sábado, 25 de novembro de 2017

Apocalipse – O Agora e o Porvir. Lição - 01

INTRODUÇÃO
O livro de Apocalipse é um livro profético. Ele visa consolar a Igreja Cristã nos tempos do fim. Este período teve seu início com o nascimento de Cristo pela virgem Maria, em Belém da Judéia e terminará com a vinda de Cristo em glória para julgar vivos e mortos.
O cumprimento da profecia de Jesus sobre a desolação e o terror dos últimos dias esta ai (Lucas 21.36). O mundo treme diante das coisas do porvir. Nós cristãos também. Satanás multiplica sua astúcia e procura desviar da fé, se possível, os próprios eleitos (Marcos 13.22).
Em vista disso, muitos fieis estão lendo e estudando o livro de Apocalipse em busca de consolo. O próprio livro afirma: Bem-aventurados aqueles que leem e aqueles que ouvem as palavras da profecia e guardam as coisas nele escritas (Apocalipse 1.3).
O objetivo do livro
A palavra "apocalipse" significa "tirar o véu," revelar. Deus revelou aspectos do futuro para consolar seus fiéis, o povo de Deus no último período. O livro não visa fornecer um relato cronológico sobre os acontecimentos históricos da humanidade e da igreja, mas traz quadros numa linguagem simbólica, para mostrar a vitória de Cristo e de sua igreja sobre Satanás. No livro há repetições, parêntesis e páginas fechadas. Por exemplo, o livro que traz a história da igreja e do mundo nem sequer foi aberto (Apocalipse 5.1-4). Isto porque o objetivo do livro não é ensinar ou revelar a história futura, mas consolar os fiéis nas mais diferentes tribulações e angústias dessa vida (Apocalipse 14.22).
Nenhum livro da Bíblia descreve a glória de Cristo com tantas palavras como o livro de ­Apocalipse. Os evangelhos mostram a ação do Salvador em sua humilhação; Apocalipse, a ação do Salvador em sua glória, durante o tempo em que a igreja espera a volta de Cristo em glória. Cristo venceu o pecado, a morte e a Satanás. Agora, glorificado, Jesus governa sua igreja, que por sua vez ainda está sob a cruz. Seus inimigos, mesmo que vencidos, ainda não foram colocados “por estrado dos pés de Jesus” (Hebreus 10.13). Eles ainda gozam de certa liberdade de ação e usam esta liberdade para lutar contra a igreja. Jesus não sofre mais, mas sua igreja, aqui na terra, ainda está sob a cruz. A morte foi vencida. Satanás derrotado. Toda autoridade foi dada a Jesus. E ele ordenou a seus discípulos que preguem o evangelho a todas as criaturas (Mateus 28.19; Marcos 16.15; Atos 1.8). Satanás, porém, procura por todos os meios impedir que a igreja cumpra sua missão. A luta e árdua. Por vezes, o grupo de fieis parece pequeno. Deus Espírito Santo consola e fortalece sua igreja, certificando a da vitória. Não temais, ó pequenino pequeno (Lucas 12.32). Deus Espírito Santo a consola.
Com esta verdade em mente, qualquer pessoa, mesmo não    compreendendo a simbologia do livro, captará de cada visão o consolo. A saber, que o Cristo glorificado guia sua igreja através de muitas lutas e tribulações à glória celestial (Atos 14.22).
Interpretação
     O livro de Apocalipse, por ser um livro profético, oferece alguns problemas na interpretação. Cumpre lembrar aqui, as principais regras de interpretação da Bíblia. Deus deu sua Palavra em linguagem humana. Para interpretá-la, precisamos conhecer as leis gramaticais e o sentido lexicológico das palavras. Isto é, devemos tomar as palavras conforme o conteúdo que o dicionário lhes confere e interpretar as frases conforme as leis gramaticais, exceto, quando o contexto nos força a tomar uma palavra ou a história de forma figurativa. Por exemplo: Ide dizer a essa raposa (Lucas 13.33). A palavra "raposa" tem aqui um sentido figurativo. Pois, Jesus se refere ao rei Herodes. Por outro, devemos interpretar tudo conforme a “analogia da fé cristã”, isto é, conforme a doutrina central da Bíblia, que é Cristo. Ele é o centro de tudo, com a doutrina da justificação do pecador pela graça de Cristo. Em terceiro lugar, convém lembrar que todos os trechos difíceis, devem ser interpretados à luz de palavras claras da Bíblia.
Quando se trata de interpretar profecias, devemos ter cuidado especial, pois Deus nos revela coisas futuras em linguagem simbólica e em figuras. Nem poderia ser diferente. Se ele nos falasse em linguagem celestial, não compreenderíamos (João 3.12). Por isso, Deus usa a linguagem simbólica e figurativa, como o fez no Antigo Testamento. Mas, como interpretar essas figuras e símbolos? Na maioria dos casos, só conseguimos captar-lhes o consolo. A não ser, se o próprio Deus nos concede a interpretação por suas palavras no evangelho ou nas cartas dos apóstolos. Ou, então, quando a profecia se cumpriu e o momento histórico passou. Então vemos com clareza o cumprimento da profecia. Isto é como se na noite encontramos um carro com luz alta. Esta luz nos ofusca e não vemos nada. Quando o carro passou, e olhamos para traz, então vemos onde estamos. Vejamos alguns exemplos. 0 profeta Malaquias, falando da vinda do Salvador, disse: Eu lhes enviarei o profeta Elias, antes que venha o grande e terrível dia (Malaquias 4.5). Os ouvintes do profeta Malaquias, provavelmente, sabiam tratar-se de profecia. Sabiam que, conforme a doutrina bíblica, nenhum profeta voltaria à terra para urna segunda missão. Logo, o significado dessa afirmação só poderia ser figurativa, isto é, Deus enviaria um profeta no espirito de Elias. Os fariseus, no entanto, interpretaram a profecia literalmente, julgando que Elias voltaria. Jesus lhes disse que esta profecia se cumpriu em João Batista (Mateus 11.14). Aliás, os fariseus fizeram esse erro muitas vezes. Por isso esperavam um Messias que lhes proporcionasse conforto material. É bom lembrar, quanta dificuldade os discípulos de Jesus tiveram para compreender as profecias sobre a paixão e morte de Jesus, e sobre o reino de Deus (Lucas 19.42), apesar de Jesus ter-lhes explicado isso muitas vezes. Mesmo assim sonhavam, ainda no dia da ascensão de Jesus, com um reino de glória aqui na terra. Só após o dia de Pentecostes, compreenderam as palavras de Jesus: O meu reino não é deste mundo (João 18.36). Ainda hoje muitos interpretam as profecias erradamente e sonham com uma igreja gloriosa aqui na terra, a saber, com o milénio. Isso discorda frontalmente da doutrina bíblica sobre o reino de Deus e do fim de todas as coisas. Também igrejas pentecostais afirmam: Deus não quer ver ninguém doente e pobre. Basta amar a Deus de coração e Deus concederá saúde e prosperidade. Que engano.
Diante disso perguntamos: Por que Deus envolveu conhecimento tão preciosos e consolador em figuras de tão difícil compreensão? Não sabemos. Deus julgou por bem fazê-lo assim. E quer que leiamos as profecias para nosso consolo e edificação. Muitas coisas nos são difíceis, porque conhecemos tão pouco a Escritura e devido a nossa cegueira em coisas espirituais. Pois o livro de Apocalipse não quer esconder coisas, mas revelar, mesmo mantendo para o nosso bem, muitos detalhes históricos velados. O fato de não compreendermos de todo as profecias, nos mantém humildes. Cabe a cada geração reler as profecias com oração, pedindo a assistência de Deus Espírito Santo para captar-lhes o consolo. Lembrando sempre que o objetivo do livro não é fornecer aos fiéis uma visão cronológica dos acontecimentos da história, mas consolar.
Por isso, antes de iniciarmos a leitura do livro de Apocalipse, vamos, de forma resumida, clarificar dois assuntos: Primeiro, o que é o reino de Deus, o novo Israel? Segundo, como será o fim do mundo. Compreendido isso, evitaremos erros na interpretação.

