o efeito, que experimentamos até hoje.
Mateus
resume as últimas instruções de Jesus dadas a seus discípulos no monte da Galileia, onde Jesus apareceu a mais de 500 pessoas de uma só vez. Lemos: “Jesus, aproximando-se, falou-lhes, dizendo: Toda a autoridade me foi
dada no céu e na terra. Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações,
batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a
guardar todas as coisas que vos tenho ordenado. E eis que estou convosco todos
os dias até à consumação do século” (Mateus 28.18-20). Algumas observações: Jesus,
como Deus e homem, recebeu todo o poder; especialmente o mais sublime de todos
os poderes, o poder de perdoar pecados. Agora
ele governa com poder sobre o universo, com graça a sua igreja e com
glória os que estão nos céus. Como Rei e Salvador, ele ordenou a seus discípulos
que fossem fazer discípulos de todas as nações. Mostrou-lhes também como
deveriam fazê-lo: batizando e ensinando. Por estes meios o Espírito atua nos
corações para iluminar, chamar, santificar, fortalecer e congregar. O batizar e
ensinar “os”, não se refere aos discípulos, mas aos “indivíduos” das nações,
que deveriam ser evangelizados. Maiores detalhes sobre como batizar e ensinar
encontramos em Atos e nas cartas dos apóstolos. Se devemos fazer discípulos de
todas as nações, então devemos fazer discípulos também das crianças, que nascem
em pecado, elas precisam do perdão, sendo o batismo o único meio dado por
Jesus, para gerar nas crianças a fé cristã. Adultos devem ser instruídos
primeiro e então batizados, como o vemos no dia de Pentecostes (At 2.37-41). “Guardar todas as coisas”, não é um
simples obedecer. A palavra “guardar” significa mais, significa guardar no
coração, isto é, confiar na palavra, a saber, crer de coração (Lc 2.19; Lc
11.18). Pelo ensino da palavra o Espírito Santo gera a fé e a fortalece. “E, assim, a fé vem pela pregação, e a pregação, pela palavra de
Cristo” (Romanos 10.17).
Marcos
é bastante sucinto no seu relato. Ele fornece um resumo dos principais
acontecimentos após a ressurreição de Cristo. Os discípulos não creram no
testemunho das mulheres. Então Jesus lhes apareceu pessoalmente e comeu com
eles (Jo 20). Agora eram testemunhas oculares da ressurreição de Jesus. Marcos
descreve o que aconteceu após crerem. “De fato, o
Senhor Jesus, depois de lhes ter falado, foi recebido no céu e assentou-se à
destra de Deus. E eles, tendo partido, pregaram em toda parte, cooperando com
eles o Senhor e confirmando a palavra por meio de sinais, que se seguiam”
(Marcos 16.19-20). O elemento importante em Marcos é a afirmação: “Assentou-se à direita de Deus.”
Lucas,
de profissão médico, fornece dois relatos sobre a ascensão de Cristo. O
primeiro relato, no final de seu evangelho e o outro, no início de Atos do
Apóstolos. Ele descreve a ascensão com muitos detalhes.
A primeira referência de Lucas com
respeito à ascensão de Jesus é a seguinte: “E
aconteceu que, ao se completarem os dias em que devia ele ser assunto ao céu,
manifestou, no semblante, a intrépida resolução de ir para Jerusalém” (Lucas
9.51). Jesus havia falado a seus discípulos sobre o seu
sofrimento e sua glória futura no céu. Por isso disse também aos discípulos de
Emaús: “Ó néscios e tardos de coração
para crer tudo o que os profetas disseram!
Porventura, não convinha que o Cristo padecesse e entrasse na sua
glória?” (Lucas 24.25-26).
O
fato da ascensão, Lucas descreve assim: “Então, os
levou para Betânia e, erguendo as mãos, os abençoou. Aconteceu que, enquanto os
abençoava, ia-se retirando deles, sendo elevado para o céu” (Lucas 24.50-51).
O Livro de
Atos, no qual Lucas relata sobre a expansão do reino de Deus, ele inicia assim:
“Escrevi o primeiro livro, ó Teófilo, relatando todas as coisas que
Jesus começou a fazer e a ensinar até ao dia em que, depois de haver dado
mandamentos por intermédio do Espírito Santo aos apóstolos que escolhera, foi
elevado às alturas ... Ditas estas palavras, foi Jesus elevado às alturas, à
vista deles, e uma nuvem o encobriu dos seus olhos. E, estando eles com os
olhos fitos no céu, enquanto Jesus subia, eis que dois varões vestidos de
branco se puseram ao lado deles e lhes disseram: Varões galileus, por que
estais olhando para as alturas? Esse Jesus que dentre vós foi assunto ao céu
virá do modo como o vistes subir” (Atos 1.1,2,9-11). O
elemento novo aqui é a afirmação sobre a volta de Jesus em glória.
João,
o evangelista. No evangelho de João encontramos 50% das declarações de Jesus
sobre sua ascensão. Vamos acompanhar algumas das citações: “Ora, ninguém subiu ao céu, senão aquele que de lá desceu, a saber,
o Filho do Homem que está no céu” (João 3.13). No
sermão da multiplicação dos pães em Cafarnaum, após ter alimentado a multidão,
Jesus disse a seus discípulos: “Ainda por um pouco de tempo
estou convosco e depois irei para junto daquele que me enviou. Haveis de
procurar-me e não me achareis; também aonde eu estou, vós não podeis ir” (João
7.33-34). Isto Jesus falou a respeito de sua ascensão.
As afirmações mais impressionantes sobre
a ascensão encontramos nas palavras que Jesus falou em seus últimos cinco dias
de vida, a partir do domingo, que conhecemos como o domingo de Ramos. Estas
palavras encontramos registradas a partir do capítulo 12 de João. Vejamos. Após
seu sermão no templo, ouviu-se uma voz do céu que disse: “Eu já o glorifiquei e ainda o glorificarei” (João 12.28). Jesus disse: “E eu, quando for levantado da terra, atrairei todos a mim mesmo”
(João 12.32). Antes de lavar os pés dos
discípulos, Jesus disse: “Ora, antes
da Festa da Páscoa, sabendo Jesus que era chegada a sua hora de passar deste
mundo para o Pai, tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até ao fim”
(João 13.1). Tendo Judas saído do cenáculo, onde celebravam a santa ceia, Jesus
disse: “Agora, foi glorificado o Filho do Homem, e Deus
foi glorificado nele; se Deus foi glorificado nele, também Deus o glorificará
nele mesmo; e glorificá-lo-á imediatamente” (João 13.31-32). O “glorificar” significa
que a graça, o amor de Deus aos pecadores, esta obra da salvação começa a ser
executada e manifestada. Esta é a glória de Deus. Este amor exaltamos e
glorificamos. No seu sermão de despedida em João 14 a 17, existem 9 referências
com respeito à sua saída da terra. Jesus prometeu a seus discípulos: “Na casa de meu Pai há muitas moradas. Se assim não fora, eu vo-lo
teria dito. Pois vou preparar-vos lugar” (João 14.2). “Em verdade, em
verdade vos digo que aquele que crê em mim fará também as obras que eu faço e
outras maiores fará, porque eu vou para junto do Pai. E tudo quanto pedirdes em
meu nome, isso farei, a fim de que o Pai seja glorificado no Filho” (João
14.12-13 RA). “Ouvistes que eu vos disse: vou e volto para junto de vós. Se me
amásseis, alegrar-vos-íeis de que eu vá para o Pai, pois o Pai é maior do que
eu. Disse-vos agora, antes que aconteça, para que, quando acontecer, vós
creiais” (João 14.28-29). “Mas, agora, vou para junto
daquele que me enviou, e nenhum de vós me pergunta: Para onde vais?” (João 16.5). “Mas eu vos digo a verdade: convém-vos que eu vá, porque, se eu não for, o
Consolador não virá para vós outros; se, porém, eu for, eu vo-lo enviarei”
(João 16.7 RA). “Tudo quanto o Pai tem é meu; por isso é que vos disse que há
de receber do que é meu e vo-lo há de anunciar. Um pouco, e não mais me vereis;
outra vez um pouco, e ver-me-eis. Então, alguns dos seus discípulos disseram
uns aos outros: Que vem a ser isto que nos diz: Um pouco, e não mais me vereis,
e outra vez um pouco, e ver-me-eis; e: Vou para o Pai?” (João 16.15-17).