O REINO DE DEUS E A VINDA DE CRISTO EM GLÓRIA

     a) O reino de Deus. – Deus criou o universo para sua glória e o ser humano para viver em bem-aventurada comunhão com Deus, como administrador da terra, que lhe foi confiada. Com a queda em pecado, o ser humano foi expulso do paraíso, da presença de Deus. O homem perdeu sua imagem divina[1]. Agora ele nasce com o pecado original[2]. Nascemos espiritualmente cego, morto e inimigo de Deus (1 Coríntios 2.14; Efésios 2.2; Romanos 8.7; 1 Co 12.3; Romanos 5.19; Salmos 51.5; Jo 3.6; Romanos 7.18; Gênesis 8.21; Efésios 2.5). Ao Deus expulsar os primeiros homens do paraíso, ele disse: Maldito é a terra por tua causa (Gênesis 3.17). E, toda a criatura a um só tempo geme e suporta angústias até agora. E não somente ela, mas também nós cristãos, que temos as primícias do Espírito, igualmente gememos em nosso íntimo, esperando a adoção de filhos, a redenção de nosso corpo (Romanos 8.22,23).
Em grande amor, Deus prometeu salvar a humanidade pelo descendente da mulher que é seu filho Jesus Cristo (Gênesis 3.16; João 3.16). Adão e Eva se consolaram com esta promessa. Deus conservou esta promessa através da história. Escolheu o povo de Israel para conservar o seu nome na terra. O Salvador nasceu do povo de Israel. No tempo de terminado, Jesus nasceu da virgem Maria em Belém da Judeia (Gálatas 4.4). Como substituto de toda a humanidade, Jesus cumpriu a lei; por seu sacrifício na cruz, pagou pelos pecados de toda a humanidade. Por sua ressurreição mostrou sua vitória sobre pecado, morte e Satanás, e Deus Pai declarou que aceitou o sacrifício de seu Filho unigênito em favor de toda a humanidade, que agora está reconciliada com o Pai. Enfim, com seu sacrifício, reconciliou a humanidade com Deus (Hebreus 7.27), (justificação objetiva - Romanos 5.19; 2 Coríntios 5.19). Agora se proclama ao mundo, por ordem de Deus: Arrependei-vos e crede no evangelho (Marcos 16.15). Deixai-vos reconciliar com Deus (2 Coríntios 5.20). Todo o pecador que se arrepende e seus pecados e confia na graça de Cristo, recebe este perdão dos pecados, vida com Deus e a eterna salvação. Pois onde há perdão dos pecados, há também vida e eterna salvação (justificação subjetiva). Este receber o perdão, o renascer pela fé, o receber vida nova pela fé é chamada, na Bíblia de "a primeira ressurreição"(Apocalipse 20.5[3]). Pois pela fé voltamos à comunhão com Deus e nos tomamos membros da família de Deus, do reino de Deus e herdeiros da vida eterna.
Enquanto Deus nos deixa aqui na terra, procuramos crescer na fé pelo estudo da palavra de Deus e a participação da Santa Ceia, lutamos contra o pecado e procuramos cumprir a missão que Deus nos confiou, proclamando a salvação de Cristo ao mundo. Formamos assim a grande família de Deus. Esta filiação, por ser fé no coração, e invisível. Só o Senhor conhece os que lhe pertencem (2 Timóteo 2.9). Os fieis são todos membros do corpo de Cristo. A glória desse corpo será revelada no dia do juízo final. O apóstolo afirma: Amados, agora somos filhos de Deus, e ainda não se revelou o que havemos de ser. Sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele (1 João 3.2). Ali também desaparecerão as diferenças. Não haverá mais nem romano nem judeu, nem homem nem mulher (1 Coríntios 12.13: GáIatas 3.28). Mas, enquanto aqui na terra, as diferenças permanecem e há ainda muitas fraquezas entre os fiéis, bem como hipócritas em seu meio.
     b) A volta de Cristo em glória. - O que ensina a Escritura sobre a volta de Cristo em glória para julgar vivos e mortos? A Bíblia ensina:

1) O fato de sua vinda:
a)Este Jesus que dentre vos foi assunto ao céu, assim vira do modo como o vistes subir(Atos 1.11).
b) Objetivo de sua volta: julgar o mundo com justiça. Atos 17.31.
2) Como voltará?
Visível e glorioso. Mt 24.29,30; Lc 17.24; Lc 21.35; Mt 13.49; 25.32-33;
13.42
3) Quando virá?
a) O dia não foi revelado. Poderá ser a qualquer momento: Mt 24; Lc 12;
  2 Ts 2
b) Este dia já está estabelecido pelo Pai: At 17.31; Mc 13.3.
4. SINAIS DE SUA VINDA
a)   Sinais na natureza: terremotos, inundações, tempestades.
b)   Sinais na terra: guerras, rumores de guerras, pestilências, fomes, injustiças, tempos perigosos: 2 Tm 3.1-4
c)   Sinais na igreja visível: hipocrisia, falsos mestres, esfriamento do amor fraternal, apostasia da verdade e da fé, o aparecimento do anticristo: 2 Ts 2.3-4
5. Finalidade dos sinais.
Alertar a igreja da proximidade do fim: Mt 24.33; Lc 12.28; Lc 21.35; 2 Pe 3.10; 1 Pe 4.7; O fim de todas as coisas está próximo.
6. A ressurreição dos mortos.
a)   A Bíblia ensina uma ressurreição geral de todos os mortos quando Jesus voltar para julgar vivos e mortos. Os vivos serão arrebatados e estarão com os ressuscitados diante do trono de Deus para julgamento: Jo 5.28-29; 1 Co 15.23,24; 1 Ts 4.16
b)   E um ato da onipotência de Deus.
c)   Haverá diferenças na ressurreição:
- Os fieis terão seus corpos transformados e glorificados, com novas qualidades para viverem no novo céu e na nova terra (Mt 13.43; 1 Co 15.43; Ap 21.4; Fp 3.21)..
- Os infiéis serão um horror para toda a came (Mt 10.28; Mc 9.43,44; Dn 12.2; Is 66.24; Fp 3.21).
d)     Cremos firmemente na doutrina da ressurreição. Pois, se a nossa esperança em Cristo se limita apenas a esta vida, somos os mais infelizes de todos os homens 1 Co 12.19,25-27; Jó 19.25-27.
CONCLUSÃO
Estão em erro aqueles que esperam a volta de Cristo para governar em paz por um espaço de mil anos aqui na terra. A Bíblia fala somente de uma volta de Cristo em glória e de um ressurreição da came. Não esperamos um reino de Cristo neste mundo, mas os novos céus e a nova terra. Jesus deixou isso bem claro ao afirmar: O meu reino não é desse mundo (João 18.36).
As seguintes passagens proféticas: Is 2.4; Mq 4.1-7; Dn 9; Ez 37-39; Zc 12-14, que parecem falar de um reino esplendido na terra, são passagens que falam em linguagem figurativa do reino celestial. O exame exegético do contexto mostra isso claramente.
Apocalipse – O Agora e o Porvir. Lição – 02

Apocalipse - Jesus reina de eternidade a eternidade

O autor de Apocalipse
A primeira geração de cristãos estava chegando ao fim. Dos apóstolo de Jesus, somente João estava vivo. Ele contava com mais de 90 anos e ainda participava dos trabalhos ministeriais na comunidade em Éfeso da Ásia Menor, hoje Turquia. Naquele tempo, Domiciano (AD 81-96) era o imperador romano. Ele foi o primeiro imperador a exigir de seus súditos veneração divina. O choque entre cristãos e o imperador era inevitável. Domiciano não desencadeou uma perseguição geral contra os cristãos, mas aqui e ali surgiram problemas com perseguições e mortes. Foi o início das grandes perseguições, em número de dez, que assolaram a igreja cristã no império romano.
Desconhecemos os detalhes que levaram o apóstolo João, sob ordem do imperador Domiciano, à prisão e ao exilio na ilha de Patmos. Essa ilha dista 96 km ao sudeste de Éfeso. A ilha media 16 km de extensão e 10 km de largura. Nela quase não existia vegetação. João abrigou-se, provavelmente, numa caverna. No ano de 96, João foi libertado por ordem do imperador Nerva (AD 96-98) e voltou para Éfeso, onde veio a falecer. Éfeso abriga a sepultura do apóstolo João e de Timóteo. Alguns até julga que ali se encontra também a sepultura da virgem Maria.
Da ilha de Patmos, o apóstolo João podia contemplar as águas do mar Egeu e ao longe no horizonte as montanhas da Ásia Menor, atrás das quais estavam suas comunidades, especialmente, sua querida comunidade em Éfeso (hoje: Selçuk). O apóstolo aproveitou o tempo do seu exílio para orar por suas comunidades, pois estava preocupado com o futuro das mesmas. A igreja estava sendo atacada por inimigos de fora e de dentro. Ela já sofrera perseguições isoladas. Mas agora afigurava-se no horizonte um quadro cruel, uma perseguição geral ao cristianismo. Além do perigo de fora, havia o perigo de dentro. A decadência da vida santificada e o surgimento de falsos profetas, preocupavam o apóstolo João.
Em meio a essas preocupações e orações, Jesus apareceu ao apóstolo e o consola com sete visões sobre o futuro da igreja. Visões que não têm o objetivo de ensinar doutrinas, mas de consolar o povo de Deus neste tempo do fim.
RESUMO DO LIVRO DE APOCALIPSE
O livro de Apocalipse pode ser dividido em: Introdução (1.1-8), as Sete Visões (1.9-22.9) e o Fim (22.6-21). Seu conteúdo abrange o período do Novo Testamento, a saber: o tempo entre a ressurreição de Cristo e sua volta em glória para julgar os vivos e os mortos, com a criação do novo céu e da nova terra.