“Vim do Pai e entrei no mundo; todavia, deixo o mundo e vou para o Pai” (João
16.28). Em sua oração sumo sacerdotal, Jesus repete que irá para o Pai (Jo
17.11,13).
Referências após sua ressurreição
encontramos no capítulo 20, Jesus disse a Maria Madalena: “Não me detenhas; porque ainda não subi para meu Pai, mas vai ter
com os meus irmãos e dize-lhes: Subo para meu Pai e vosso Pai, para meu Deus e
vosso Deus” (João 20.17). Agora
começa um novo relacionamento entre mim e vocês. Não mais no ver e tocar, mas
um relacionamento de fé, no crer.
Referências das cartas dos apóstolos. Temos muitas referências
nas cartas dos apóstolos. Vejamos algumas palavras das
cartas de Paulo e de Pedro. O apóstolo Paulo, em sua carta aos efésios, escreve
sobre a ascensão de Cristo e seu resultado, como segue: “E qual a suprema grandeza do seu
poder para com os que cremos, segundo a eficácia da força do seu poder; o qual
exerceu ele em Cristo, ressuscitando-o dentre os mortos e fazendo-o sentar à
sua direita nos lugares celestiais, acima de todo principado, e potestade, e
poder, e domínio, e de todo nome que se possa referir, não só no presente
século, mas também no vindouro. E pôs todas as coisas debaixo dos pés, e para
ser o cabeça sobre todas as coisas, o deu à igreja, a qual é o seu corpo, a
plenitude daquele que a tudo enche em todas as coisas” (Efésios 1.19-23).
O apóstolo Pedro em sua carta às congregações da Ásia Menor, escreve: “O
qual, depois de ir para o céu, está à destra de Deus, ficando-lhe subordinados
anjos, e potestades, e poderes” (1 Pedro 3.22).
Hebreus,
um livro do Novo Testamento, fala muito da Ascensão de Jesus. Vejamos alguns
detalhes. “Ele, que é o resplendor da
glória e a expressão exata do seu Ser, sustentando todas as coisas pela palavra
do seu poder, depois de ter feito a purificação dos pecados, assentou-se à
direita da Majestade, nas alturas” (Hebreus 1.3). Falando
sobre o sumo sacerdote Jesus, o escritor aos hebreus declara: “Ora, o essencial das coisas que temos dito é que possuímos tal
sumo sacerdote, que se assentou à destra do trono da Majestade nos céus, como
ministro do santuário e do verdadeiro tabernáculo que o Senhor erigiu, não o
homem” (Hebreus 8.1,2). No capítulo 10 lemos: “Ora,
todo sacerdote se apresenta, dia após dia, a exercer o serviço sagrado e a
oferecer muitas vezes os mesmos sacrifícios, que nunca jamais podem remover
pecados; Jesus, porém, tendo oferecido, para sempre, um único sacrifício pelos
pecados, assentou-se à destra de Deus,
aguardando, daí em diante, até que os seus inimigos sejam postos por
estrado dos seus pés. Porque, com uma única oferta, aperfeiçoou para sempre
quantos estão sendo santificados” (Hebreus 10.11-14).
5. Verbos usados no original para descrever a ascensão
O texto grego usa 13 verbos diferentes para descrever a forma da
ascensão. Vejamos a tradução dos textos em português. 1) Subir: Jo 3.13; 6.62; 20.17. 2) Foi recebido: Mc 16.19; At 1.11. 3) Assunto ao céu: Lc 9.51. 4)
Ia-se retirando deles: Lc 24.51. 5)
Que eu vá: Jo 16.7 (20.10). 6)
Elevado para o céu: Lc 2.51. 7) Elevado
às alturas: At 1.9. 8) Vou para
junto de ti: At 17.11. 9) Irei:
Jo 7.33; 13.3; 14.4,28; 16.5,10. 10) Elevado
às alturas: At 1.9. 11) Elevado da
terra: Jo 12.32. 12) Vou
preparar-vos lugar: Jo 14.2,3,12; 16.28; At 1.10-11.
6. O fato da Ascensão
Vamos resumir o que os evangelistas e
apóstolos escreveram sobre a ascensão de Jesus. Após a ressurreição, Jesus
manifestou-se a seus discípulos em Jerusalém. Não parece ter sido a sua
intenção revelar-se a eles ali, pois os anjos disseram às mulheres que Jesus
queria encontrar-se com os discípulos na Galileia (Mt 26.32; 28.7). Mas, devido a incredulidades deles, Jesus lhes apareceu ainda no
domingo da páscoa à noite, falou e comeu com eles. Bem assim uma semana depois,
especialmente para convencer a Tomé. Então os discípulos partiram para a Galileia, onde Jesus se manifestou a eles durante quarenta dias. Ele os instruiu sobre o reino de Deus, falou-lhes do seu poder, de sua volta para o
Pai, da missão de fazerem discípulos, de sua volta em glória para julgar vivos
e mortos, do novo céu e da nova terra. Ao final dos 40 dias, Jesus ordenou-lhes
que voltassem para Jerusalém. Tendo-se encontrado com eles em Jerusalém, foi com eles para o monte Olival que dista de
Jerusalém mais ou menos um quilômetro, no caminho para Betânia. Ali, dando-lhes
as últimas ordens e abençoando-os, foi elevado à vista deles para o céu, até
que uma nuvem o encobriu. Pasmados, viram então dois anjos que lhes disseram: “Varões galileus, por que estais olhando para as alturas? Esse
Jesus que dentre vós foi assunto ao céu virá do modo como o vistes subir” (Atos
1.11).
Este é o glorioso acontecimento da ascensão
de Cristo. Ele compreende dois fatos: O
fato de sua ascensão ao céu e o fato do assentar-se à direita do Pai. Agora
Jesus governa como Deus e homem sobre céu e terra. Ele enche céu e terra como
Deus e homem. Jesus desfruta agora, também como homem, todo o poder divino que
ele tinha antes de sua encarnação. Poder este, do qual abrira mão
voluntariamente durante os dias de sua humilhação. Mas agora, usa totalmente
todo o seu poder e toda a sua majestade comunicada a sua natureza humana. E
como homem é agora também onisciente, onipotente e onipresente. E nós
aguardamos sua vinda em glória para
julgar vivos e mortos.
O assentar-se à direita do
Pai - O que
significa este assentar-se à direita do Pai? Deus, na verdade não tem mãos
humanas ou olhos humanos para ver, ou pés para andar. Isto são figuras de
linguagem. Pois Deus é espírito. A direita indica poder e autoridade. Deus
entregou a Jesus todo o poder e o governo sobre todas as coisas. O apóstolo
Paulo, relembrando o Salmo 68.18, escreve: “Ora, que
quer dizer subiu, senão que também havia descido às regiões inferiores da
terra? Aquele que desceu é também o mesmo que subiu acima de todos os céus,
para encher todas as coisas” (Efésios 4.9-10). A ascensão de Cristo é
portanto a retirada de sua presença visível na terra. Isto não significa que
ele não está mais aqui. Agora Jesus está em toda a parte como Deus e homem. Por
isso temos certeza de que, conforme as palavras da instituição da santa ceia,
ele está verdadeiramente presente na santa ceia e nós recebemos com, em e sob o
pão o verdadeiro corpo de Cristo e com, em e sob o vinho o verdadeiro sangue de
Cristo, dado e derramado por nós. Pois, ao dizer: “E eis que
estou convosco todos os dias até à consumação do século” (Mateus 28.20), ele
está dizendo que estará, como Deus e homem, com seus discípulos. Cristo, como
Deus e homem governa e exerce seus ofícios de profeta, de sumo sacerdote e de
rei.
7. Os ofícios de Jesus: profeta, sumo sacerdote, e rei
Jesus, o único profeta. Jesus é o Verbo, o Deus que “disse”, que
fala. No Antigo Testamento, Jesus falou pelos profetas. Depois veio
pessoalmente e ensinou as multidões. Ao subir ao céu, deu ordem a seus
apóstolos e encarregou a igreja de proclamar o evangelho. Ele disse: “Quem vos der ouvidos ouve-me a mim; e quem vos rejeitar a mim me
rejeita; quem, porém, me rejeitar rejeita aquele que me enviou” (Lucas 10.16). O
apóstolo Paulo afirma: “Aquele que
desceu é também o mesmo que subiu acima de todos os céus, para encher todas as
coisas. E ele mesmo concedeu uns para
apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas e outros para
pastores e mestres, com vistas ao aperfeiçoamento dos santos para o desempenho
do seu serviço, para a edificação do corpo de Cristo” (Efésios 4.10-12). O grande comissionamento
ordena pregar o evangelho a todas as nações (Mt 28.18-20; At 1.8).