Introdução (1.1-8): Visão do Cristo glorificado. Visões:
1a. Visão: (1.9-3.22): Mostra Jesus como regente da igreja. Ele se movimente entre os sete candeeiros, as sete comunidades, que representam a igreja cristã, à qual Jesus governa com sua palavra. É um resumo cia história da igreja cristã.
2a. Visão: (4.1-8.1): Mostra Jesus como rei, que tem o futuro em suas mãos. Ele governa o mundo de tal forma que tudo, mesmo os sofrimentos, venham servir para o bem de sua igreja.
3a. Visão (8.2-11.19): Mostra Jesus como sumo-sacerdote em sua igreja. Ele não permite que os limites da igreja sejam atrofiados, mesmo que as sete trombetas, a multidão de falsos profetas a assolem.
4a. Visão (12.1-14.20): Mostra a ferrenha luta do dragão, o anticristo, contra Cristo e sua igreja.
5a. Visão (15.1-19.21): Mostra o juízo de Deus sobre o mundo e o triunfo dos eleitos.
6a. Visão(20.1-15): Resumo de todo o livro de Apocalipse, sob diferentes quadros. Como Jesus acorrenta o dragão e o mantém acorrentado até lança-­lo no inferno.
7a. Visão (21.-22.5): A igreja triunfante. O novo céu e a nova terra, a nova Jerusalém.
Fim (22.5-21): Palavras finais.
VISÃO ABRANGENTE
     Para uma compreensão melhor e uma visão mais abrangente do livro de Apocalipse, convém lembrar que o apóstolo João não descreve os acontecimentos em ordem cronológica, mas descreve quadros que se repetem em forma de espiral, intercalados por dois parêntesis. Veja o desenho ao lado.

I - Introdução
Mostra a Cristo glorificado, que governa todas as coisas.
A - O comissionamento para escrever: 1.1-20
B - Preparação para o recebimento das mensagens proféticas: 2.1-3.22
C - A visão inaugural do céu: 4.1-5.14

II - As profecias
As profecias estão divididas em três ciclos. Cada ciclo trata do mesmo tema, tem a mesma base e repete o conteúdo anterior de outro ângulo, com novo enfoque e é interrompido por um parêntesis, que oferece urna visão abrangente de todo o período da era cristã, da ascensão ao juízo final.
a.     Primeiro ciclo. Coisas que vem e passam, no período da era cristã, em
forma de tribulação entre os homens: 6.1-8.5
b.     Segundo ciclo. Coisas que vem e passam, no período da era cristã, em
forma de tribulação, associadas ao mal: 8.6-11.19.
[Parêntesis - A luta cósmica ente Cristo e Satanás, os fiéis e as forças do mal. - A grande visão do ciclo de todas as coisas: 12.1-14.20]
c.      Terceiro ciclo. Coisas que vem e que passam em forma de terror e o mal, entre a besta e a igreja: 15.1-16.16.

III - O Fim
Tudo está pronto para o fim, a vinda de Cristo, a proclamação da vitória do Filho do Homem, o Juízo Final, o Novo Céu e a Nova Terra.
a.      Julgamento e condenação das forças do mal: 17.1-18.24
b.      Celebração da vitória de Cristo: 19.1-21
[ Parêntesis. A luta cósmica entre Cristo e Satanás, entre os santos de
Deus e as forças do mal. A vitória de Cristo. Condenação de Satanás. A
segunda grande visão cósmica de todas as cousa: 20.1-10.]
c.      Novo céu e nova terra: 20.11-22.21.
SIMBOLOGIA
Uma das características dos livros proféticos é falarem em figuras e símbolos. Ainda hoje gostamos de usar figuras e símbolos para expressar emoções e sentimentos. Eis aqui a lista do significado de alguns símbolos: números, cores e figuras.
1) Números:
- Três (3) - E número santo, perfeição, usado para designar o Deus Triúno.
- Três e meio (3 1/2) - Metade de sete. Imperfeição, sofrimento. Período
designado de sofrimento ou perseguição. Confere: Daniel 7.2-5; 12.7. Assim derivados: três anos e meio, 42 meses ou 1.260 dias.
- Quatro (4) - Criação de Deus. Simboliza a criatura.
- Seis (6) - Imperfeição.
- Sete (7) - E número santo. Número da perfeição, consumação e descanso. Soma de 3 + 4= 7. Criador e criação.
- Doze (12) - Número especial, que lembra as doze tribos de Israel e os doze apóstolos. Sugere com seus múltiplos a igreja cristã, o novo e o antigo Testamento. Número dos eleitos.
- Mil (1000) - Uma multidão. Um tempo longo, mas limitado.
2 - IMAGENS
- Chifres: poder; cabelos brancos: eternidade; roupara cumprida: dignidade sacerdotal; cinto de couro: poder real.
3 - CORES
- Branco: pureza, vitória; vermelho: violência, martírio; preto: sofrimento e morte; púrpura: dignidade; amarelo pálido: morte; amarelo ouro: vida.
Colocado isto, podemos passar para a leitura desse tão precioso livro, tão cheio de consolações. Nenhum outro livro da Bíblia traça o perfil do Cordeiro que morreu (5.6-10) em sua glória e majestade, como o Senhor ressuscitado, o Rei dos reis, e o Senhor dos senhores, o Messias profetizado no Antigo Testamento, como o livro de Apocalipse.
INTRODUCÃO: 1.1-3
A compreensão do primeiro versículo é de fundamental importância para a interpretação de todo o livro.
Jesus revela à sua igreja o que acontecerá em breve. A palavra breve tem sentido imediato tanto para nós, como para os que nos sucedem, como o teve para os que nos antecederam.
Jesus é o receptor e também o doador da visão. Quando Jesus recebeu esta revelação não é dito. Provavelmente já desde a eternidade. Pois Jesus falou antigamente pelos profetas, depois veio pessoalmente proclamar o amor do Pai e agora nos fala pela Bíblia (Hebreus 1.1-3; João 3.11-15). Infelizmente, a grande maioria não lhe deu atenção e ainda hoje não crê (João 1.11; 3.11,12). O que Jesus recebeu do Pai, ele o transmitiu a seus apóstolos. Pois, o Espírito Santo, que Jesus enviou no dia de Pentecostes, não veio trazer coisas novas, mas lembrar os discípulos de tudo o que Jesus havia ensinado (João 12.49; 17.8; 16.13-14; 15.23-26). Por isso, Apocalipse também não traz doutrinas novas, mas consolo aos fiéis dos tempos do fim, nos quais a igreja enfrentara muita tribulação (Atos 14.19; Romanos 8.35). O que Jesus já ensinara a seus discípulos, Jesus mostra aqui através de visões a seu servo João, para consolo dos fiéis, para que não se escandalizem com os acontecimentos (João 16.1).

PR1MEIRA VISÃO: 1.4-3.22
A primeira visão é um todo dividido em sete partes. Nesta visão, Jesus mostra a situação interna da igreja durante o período entre a ascensão e o juízo final. Ele destaca, especialmente, que ele é o Senhor da igreja. Ele está com sua igreja em todos os momentos, também nos momentos de tribulação e de perseguição. Mesmo nos momentos de decadência, ele sabe guardar o seu pequenino rebanho (Lucas 12.32).
Segue uma visão gloriosa da pessoa, dos ofícios e da obra de Jesus. Jesus o Alfa e o Ômega, o começo e o fim. Ele é semelhante a um filho do homem (Fp 2.7,8). Jesus não está mais no estado de humilhação, mas em gloria. Também esta glória é representada em figura. As figuras descrevem Jesus como o Sumo-sacerdote e como Rei. Seu olhar é de fogo, por ser juiz. Seus pés são de bronze (metal polido), para pisar seus inimigos. Sua voz como voz de muitas águas para se fazer ouvir entre as nações. Jesus quer que todos ouçam o que ele tem a dizer. Sua palavra é como espada de dois gumes, que fere os inimigos (Efésios 6.17; Hebreus 4.12). As sete estrelas em sua mão direita representam os pregadores do evangelho (Efésios 4).
Ao ver esse quadro, João cai por terra como morto. O esplendor da glória de Jesus o prostra em grande reverência. O Senhor estende sua mão, como no caso de Daniel (Daniel 8.19), com as palavras: "Não temas!" A graça o reergue.
É bom saber que ainda hoje Jesus tem a igreja em suas mãos, e a cada cristão individualmente. Ninguém pode arrebatá-los de suas graciosas mãos.
As cartas são dirigidas as sete congregações da Ásia Menor. Elas representam a igreja do Novo Testamento. As palavras "aos seus servos" (v.1), são abrangentes e se referem a todos os servos do Novo Testamento.
"Graça e paz a vos outros." Jesus está falando à sua igreja aqui na terra, a pecadores santificados que vivem diariamente da graça. Pela graça eles têm paz com Deus (Rm 5.1). Aquele "que e, e que era, a saber Deus Pai". Dos sete Espíritos que se acham diante do seu trono. Este é o Espírito Santo, apresentado aqui não quanto ao seu ser, pois se encontra diante do trono, mas segundo a sua obra, a obra da santificação. E da parte de Jesus Cristo a fiel testemunha. Também Jesus é descrito conforme sua ação salvífica, como grande Salvador da humildade.
No v.6. Jesus os constituiu reino e sacerdotes ( 1 Pedro 2.9). Versículos 7 e 8, descrevem Jesus como o Juiz que vem com as nuvens, em grande glória para o triunfo final, para julgar seus inimigos.
No versículo 9, João denomina-se nosso irmão nas tribulações. O mundo odeia os filhos de Deus (João 15.18-19).
Achei-me no espírito (v.10). O Espírito Santo apossou-se de João. Em si, todo o cristão é um templo do Espirito, independente de grau de sua fé (1 Coríntios 6.19). Aqui João relata sobre um ato especial do Espírito Santo. O Espírito Santo apossou-se de sua mente e a dirige. Confere acontecimentos semelhantes: 2 Co 12.2; Ez 37/.1; Dn 10; At 10.11; 11.5; 22.17). São revelações especiais de caráter sobre natural.
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Apocalipse – O Agora e o Porvir. Lição - 03