Jesus é o verdadeiro e único
sumo sacerdote. Isto é, intermediário entre Deus e a humanidade. Ele, como verdadeiro
Deus e verdadeiro homem, sendo perfeitamente santo, como substituto da
humanidade, cumpriu perfeitamente a lei, trouxe, pelo derramar do seu sangue, o
único sacrifício pelo qual reconciliou a humanidade com Deus e intercede pelos
seus. O apóstolo Paulo escreveu: “Porque ele
é a nossa paz, o qual de ambos fez um; e, tendo derrubado a parede da separação
que estava no meio, a inimizade, aboliu, na sua carne, a lei dos mandamentos na
forma de ordenanças, para que dos dois criasse, em si mesmo, um novo homem,
fazendo a paz, e reconciliasse ambos em um só corpo com Deus, por intermédio da
cruz, destruindo por ela a inimizade” (Efésios 2.14-16). E: “Porquanto há um só Deus e um só Mediador entre Deus e os homens,
Cristo Jesus, homem, o qual a si mesmo se deu em resgate por todos: testemunho
que se deve prestar em tempos oportunos” (1 Timóteo 2:5-6 ). O autor da carta aos hebreus
assegura aos crentes: “Ora, o
essencial das coisas que temos dito é que possuímos tal sumo sacerdote, que se
assentou à destra do trono da Majestade nos céus” (Hebreus 8.1). O apóstolo Paulo escreveu
aos cristãos de Roma: “Quem os
condenará? É Cristo Jesus quem morreu ou, antes, quem ressuscitou, o qual está
à direita de Deus e também intercede por nós” (Romanos 8.34). O apóstolo João conforta
seus leitores com a promessa: “Filhinhos meus, estas
coisas vos escrevo para que não pequeis. Se,
todavia, alguém pecar, temos Advogado junto ao Pai, Jesus Cristo, o Justo; e
ele é a propiciação pelos nossos pecados e não somente pelos nossos próprios,
mas ainda pelos do mundo inteiro” (1 João 2.1-2).
Jesus
é Rei. Ele exerce um reino tríplice: o reino do poder, da graça e da
glória. Nosso Catecismo Menor o define assim: “Cristo domina poderosamente
todas as criaturas e especialmente governa e protege a sua igreja, conduzindo-a
finalmente à glória eterna.” (Cat. Menor, perg. 148). Jesus governa com poder
sobre todas as criaturas e ninguém poderá lhe resistir. Jesus, aproximando-se, falou-lhes, dizendo: “Toda a autoridade me foi dada no
céu e na terra” (Mateus 28.18). Jesus governa a sua igreja com graça. Isto é,
durante todo o tempo da graça até a sua vinda em glória, o evangelho deve ser
pregado no mundo e os sacramentos administrados conforme ele os instituiu. Por
meio do evangelho e dos sacramentos, o Espírito Santo trabalha poderosamente,
operando e conservando a fé, consolando com a palavra do perdão. Perdoa
abundante e diariamente todos os pecados aos que nele creem. “Então, lhe disse Pilatos: Logo, tu és rei? Respondeu Jesus: Tu
dizes que sou rei. Eu para isso nasci e para isso vim ao mundo, a fim de dar
testemunho da verdade. Todo aquele que é da verdade ouve a minha voz” (João
18.37). Mas esta graça é resistível,
como bem afirmou Estevão aos judeus: “Homens de dura cerviz e incircuncisos de
coração e de ouvidos, vós sempre resistis ao Espírito Santo; assim como fizeram
vossos pais, também vós o fazeis” (Atos 7.51). E os fiéis que já faleceram
e estão com Cristo na glória ele coroa de glória e felicidade. O apóstolo Paulo
confessa: “O Senhor me livrará também de
toda obra maligna e me levará salvo para o seu reino celestial. A ele, glória
pelos séculos dos séculos. Amém!” (2 Timóteo 4.18).
Finalmente, terminado o tempo da graça, Jesus
voltará em glória para julgar vivos e mortos. O propósito da segunda vinda de
Cristo não é estabelecer um reino terreno, o milênio (Ap 20.2). Esta passagem
de Apocalipse deve ser interpretada à luz das afirmações dos evangelhos e das
cartas dos apóstolos. Então veremos que o prender a Satanás por mil anos, tem
sentido figurativo. Isto é um período determinado por Deus, é o tempo da graça
no qual vivemos, no qual o evangelho é
pregado. E pelo evangelho o Espírito Santo liberta as pessoas do poder
de Satanás. Quando Jesus voltar, ele voltará em glória com grande poder e
majestade e todos os santos anjos com ele. Todos os mortos serão ressuscitados.
Jesus julgará a todos com justiça. Cristo é a consumação de todas as cousas, a
consumação dos séculos. Então criará o novo céu e a nova terra, onde os fiéis
estarão com Cristo em eterna felicidade e bem-aventurança. Mas os incrédulos
irão para o fogo eterno.
8. Objeções à ascensão de Jesus
A ascensão de Cristo ocorreu de forma aberta num monte. Foi um evento
visível. Um dos anjos repentinamente presente na ascensão, disse aos
discípulos: “Varões galileus, por que estais olhando para as alturas? Esse Jesus
que dentre vós foi assunto ao céu virá do modo como o vistes subir” (Atos 1.11). A ascensão de Cristo foi um evento histórico, tal como a
encarnação, sua morte e sua ressurreição. Foi um ato que ocorreu no tempo e no
espaço, ele não desapareceu repentinamente, mas foi elevado ao céu de forma
visível diante de onze testemunhas, seus discípulos. A ascensão foi gradual,
efetuada por seu próprio poder, foi uma ida majestosa para o céu.
Mesmo assim muitos não aceitam o fato. Os teólogos da teologia liberal e
luteranos neo-ortodoxos rejeitam o fato histórico. Eles não aceitam os milagres
relatados na Bíblia e dizem que são mitos. Entres estes teólogos, os mais
conhecidos são: Barth, Bultmann, Tillich, Kirkegard, Brunner e outros.
Os teólogos reformados como Zinglio e Calvino rejeitam a doutrina da
comunhão das duas naturezas de Cristo, a divina e a humana numa só pessoa, de
forma inseparável. Mas a Bíblia é clara: “E o Verbo se fez carne e habitou entre nós,
cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do
Pai” (João 1.14). “Porquanto, nele, habita, corporalmente, toda a plenitude
da Divindade” (Colossenses 2.9). Consequentemente, eles não aceitam
a doutrina da humilhação e da exaltação de Cristo. “Cremos que a humilhação de Cristo consistiu em não ter ele usado sempre
e inteiramente a majestade divina, comunicada à sua natureza humana (Cat.
Menor, perg. 155). E sua “exaltação consistiu em que ele usa sempre e
inteiramente a majestade divina comunicada à sua natureza humana” (Cat. Menor,
perg. 165). Por isso julgam que Jesus, quanto à sua pessoa humana, está confinado num lugar no céu e que, com sua
igreja aqui na terra, ele está só com sua natureza divina, como espírito. Isto
faz de Cristo duas pessoas. Esta doutrina errada tem contribuído para
desmerecer esta tão jubilosa festa no meio evangélico. Não nos deixemos enganar por tais argumentações falhas. A
Escritura o coloca de forma incontestável. Jesus afirmou: “E bem-aventurado é aquele que
não achar em mim motivo de tropeço” (Mateus 11.6). E: “Bem-aventurados
são os que ouvem a palavra de Deus e a guardam!” (Lucas 11.28).