PRIMEIRA VISÃO: 1.4 - 3.22

A primeira visão é um todo dividido em sete partes. Pela visão, Jesus mostra a situação interna da igreja durante o período da graça, que iniciou com a ascensão e se estende até a vinda de Jesus em glória, para o juízo final. A visão destaca Jesus como Senhor da igreja. Ele guia sua igreja e está com ela em todos os momentos, também nos momentos de tribulação e/ou de decadência.
Cartas as sete igrejas, 1.19-3.22
Jesus, o Senhor da igreja, envia mensagens às sete igrejas da Ásia Menor. Ele mostra a situação dessas igreja e o que Deus pensa a respeito delas. Ele as repreende, convida ao arrependimento e consola. Estas igreja espelham também a Igreja Cristã do Novo Testamento. Essas cartas são a base do livro de Apocalipse e preparam para a compreensão das profecias que seguem.
0 apóstolo João recebe mais uma vez a ordem para escrever (1.19,20), e desta vez para escrever todo o livro. "As cousas que viste, e as que são, e as que hão de acontecer depois destas."
"O mistério das sete igrejas" (1.20). A igreja cristã é um mistério, por isso confessamos: "Creio na santa igreja cristã, a comunhão dos santos." Jesus explica. Os candeeiros de ouro são as igrejas. Elas são de ouro, porque foram purificadas pelo sangue de Jesus. Elas estão nas mãos de Jesus que as comprou e a quem pertencem. Ele as guia e protege. As sete estrelas são os anjos, os mensageiros, os pastores dessas igrejas. Eles brilham como estrelas, porque proclamam, por palavras e obras de Cristo, a luz que guia ao céu (Mt 5.13; 2 Co 5.10; Fp 2.15; 1 Tm 4.12; Ef 4; 2 Co 6.1; At 20.28).
Seguem as cartas dirigidas as sete igrejas da Ásia Menor. Estas cartas revelam situações dessas congregações. Elas se dirigem também a cada cristão e a cada comunidade no tempo da graça. As cartas parecem espelhar também, de certa forma, a história da igreja cristã. Digo parece, porque não se pode aplicar isso literalmente a cada período, como alguns o fazem.
As cartas seguem um arranjo semelhante: 1) A ordem para escrever; 2) Identificação de Jesus como autor; 3) Diagnose da congregação em foco; 4) Exortação e chamado ao arrependimento, com recomendações; 5) Chamado para despertar; 6) Promessas.

PRIMEIRA CARTA, À IGREJA DE ÉTESO, 2.1-7
Éfeso era uma das mais opulentas cidades do seu tempo, com 255 mil
habitantes. Seu majestoso templo da deusa Diana constituía uma das sete maravilhas do mundo. Neste templo reinava nela grande idolatria e imoralidade. A congregação foi fundada pelo apóstolo Paulo, em 51 AD (Atos 18.19; 1 Coríntios 15.32; 16.9). Nela trabalharam: Apolo, Áquila e Priscila, Timóteo e o apóstolo João (At 18.18-24; 20.17; 1 Tm 1.2).
Jesus se apresenta à congregação de Éfeso como aquele que tem as igrejas em suas mãos. Ele elogia a vigilância dessa congregação, sua perseverança, seu suportar as perseguições, seu zelo pela verdade, sua luta contra as obras dos nicolaítas. Essa seita se originou, como se presume, da desinterpretação de uma carta do diácono Nicolau (At 5.5). A seita ensinava: Podemos pecar a vontade para que a graça de Deus seja abundante. Hoje os antinomistas ensinam que não se deveria pregar a lei de Deus na igreja. Isto leva à libertinagem.
Jesus tem uma queixa contra a igreja de Éfeso: Ela perdeu seu primeiro amor. O amor, fruto da fé. Logo, a fé estava enfraquecendo (João 14.23,24; 1 Jo 1.3; 1 João 2.4,15). Jesus considera a perda do primeiro amor uma queda e chama ao arrependimento. Se eles não se arrependerem, Jesus vai retirar sua palavra dali, isto é, a igreja vai desaparecer. Infelizmente isto aconteceu. O vencedor, porém, desfrutará a comunhão com Deus.
A igreja de Éfeso parece espelhar o tempo apostólico. Seu zelo, sua vida santificada, seu amor à verdade. Mas já naquele tempo se fizeram sentir os sintomas da decadência (1 Coríntios 5.6; Gálatas 1.5). E impressionante observar como hoje, no berço do cristianismo, não há praticamente mais nada de cristianismo. O islamismo domina. E nós de onde caímos?

SEGUNDA CARTA, À IGREJA EM ESMIRNA, 2.1-11
Esmirna fica a 64km de 'Éfeso. Ela era um importante centro comercial com o cruzamento de rotas comerciais, terrestres e marítimas. A cidade foi destruída várias vezes por terremotos e incêndios, mas sempre reerguida. Hoje, ela é uma das mais importantes cidades da Turquia. A igreja cristã ali era pequena e pobre. Sofreu cruéis perseguições, tanto por parte dos judeus como dos gentios. No ano de 155 AD, seu bispo Policarpo, discipulo do apóstolo João, foi queimado, mesmo sendo de idade avançada. A cidade conta hoje com 2.848 milhões de habitantes, a terceira maior cidade da Turquia, na maioria muçulmanos e uma pequena comunidade cristã.
Jesus se apresenta a ela como aquele que sofreu e vive. Não a censura, antes a consola e elogia sua perseverança e fidelidade. Ela é rica para com Deus. O sofrimento de "dez dias" significa um período curto e determinado. Aos fiéis está reservado a coroa da glória eterna, que não é passageira como os louros que os atletas conquistavam nos estádios esportivos de Esmirna. A comunidade é exortada a permanecer fiel.
Esmirna parece espelhar a igreja cristã dos primeiros três séculos que foi assolada por perseguições. A quem Jesus pode elogiar hoje? Cumpre-nos perseverar com toda a fidelidade na palavra de Deus.

TERCEIRA CARTA, À IGREJA DE PÉRGAMO, 2.12-17
É cidade antiga, bela e rica da província de Misia. Foi célebre como centro de artes e literatura. Ali foi inventado o pergaminho, feito de couro de cabra. A cidade possuía uma grande biblioteca. Muito notável, também, por seu culto aos deuses: Vénus, Zéus e Esculápio, o deus da magia e da medicina. O culto a César trouxe conflitos e perseguições aos cristãos. Antipas foi martirizado nesta cidade. Satanás instalou ali o seu trono e, mudando de tática, seduziu os cristãos ao mundanismo. Quão próximos estão os dois reinos neste mundo. Hoje a cidade conta com 15 mil habitantes.
Jesus se apresenta à comunidade como aquele que tem a espada de dois gumes (Ef 3.17). O pastor da igreja se manteve fiel. N entanto, ele deve ser mais decisivo. Houve tolerância e desleixo na disciplina cristã (1 Coríntios 5.6; Gálatasl 5.9). Isto é expresso pela doutrina de Balaão e a doutrina dos nicolaítas (Números 31.15,16; 2 Pedro 1.5; 2.15,16; Judas 11). Pérgamo é uma congregação dividida; fiel na doutrina, mas descuidada na vida santificada.
Jesus chama a igreja ao arrependimento e à luta. A arma é a palavra de Deus. Se ela não a usarem, a palavra será contra ela. Ao vencedor será dado o maná, o estar à mesa celestial no céu (Isaias 62.1-4; Romanos 8.24,25; Éfeso 3.14-19), e o receber a "pedrinha branca." Não sabemos o que é esta "pedrinha branca". Provavelmente para expressar o relacionamento pessoal com Deus. Quando chegarmos no céu, receberemos o nosso "novo nome" e a "pedrinha branca".
A igreja de Pérgamo parece espelhar o período entre 323 e 800 AD. Houve ainda perseguições. Com a conversão do imperador Constantino ao cristianismo (AD 274-337), a igreja teve paz. Então Satanás mudou de tática e começou a seduzir os cristãos para amarem o mundo e as coisas que há no mundo. E instalou em seu meio o seu trono, com o início do papado (2 Ts 2.3-4).

QUARTA CARTA, À IGRFJA EM TIATIRA, 2.18,19
Cidade (hoje: Akhisar, significa: sacrifícios perpétuos; 160.629 habitantes) é pequena, porém famosa por seus produtos manufaturados, por sua arte de tingir com púrpura. Hoje conta com 50 mil habitantes.
Jesus se apresenta como o filho de Deus, com seu olhar de fogo e seus pés de bronze para juízo. Jesus elogia as obras: o amor, a fé, o servir, e o crescimento nas boas obras. Falta-lhe, porém, uma coisa, fidelidade à palavra de Deus, a brecha pela qual Satanás conseguiu operar. E ele conseguiu instalar ali o amor ao mundo. A palavra "mundo" é simbólica e designa o amor às cousa pecaminosas. A acusação que pesa sobre a igreja de Pérgamo é a tolerância com Jezabel, a profetiza adúltera. O nome lembra a rainha Jezabel, esposa do rei Acabe (1 Reis 18,19; 2 Reis 9.32). A palavra "prostituição" é usada em sentido figurativo: desviar-se, romper a comunhão com Deus. Parece que ninguém tinha coragem para advertir essa mulher e condenar seus erros. Jesus toma a situação em suas próprias mãos. Intervém e castiga, mas ainda com amor, para levar ao arrependimento. Pouco depois, não se ouve mais nada a respeito dessa igreja. Ela desapareceu da história.
Jesus consola o pequeno grupo de fiéis, os "vos outros" (v.24), que não conheceram "as profundezas". O mundo considera os cristãos ignorantes. As profundezas do saber são muitas vezes "as profundezas de Satanás." "Conserva o que tens"(1 Co 5.13; 2 Co 6.14-18). Quem permanecer fiel, recebera autoridade sobre as nações. Autoridade que já conhecemos pelo oficio das chaves. Poderia haver maior autoridade do que essa do oficio das chaves? Além disso a autoridade de governar pela oração. E no dia do juízo, estaremos ao lado de Jesus para julgar as nações (1 Co 6.21). No céu terão grande resplendor (Fp 2.15). A estrela da manhã, simboliza a imortalidade.
Tiatira parece espelhar o período entre os anos 800 e 1214 da história da Igreja Cristã. A igreja teve forma de piedade, mas faltou-lhe fé. O Papa de Roma assume os dois poderes, o poder eclesiástico e o poder civil. Estas tentações permanecem até hoje. Bem-aventurados aqueles que guardam a fé e pertencem aos "vos outros," que não se deixam enganar pelas "profundezas de Satanás."

QUINTA CARTA, À IGREJA DE SARDES, 3.1-6
Sardes, a antiga capital da Lidia, era conhecida por sua fabricação de lã tingida e seu comércio. Hoje é uma a região inóspita e a cidade com este nome dista a 85 km dali 35 ml habitantes. A igreja desta localidade não sofreu perseguições, nem foi assolada por falsos profetas. Seus membros ricos passaram a amar o mundo ( 1 Timóteo 5.6). A igreja manteve o nome de cristã, porque manteve em seu meio a palavra de Deus, mas ela estava espiritualmente morta. Sua religiosidade era só exterior. Viva, morta (Romanos 6.11).
Jesus se apresenta a ela como aquele que tem os sete espíritos, e as sete estrelas, a saber aquele que guia a sua igreja e concede pastores e dons.
Jesus adverte pastores e membros dessa igreja e lhes diz: "Acordai!" Um vigoroso chamado ao arrependimento. Isto ainda era possível, porque ela possuía a palavra de Deus, pela qual o Espírito Santo poderia agir. E havia um resto de fieis. Consolida o resto. Ha urgência.
A igreja parece espelhar o período entre 1294 e 1517. 0 período antes da Reforma Luterana. Este chamado vale a cada um de nós até hoje.

SEXTA CARTA, À IGREJA EM FILADÉLFIA, 3.7-13
Cidade fundada no ano 150 a C, pelo rei Attalus Filadelfus II, rei de Pérgamo. Em seu meio florescia a cultura grega e a indústria do vinho. A cidade continua até hoje e conta com 6.629.431 habitantes. Seu nome é Alasher, Turquia. A igreja era pequena, mas fiel.
Jesus se apresenta a ela como o "santo e verdadeiro," aquele que tem as chaves (Isaías 22.22; Apocalipse 1.18; Mateus 16.19; João 14.6). São as chaves do céu, da nova Jerusalém, as chaves da absolvição. Jesus só tem elogios para esta comunidade e nenhuma repreensão. A comunidade é pequena, fiel e missionaria. Deus lhe abriu uma porta para a missão e ninguém a poderá fechá-la. Até alguns da sinagoga de Satanás se converteram. Jesus estimula a igreja a permanecer fiel. Ele vira em breve. Os fieis serão coluna no templo e seus nomes serão lembrados eternamente.                                                                       
A igreja parece espelhar o período da Reforma Luterana de 1517 a 1800. Um exemplo a ser seguido.


SÉTIMA CARTA, À IGREJA EM LAODICÉIA, 3.14-21
Laodicéia, antiga capital da Frigia, era famosa por sua escola de medicina, seu colírio oftálmico e seus tecidos em negro natural. Sofreu terremotos, mas foi reerguida. Nela havia várias comunidades cristãs. No ano 361 AD, realizou-se ali o Concilio de Laodicéia, no qual foi estabelecido o Canon do Novo Testamento. Isto é, foram fixados os livros que integram o Novo Testamento. Seu Regimento Interno de 60 itens foi preservado até hoje. Em 1400 a cidade foi totalmente destruída. Hoje só restam ruinas. A cidade do mesmo nome se encontra a 80 km dali, chamada Denisli, com 20 mil habitantes.
Jesus se apresenta a ela como o "Amém", a fiel (verdadeira) testemunha. Isto indica o fim. A igreja não recebe elogios. É morna. Jesus está prestes a vomitá-la da boca. Julga-se rica e auto suficiente. Ela tem ainda a palavra de Deus, mas sua religiosidade é só exterior. Jesus a reprova. "Quem não é por mim é contra mim, quem comigo não ajunta espalha." "Que comunhão pode haver entre a luz e as trevas"(Lucas 11.23; 1 Coríntios 6.14). Mas Jesus ainda a ama. Ele a repreende. Ela precisa da pregação da lei. Se ela ouvir, será consolada.
Laodicéia parece espelhar a igreja dos tempos do fim, o nosso tempo. Em seu amor, Jesus continua chamando ao arrependimento. Ainda é tempo da graça. Ao vencedor será dado assentar-­se no trono da glória.

CONCLUSÃO
Estas sete cartas são advertência e consolo para a igreja cristã de todos os tempos. Cada comunidade, cada pastor e cada cristão deve examiná-las sob oração, para reconhecer os perigos e as tentações; para arrependimento, para consolo e orientação, nas mais diferentes situações da vida cristã. O fato de a igreja cristã ser tão odiada, atacada e perseguida, e subsistir a tudo isto, é graça de Deus. O fato de Deus nos ter chamado e levado à fé em Cristo e conservado nesta fé, também é imerecida graça de Deus. Por isso queremos apegar-nos à sua palavra e seus sacramentos para permanecer fieis ao nosso Salvador, pelo auxílio de Deus Espírito Santo. Apesar de toda a luta, a tônica no livro de Apocalipse é a vitória de Cristo, a alegria e louvor ao Cordeiro que obteve a vitória. Que Deus, por sua graça, nos ampare para permanecermos fieis. Amém.
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Apocalipse – O Agora e o Porvir. Lição - 04