9. O resultado da Ascensão para seus seguidores
1. Vitória
- Como substituto de toda a humanidade, Jesus pagou o preço pelos pecados e
venceu nossos inimigos, pecado, morte e Satanás. A ascensão de Cristo foi o
tomar posso do seu reino. Ele disse: Toda a autoridade me foi dada no céu e na
terra” (Mt 28.18). O apóstolo Paulo afirma: “Por isso, diz: Quando ele subiu
às alturas, levou cativo o cativeiro e concedeu dons aos homens” (Efésios 4.8). “Bendito seja o Senhor que, dia a dia, leva o nosso fardo! Deus é a nossa
salvação” (Salmos 68.19). “E, despojando os principados e as potestades,
publicamente os expôs ao desprezo, triunfando deles na cruz” (Colossenses 2.15).
2. A Igreja - Esta vitória possibilitou a existência da igreja do Novo
Testamento. Vitorioso, Jesus ordenou: “Ide fazei discípulos de todas as nações”
(Mt 28.19), e prometeu: “Onde estiverem dois ou três reunidos em meu
nome, ali estarei no meio deles” (Mt 18.20).
3. Dignidade - A ascensão de Jesus, como pessoa humana, dignifica o
ser humano. Nosso irmão na carne está lá. O Espiritismo despreza a matéria,
Cristo a dignifica. Aos seus Jesus disse: “E a vida eterna é esta: que te
conheçam a ti, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste”
(João 17.3). “Eu lhes tenho transmitido a glória que me tens dado, para que
sejam um, como nós o somos. (João 17.22). “Pai, a minha vontade é que onde
eu estou, estejam também comigo os que me deste, para que vejam a minha glória
que me conferiste, porque me amaste antes da fundação do mundo” (João 17.24).
4. Lugar - O céu foi aberto para os
discípulos de Cristo, aos fiéis. Ele foi preparar lugar para seus seguidores.
Ele mesmo disse: “Na casa de meu Pai há muitas moradas. Se assim
não fora, eu vo-lo teria dito. Pois vou preparar-vos lugar. E, quando eu for e
vos preparar lugar, voltarei e vos receberei para mim mesmo, para que, onde eu
estou, estejais vós também” (João 14.2,3). Por sua paixão e morte, Jesus nos preparou lugar. Agora está à
direita do Pai e intercede por nós.
5. Novo propósito de vida - A ascensão de
Cristo dá aos fiéis um novo propósito de vida. “Porque, onde está o teu tesouro,
aí estará também o teu
coração” (Mateus 6.21). Por isso recomenda o apóstolo Paulo: “Portanto, se fostes
ressuscitados juntamente com Cristo, buscai as coisas lá do alto, onde Cristo
vive, assentado à direita de Deus” (Colossenses 3.1).
6. O Espírito Santo e
dons - Jesus prometeu e enviou o seu
Espírito Santo conforme a profecia de Joel 3.1-4. Ele prometeu: “Mas
eu vos digo a verdade: convém-vos que eu vá, porque, se eu não for, o
Consolador não virá para vós outros; se, porém, eu for, eu vo-lo enviarei”
(João 16.7). Ele prometeu dons aos homens. “Aquele que desceu é também o mesmo
que subiu acima de todos os céus, para encher todas as coisas. E ele mesmo
concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas e
outros para pastores e mestres, com
vistas ao aperfeiçoamento dos santos para o desempenho do seu serviço, para a
edificação do corpo de Cristo” (Efésios 4.10-12). O que Jesus
prometeu, ele cumpriu. O Espírito Santo foi enviado no dia de Pentecostes. Ele
é nosso guia e Consolador. Ele concede dons aos homens e os torna aptos para
todo o trabalho no reino de Deus. O
Espírito Santo atua até agora.
7. Intercede - Jesus intercede por nós como nosso sumo sacerdote. “Filhinhos
meus, estas coisas vos escrevo para que não pequeis. Se, todavia, alguém pecar,
temos Advogado junto ao Pai, Jesus Cristo, o Justo” (1 João 2.1 RA). “Quem os
condenará? É Cristo Jesus quem morreu ou, antes, quem ressuscitou, o qual está
à direita de Deus e também intercede por nós” (Romanos 8.34 RA).
8. Governa - Jesus, governa
poderosamente como rei. No reino do poder, governa com poder irresistível sobre
todas as coisas a favor de sua igreja. No reino da graça, governa com graça
sobre seus fiéis, perdoando abundante e diariamente os pecados a seus fiéis.