A história da Igreja no mundo vista do céu. 4.1 – 7.17
Na primeira visão (2.1-3.22), Deus mostrou ao apóstolo João, pelo quadro das sete igrejas da Ásia Menor, as lutas e os problemas que a igreja cristã enfrentaria no tempo do fim, no período da ascensão ao juízo final. Mostrou-lhe também como Jesus, o Senhor da igreja, admoesta, protege, consola, fortalece e guia sua igreja à vitória. Na segunda visão (4.1-7.17), Deus mostrou ao apóstolo a mesma igreja, no mesmo período, mas agora vista do céu, da sala de comando, de onde Jesus a governa.
A visão do trono
"Depois destas coisas"(4.1). Estas palavras não se referem aos acontecimentos anteriores relatados na primeira visão, mas anunciam a segunda visão. Como se Jesus dissesse: Você viu a igreja. Muito bem. Vem cá, vou mostrar-te coisas ainda mais maravilhosas, como eu edifico, protejo e guio minha igreja do céu. Então abriu-se uma porta no céu. Uma voz, que João já conhecia, o convidou a subir. João viu isso em estado de êxtase, em visão. Ele olhou e viu o glorioso trono de Deus, mas em figura. Deus não tem trono. O céu é seu trono e a terra o estrado dos seus pés (Atos 7.59). Jesus habita em "luz inacessível," a quem homem algum jamais viu, nem é capaz de ver (1 Timóteo 6.16). O apóstolo Paulo, que foi elevado até ao terceiro céu, não pôde descrever a glória celestial (2 Coríntios 12.4). João deve relatar o que viu para consolo da igreja. Por isso, a glória lhe é mostrada em figura.
"Alguém sentado". Este "Alguém" é indescritível. O aspecto é como de jaspe e sardônio. Que amor da parte de Deus Pai. Ele procura ilustrar sua indescritível glória por fracos elementos materiais, a fim de fazer-nos sentir um pouco de sua glória e majestade. As duas pedras são pedras preciosas. Elas têm colorações diferentes, avermelhadas e simbolizam as qualidades de Deus, tanto sua justiça (a lei), como sua graça (o evangelho). O arco-íris dá testemunho da fidelidade e da imutabilidade de Deus em relação à promessa da graça (Isaías 54.10). Os vinte e quatro anciões (doze tribos de Israel e doze apóstolos) ao redor do trono representam o santo ministério, e assim toda a cristandade do Antigo e do Novo Testamento. Que consolo para os ministros que aqui na terra são perseguidos e maltratados (Lc 13.34; Mt 5.12; At 7.52).
Do trono saem relâmpagos que simbolizam os retos e justos juízos de Deus (Êx 19.1). Também vozes. A voz humana de Deus representa Cristo, o evangelho. Deus faz ouvir sua voz no mundo. As sete tochas são os dons do Espírito Santo que iluminam os mensageiros com a pregação do evangelho (At 2.17). Mesmo durante os terríveis juízos de Deus, o evangelho consolador continua a ser proclamado para consolo dos que se arrependem e confiam na graça de Cristo.
Diante do trono um lago de cristal (4.6). Que significa isso? O mar representa na Bíblia normalmente a massa humana. Aqui, porém, temos um mar cristalino, transparente diante do trono. Não sabemos bem o seu significado. Deus habita em luz inacessível. Só ele poderia vir para estabelecer comunhão com os homens decaídos em pecado. E em sua graça, ele o fez.
Em volta do trono quatro seres viventes, um semelhante a leão, outro semelhante a um novilho, outro, a um rosto de homem e um semelhante a uma águia. O apóstolo vê seres viventes com asas, cheios de olhos. O profeta Ezequiel viu algo parecido (Ezequiel 1). As interpretações divergem. Alguns são de opinião que eles representam as criaturas a serviço de Deus. Esses seres prestar culto a Deus. Toda a criação louva a Deus. Pode ser. Nossos pais preferiram ver aqui a força da palavra de Deus, o oficio da pregação, o santo ministério. Por isso nossos pais já representavam o evangelista Marcos, como leão; Lucas, como novilho, Mateus, como homem, João, como águia. Detalhes sobre o porquê desta representação não temos. A palavra tem a força de leão, seu conteúdo lembra o sacrifício do novilho no Antigo Testamento, o semblante, lembra Cristo, ou o fato de que a palavra foi dada em linguagem humana, e a águia lembra a agilidade com que a palavra é proclamada. Assim os quatro seres representa a pregação da palavra de Deus na terra, para a edificação da igreja. Estão voltados para o trono a quem tributam honra e glória. A palavra leva a tributar glórias a Cristo. Suas seis asas simbolizam o respeito e o trabalho (seis é o símbolo do trabalho). Os olhos simbolizam a clareza da palavra de Deus que penetra (Hebreus 6.12). Eles agem dia e noite com grande fervor e proclamam a glória de Deus. Onde a palavra é proclamada, ali há vida, ali o Espírito Santo gera a fé, ali se tributam glórias a Deus. Ali Jesus é conhecido e adorado.
Maravilhosa visão. Esta visão foi dada para consolo especial, antes que venham as visões da tribulação. Quem guarda isso na mente, jamais será abalado (Romanos 8.35-37).
A visão das coisas que vêm e passam, no período da era cristã, em forma
     de tribulação entre os homens, 5.1-14.

A visão do céu continua. Na mão direita daquele que está sentado no trono (5.1-4), eu vi um rolo selado com sete selos. A mão direita é a mão do seu poder. Que livro ou rolo é esse? E um rolo que será aberto vagarosamente. É o livro da história da igreja no mundo, como veremos na abertura dos selos. Isto é figurativo. Deus não tem livros. Por esta visão Deus quer consolar a igreja e dizer-­lhe que a história da igreja, a história de cada um dos fiéis, a nossa história, Deus a tem em suas mãos e a traçou cuidadosamente em amor. O conteúdo desse livro ninguém conhece, nem os anjos (1 Pedro 1.12). O livro de Apocalipse também não nos revela o seu conteúdo, só aspectos para nosso consolo. No livro está nossa própria história, o mistério da justiça e do amor de Deus.
Não havia ninguém para abrir o livro. O apóstolo chora! Como se não houvesse salvação para ninguém. Todavia, um dos anciões o consola e lhe diz: "Não chores: Eis que o leão de Judá venceu" (5.5). Este é Jesus, o Cordeiro de Deus (João 1.36). Ele está no meio do trono do Pai, e também no meio dos quatro seres viventes e dos anciões. Ele está na glória do Pai, no meio de sua Palavra e no meio de sua igreja. Seus sete chifres mostra seu poder, os sete olhos, dos dons do Espírito Santo. Ora, se ele está assim com sua igreja, quem poderá fazer mal aos eleitos. Ninguém!
O Cordeiro tomou o livro da mão do Pai (5.7). Provavelmente no dia de sua coroação, o dia da ascensão. Ao tomar o livro, os seres viventes e os anciões se prostraram e adoraram com um cântico novo de louvor que todos os fiéis cantam aqui e no céu, e hão de cantar eternamente. O canto novo é o canto do evangelho. Amém.
Os Selos
Após essa visão consoladora, o Cordeiro tomou o rolo e começou a abrir os selos. O apóstolo João recebeu, em forma de quadro e figuras, informações para relatar o que aconteceria à igreja cristã. O evangelho é pregado. Há perseguições e lutas. Os fieis são amparados.
Após a adoração do Cordeiros, sua vitória, sua ascensão e adoração no céu, o primeiro selo aberto. O que segue é perturbador. Pois não seguem um triunfo imediato do Cordeiro, mas uma sequência de desastres, males e tribulações causados pelos pecados do homens. A igreja sofre, mas os eleitos têm esperança. O que vemos é o que Jesus expôs a seus discípulos em Mateus, cap. 24. Os cavalos são os juízes de Deus sobre a humanidade pecadora.
Primeiro selo: O cavalo branco, 6.1-2.
Uma voz disse ao apóstolo João: Vem! Ele deve olhar e prestar atenção. Ele viu um cavalo branco. O cavaleiro tinha um arco, uma coroa, que saiu para vencer. Parece ser o mesmo quadro de 19.11, mas não é. Aqui não se trata de Cristo, mas dos juízos de Deus sobre a humanidade. Aqui temos um falso cristo, um imitador de Cristo. Ele tem um arco em suas mãos. Arcos são instrumentos dos inimigos de Cristo. Temos aqui provavelmente a figura do anticristo. É lhe dado uma coroa (passivo), pelo consentimento de Cristo, recebe vitória. Ele traz grande destruição. Um severo juízo por não darem crédito à verdade.
Segundo selo: O cavalo vermelho, 6.3-4.
O vermelho simboliza a guerra (Mateus 24.6). Pela vontade de Deus é lhe dado a espada. Deus pune a humanidade com guerras e rumores de guerras. É o que vemos ao nosso derredor. Só no novo céu e na nova terra haverá paz completa. Os que vêm a Cristo, têm paz no coração, mesmo sendo perseguidos ou estando em meio as tribulações dessa vida. Eles serão consolados.
Terceiro selo: O cavalo preto com a balança, 6.5-6.
A cor preta indica fome e morte. A balança pode simbolizar comércio ou juízo. O cavalo traz a miséria sobre a humanidade. Miséria não resultante em primeiro lugar da carestia, mas do mau comércio, da injustiça social, da exploração, dos maus negócios. Deus intervém e ordena: "Não danifiques o óleo e o azeite." Óleo e azeite são usados também como remédio, podem bem representar a palavra de Deus que cura a alma. Deus impede o colapso total e zela para que a palavra de Deus continue à disposição até o final.
Quarto selo: O cavalo amarelo, 6.7-8.
A calamidade que teve seu início no terceiro selo se intensifica. A interpretação é dada. Seu cavalo se chama morte, seguida pelo inferno. Onde a morte campeia, o inferno tem colheita farta. Deus envia tempos de pestes, guerra, catástrofes. São castigos por terem rejeitado o amor de Deus. Jesus o anunciou ao dizer: "Se levantara nação contra nação, reino contra reino, e haverá fomes e terremotos"(Mateus 24.7). Moisés e Ezequiel também falaram desses tempos (Lucas 25.14-17; Ezequiel 14.21). Haverá contrastes: extrema pobreza e grande riqueza. Eles são mensageiros e prenúncios do juízo final. Mas os cristãos, mesmo que atingidos por esses flagelos, sabem que o inferno não tem poder sobre eles. Os sofrimentos não são para serem comparados com a glória porvir (Romanos 8.18).
Quinto selo: Almas sob o altar, 6.9-11.
O apóstolo vê almas dos que tinham sido mortos por causa da palavra de Deus. "Os que morreram nas perseguições” (Mateus 24.9; Filipenses 2.17; 2 Timóteo 4.6). Essas almas estão debaixo do altar. Nosso altar é Cristo (Hebreus 13.10). Ali oram, pedindo que os dias do sofrimentos sejam abreviados e que Jesus se vingue de seus inimigos (Salmos 35.17; 94.1). Tal pedido não contradiz a ordem de Cristo: "Amai os vossos inimigos" (Mateus 5.44). A graça tem limites. Por isso Jesus não os repreende, mas consola. Ainda "por um pouco", até que o número dos eleitos esteja completo.

Sexto selo: O juízo final, 6.12-17
O quadro nos mostra o juízo final e a ira do Cordeiro. Muitos buscam outras interpretações, dizendo: Não pode ser. Este é o sexto selo. Que diremos dos outros capítulos. É preciso lembrar a forma cíclica da exposição. Não podemos interpretar diferente. O grande dia chegou, como Jesus o descreveu em Mateus 24.29-31, 2 Pedro 3.10).

Conclusão
Temos assim nos seis selos a revelação das tribulações que se abatem sobre a humanidade, que vêm e passam. Mas os eleitos de Deus serão protegidos pelo Cordeiro. As tribulações são: falsos cristos, fomes e carestias, mortes e perseguição, e finalmente o juízo final, a ira do Cordeiro. Tudo isso, no entanto, está sob o controle de Cristo que protege e guia seus eleitos.
Mais uma visão do céu, um pequeno parênteses
Agora deveria seguir a abertura do sétimo selo. Mas Deus abre um pequeno parênteses, para incluir mais um consolo. Ele nos certifica de que o juízo final só virá quando o último dos eleitos for juntado ao povo de Deus. O parênteses introduz o sétimo selo.
Os quatro anjos em pé (7.1-8) são os anjos do poder de Deus com os quais Jesus vira no dia do juízo final ( 2 Tessalonicenses 1.7-8). Os ventos são as forças da destruição (Jeremias 4.11-13). Os anjos seguram os ventos. Só quando Jesus der a ordem, no dia do juízo final, serão soltos para destruírem céu e terra. Só quando os eleitos estiverem selados e confirmados, vira o juízo. Que consolo.
"Vi, outro anjo"(7.2), com outra ordem. Então vi o número dos leitos (7.4-8). Estes são os eleitos. E a doutrina consoladora da eleição da graça (Efésios 1.3-14). O número 144 mil simboliza 12 x 12 x 1000, o Israel de Deus (Romanos 11.26; 2.28-29), a totalidade dos fiéis. A interpretação de que este número se refere ao Israel segundo a carne, não cabe. Só os que invocam a Jesus serão salvos (Romanos 10.13). Muitos dizem, mas temos aqui o nome das tribos de Israel. Sim! Também isso e simbólico e se refere ao Israel espiritual de Deus. Vejam, Judá está em primeiro lugar e não Rubem, o primogênito. Pois Jesus nasceu de Judá. Efraim e Dã foram deixados fora, mas José e Manassés foram incluídos, para simbolizar os eleitos de Deus aqui na terra.
No versículo 9 vemos esses eleitos mais uma vez, agora na igreja triunfante no céu, como um número incontável, em pé diante do trono, louvando o Cordeiro. É, o milagre da graça de Deus. O triunfo e a alegria no céu é grande. Aleluia. Amém.

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Apocalipse – O Agora e o Porvir. Lição - 05

A Terceira Visão, O Sétimo Selo, 8.2 - 11.19.

     A terceira visão é uma das mais difíceis para interpretar. É preciso lembrar que Jesus não nos desvenda fatos históricos, mas quer consolar seus fiéis, a igreja.
     A expectativa no céu pela abertura do sétimo selo é grande. Com a abertura do sétimo selo, o livro estaria aberto. O livro no qual está registrado o veredicto de Deus, a história da igreja, a tua e a minha história. Quando Jesus, o Cordeiro de Deus se dispôs a abrir o sétimo selo, houve silêncio no céu por meia hora. Todos perceberam a importância do momento. Jesus abriu o sétimo selo. O livro está, agora, aberto diante dos olhos de Jesus. Só ele conhece o seu conteúdo, mais ninguém.
    Com a abertura do sétimo selo espera-se o desfecho final. Mas Deus adia mais uma vez a visão final e apresenta ao apóstolo João um novo quadro, as visões das sete trombetas. Esta visão mostra mais uma vez a história da igreja desde o dia da ascensão até o fim, focando especialmente os juízes que Deus envia sobre a humanidade idólatra. A visão chega ao seu clímax com o toque da sétima trombeta que traz o juízo final.

Cristo, o Sumo Sacerdote, 8.2-6
    João vê sete anjos diante do altar de Deus. Eles recebem sete trombetas. Mesmo havendo semelhança entre os anjos das sete igrejas, estes anjos aqui não representem o oficio da pregação, mas são servos de Deus para executarem as ordens de Deus. Eles recebem sete trombetas. Trombetas foram usadas pelo povo de Israel para convocar para o culto ou para a batalha (Salmo 103.20; Romanos 10.8: Êxodo 19.36). Aqui os anjos são usadas para anunciar juízos de Deus.
     Antes de receberem a ordem para tocar, realiza-se no céu uma cerimônia de culto. "Veio outro anjo" (v.3), como em 7.2. Quem é ele? Alguns são de opinião que o "outro anjo" é um anjo qualquer, como servo de Deus. Este anjo, porém, aqui exerce uma função de intermediário, uma função sacerdotal. Ele apresenta as orações dos santos ao Pai. Por isso, preferimos ver neste anjo o próprio Jesus, em sua função de sumo sacerdote, de mediador (I Timóteo 2.5; Salmo 100.4; Hebreus 6.20). Ele toma "muito incenso," suas próprias intercessões com as orações dos santos. E da mão do anjo, que é Jesus, o incenso subiu ao trono de Deus. Pois nós não sabemos orar como convém (Romanos 8.29). Todas as orações dos fiéis passam pela mão de Jesus (João 14.6; 15.16; 1 João 2.2). Ao falarmos do poder da oração, devemos ter o cuidado para não enaltecer nossas orações e ofuscar a honra e glória de Cristo. "O anjo tomou o incensário, encheu-o de fogo do altar e o atirou à terra. Isto simboliza o atendimento das orações. Deus governa o mundo e sua igreja e os fiéis participam com suas orações. Agora seguem trovões, relâmpagos e terremotos. O prenúncio do julgamento. Basta olhar a história e nossos dias para ver como Deus tem castigado e ainda castiga a humanidade incrédula.