Mas sua igreja, enquanto aqui na terra, ainda está em humilhação, em lutas e
fraquezas, exposta a sofrimentos e perseguições (Hb 11). No reino da glória,
coroa os fiéis com a glória celestial por toda a eternidade. “Jesus,
aproximando-se, falou-lhes, dizendo: Toda a autoridade me foi dada no céu e na
terra” (Mateus 28.18). “Através de muitas tribulações, nos importa
entrar no reino de Deus” (Atos 14:22). “O Senhor me livrará também de toda
obra maligna e me levará salvo para o seu reino celestial. A ele, glória pelos
séculos dos séculos. Amém!” (2 Timóteo 4.18).
9. A glória - Aguardamos o
momento de entrar na glória. Já conhecemos esta glória pela palavra e a temos
em fé. Em breve, quando Jesus nos chamar ou se tivermos o privilégio de ver sua
volta em vida, passaremos do crer para o ver. Ele disse: “Eu lhes tenho transmitido a
glória que me tens dado, para que sejam um, como nós o somos; eu neles, e tu em
mim, a fim de que sejam aperfeiçoados na unidade, para que o mundo conheça que
tu me enviaste e os amaste, como também amaste a mim. Pai, a minha vontade é que
onde eu estou, estejam também comigo os que me deste, para que vejam a minha
glória que me conferiste, porque me amaste antes da fundação do mundo” (João
17.22-24). Que palavras maravilhosas, consoladoras e cheias de
esperança. Não é de se admirar que, ao lermos estas palavras, exclamamos como o
apóstolo Paulo: “Ora, de um e outro lado, estou constrangido, tendo o desejo de partir
e estar com Cristo, o que é incomparavelmente melhor” (Filipenses 1.23).
10. Fiéis - Mas enquanto
aguardamos a manifestação de sua glória, o passar do crer para o ver, queremos
ser fiéis (Ap 2.10) na fé e abundantes em toda a obra do Senhor (1 Co 15.58), a
fim de proclamarmos sua palavra, para a edificação da igreja, enquanto durar o
tempo da graça.
Conclusão
A festa da ascensão de Cristo é a grande
festa de júbilo pela vitória de Cristo e pelas bênçãos eternas que esta vitória
nos traz.
Que a reflexão sobre a
ascensão de nosso Senhor Jesus Cristo nos firme na fé. Nossa razão jamais
compreenderá este grande mistério da união das duas naturezas de Cristo, a
divina e a humana. Cumpre-nos, no entanto, louvar e adorá-lo pela magnífica
obra da salvação. Jubilamos porque ele nos libertou da terrível escravidão do
pecado, da morte e de Satanás. Jubilamos em esperança porque, mesmo andando
aqui na terra ainda sob a cruz e em humilhação, expostos aos sofrimentos, às
injustiças e muitas vezes a cruéis perseguições, não tememos. Sabemos que
Jesus, nosso irmão na carne, nos libertou e em breve veremos a glória que ele
tem preparado para os seus. O novo céu e a nova terra onde não haverá mais
injustiça, nem dor, nem tristeza, só alegria sobre alegria, felicidade sobre
felicidade e glória eterna (Ap 21.1-5).
Mas enquanto durar o tempo da graça,
queremos proclamar o evangelho e fazer tudo para que o evangelho seja
proclamado para a salvação de muitos. Queremos adorá-lo, confessá-lo, ofertar
para formar pastores e missionários, enviar e amparar as missões, zelar para
que haja literatura cristã. E orar por todos estes trabalhos.
Celebremos o seu nome como os anjos nos céus que clamam
ininterruptamente em grande voz, dizendo: “Ao nosso Deus, que se assenta no trono, e
ao Cordeiro, pertence a salvação. Todos os anjos estavam de pé rodeando o
trono, os anciões e os quatro seres viventes, e ante o trono se prostraram
sobre o seu rosto, e adoraram a Deus, dizendo: Amém! O louvor, e a glória, e a
sabedoria, e as ações de graças, e a honra, e o poder, e a força sejam ao nosso
Deus, pelos séculos dos séculos. Amém!” (Apocalipse 7.10-12).
São Leopoldo, 20/04/2014
Horst R.Kuchenbecker
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