AS SETE TROMBETAS, 8.7-9.21
     O que foi dito nos versículos anteriores serve de base para a interpretação das trombetas. Muitos tentam personificar as trombetas e os juízos, isto leva a erros. O único ponto claro neste quadro é que ele mostra os terríveis juízos de Deus que se abaterão, em grau crescente, sobre a humanidade que rejeita a palavra de Deus. Os efeitos desses juízos divinos se estendem sobre todas as áreas da vida humana e alcançam seu clímax na sétima trombeta que traz o juízo final, a condenação dos incrédulos. Não podemos caracterizar o tempo ou o período, dizendo: este fato histórico é a primeira trombeta, o outro fato histórico é a segunda trombeta. Não. Eles formam um conjunto, como as sete comunidades. A rejeição da palavra de Deus, a perda do temor de Deus trazem sobre a humanidade os juízos de Deus, a destruição, os ais. Muitos pensam aqui em guerras, fomes catástrofes, racionalismo, paganismo, etc. Realmente são todas as desgraças. São um período de julgamento.
     As primeiras quatro trombetas trazem juízos que partem do céu sobre a humanidade incrédula. A quinta e a sexta trombeta mostram os efeitos causados aqui na terra pelos juízos divinos. A sétima trombeta mostra o juízo final. E para consolar à igreja, que está no meio da humanidade castigada por Deus, surge um quadro consolador. Em meio a tudo isso o evangelho continua ser proclamado e os santos continuam testemunhando. Mas aos que não dão crédito ao evangelho, a estes Deus entrega ao espírito do erro (2 Tessalonicenses 2.11-13), para darem crédito à mentira. E isso traz terrível destruição. Destruição que se faz sentir em todas as áreas da vida: na vida familiar, na educação, na vida profissional, na filosofia, nas ciências, na política, nas artes, causando destruição, pavor e desespero. Tudo no seu devido tempo, predeterminado por Deus.
Colocado isso, não precisaremos dizer mais nada. Mesmo assim, para alertar contra interpretações erradas, vamos deter-nos um pouco mais no texto.
1a. Trombeta, v. 6,7
     Deus atira do céu saraiva e fogo (gelo com fogo), misturado com sangue. Isto lembra a sétima praga do Egito (Êxodo 9.23-25). Um quadro sobrenatural. O que nos leva a interpreta-lo de forma figurativa. Deus visualiza para o apóstolo João o terrível castigo que Deus lança sobre a humanidade idólatra.
     É preciso lembrar que as trombetas anunciam juízes de Deus. Os juízos que se abatem sobre aqueles que rejeitam a palavra de Deus, e/ou abandonam a graça de Cristo. Esses juízos descem como uma chuva de saraiva e fogo misturados com sangue. São juízos terríveis. Não podemos determinar momentos históricos, nem sabemos o que são os 1/3 das árvores. Seria um castigo físico ou espiritual? Provavelmente mais físico do que espiritual. Os homens incrédulos usam as forças da natureza egoisticamente e têm como resultado a destruição: poluição, fomes, guerras, terremotos, frio e calor em demasia, etc. A rejeição da palavra de Deus traz desgraça sobre todos os setores da vida humana. Mas os eleitos não são atingidos pela morte espiritual, apesar de estarem expostos aos sofrimentos que abalam a terra.
2a. Trombeta, 8.8-9
A segunda trombeta lembra a primeira praga do Egito, na qual a água foi transformada em sangue (Êxodo 7.14-25). Aqui a proporção é catastrófica. Atinge o mundo inteiro. O juízo de Deus pintado em cores vivas. "Horrível coisa é. cair nas mãos do Deus vivo"(Hb 10.31). As embarcações simbolizam o movimento, a contaminação. O atirar da montanha ardente ao mar, que ruído. Tudo isso parece simboliza o grande dano causado ao mundo pelos meios de comunicação que impedem a aceitação da palavra de Deus. Todo o cristão sabe como isto é real em nossos dias. As pessoas têm tempo para verem os programas de televisão, lerem seus jornais, revistas, livros, mas não dispõe de tempo para lerem e ouvirem a palavra de Deus. Olham extasiados para o falso clarão da montanha que caiu no mar.
3a. Trombeta, 8.10,11
Caiu uma grande estrela. Estrelas são guias. Um grande guia caiu. Caiu em chamas que iluminam. As águas se tornaram em absinto, uma planta amarga. Muitos tentam personificar essa estrela. Melhor tomar isso de forma generalizada. E a rejeição do evangelho, a clara doutrina da graça. A igreja cristã visível que deveria guiar, caiu. A igreja tem forma de piedade, mas nega o poder. Tornou-se um religião cerimonial e de obras mortas. São todos os falsos profetas que envenenam as águas que os homens bebem. Terrível. Já não podem guiar. A palavra de Deus mal interpretada se torna amarga.
4a. Trombeta, 8.12-13
Não temos aqui nenhum elemento visível como nos juízos anteriores. O sol foi ferido. Há escuridão. Uma parte da luz foi tirada (Salmo 119.105; Amos 8.11,12; Mateus 13.13-15; Lucas 1.79; 2 Coríntios 4.6). A humanidade rejeitou a palavra de Deus. Agora Deus a tira. Não há castigo pior para uma cidade, um pais do que quando a palavra de Deus é tirada. Quando Deus mesmo tira a Palavra, então volta a escuridão. Lembramos Faraó do Egito que endureceu seu coração por cinco vezes, depois Deus o endureceu. Saul da mesma forma (Êxodo 9.7 e 12; 1 Samuel 14.35; Mateus 12.45).
Os ais anunciados aqui referem-se aos acontecimentos das trombetas que seguem. As últimas três trombetas são ais. O juízo final está a porta.
Versículo 8.13 introduz as últimas três trombetas. Elas são introduzidas por uma águia. Ela anuncia grandes calamidades. Juízos consumidores. Enquanto pastores fieis dizem: Isto (guerras, catástrofes. enchentes, terremotos, etc.) são castigos de Deus, os falsos profetas dizem: Não, não, isto é exagero. Não se pode dizer assim. São simplesmente três catástrofes que são anunciadas.
5a. Trombeta, 9.1-12
Onde a palavra de Deus é obstinada e permanentemente rejeitada, Satanás volta a dominar e o juízo de Deus não tarda. A intensidade da catástrofe se multiplica terrivelmente nestas últimas duas trombetas. São juízos sobrenaturais. Os últimos dois indicam monstros infernais. Eles transcendem simbologia natural. O quinto, no seu efeito atormentador, o sexto acrescenta seu efeito mortal.
Uma estrela caída do céu na terra. Seria Satanás? Muitos pensam que sim. Mas teria ele a chave do abismo? Não! melhor é não tentar personificar a estrela. Deus a usa de uma maneira inimaginável, como seu agente. Ela abriu o abismo, o inferno e de lá subiu fumaça que escureceu o sol e o ar. Só Cristo tem as chaves do abismo e o poder de olhar ali para dentro e deixar o inferno expelir o seu poder. O inferno expele o seu poder, sua fumaça que obscurece o sol. Terrível juízo de Deus. Em outras palavras, o inferno obscurece completamente o sol, o evangelho. O ar, toda a forma de vida é atingida: a vida no lar, a educação, a filosofia, a administração, a política, os governos, tudo é obscurecido. Basta pensar aqui nos direitos humanos, nos direitos da criança, no problema dos generos, etc. Quantos males têm criado. Mesmo assim o evangelho continua a brilhar no mundo. É impressionante notar hoje como a Bíblia é vendida. Ao mesmo tempo poucos a tomam para ler. E os que ainda a têm, são enganados por falsas interpretações.
Da fumaça saíram gafanhotos (Êxodo 10.12-15). Uma praga terrível. Diante dela o homem é quase impotente (Juízes 6.5; Jeremias 46.23). São monstros infernais. O inferno por si só não pode nada. São juízos de Deus. Eles não matam, mas atormentam. Eles só poderão atingir uma parte. Não o verde. Os castigos atingem só os incrédulos. Catástrofes atingem a tudo. Quando os homens avançam com a ciência, sem o temor de Deus, produzem monstros infernais, aos quais, por fim, eles próprios temem. Vejam a desagregação da família, os problemas na educação sexual, os poderes libertados pela ciência como a energia nuclear, as experiências genéticas, etc. O ser humano treme diante desses seus inventos e suas descobertas. O consolo para os cristãos é: Deus está no controle de tudo e só permite avançarem até onde ele o permite. Cinco meses, metade de dez. Um tempo longo, mas não longo demais. De fato, se Deus "não tivesse abreviado esses dias, e ninguém se salvaria" (Marcos 13.20). O nome Apolião é simbólico e significa absinto, amargo e destruidor. A vida tornou-se totalmente amarga, como o vemos em nossos dias. Alimentos envenenados, terror nas ruas, poluição do ar, etc.
6a. Trombeta, 9.13-21 
O sexto juízo revela que o engano é enviado por Deus com um propósito, como juízo. É o auge. Os incrédulos são golpeados pelo inferno de forma moral. O rio Eufrates é símbolo do poder, do domínio não físico, mas espiritual. Os quatro anjos amarrados, impedidos de agir pela longanimidade de Deus, são soltos agora. Eles são servos de Deus. que executam os juízos de Deus. Juízos severos antes do fim do mundo. "Mas a nós não compete conhecer épocas que o Pai reservou para sua exclusiva autoridade" (Atos 1.7).
Cavaleiros com couraças cor do inferno. Inimigos ferozes. De suas bocas sai fogo. Palavras são suas armas. É uma catástrofe espiritual.
O apóstolo João vê o endurecimento e a impenitência das pessoas (v.20). O avanço da cultura não aproximou a humanidade a Deus, mas a levou à servir a Satanás e a praticar toda a sorte de idolatrias. Chegou o clímax. O juízo final não tardará. A sétima trombeta está por ser tocada.
Parênteses, 10.1-11.4
Mais um quadro consolador é intercalado. O "outro anjo forte" é Jesus. É lhe atribuído o que não pode ser atribuído a nenhuma criatura. Ele, o Emanuel, o Deus conosco, prometeu que estará com sua igreja todos os dias até a consumação dos séculos (Mateus 28.20). Ele é o anjo forte, mesmo que não revelou sua glória durante o período em que as forças das trevas imperam. Ele é o poderoso na luta (Salmo 24.8). Os fiéis precisam desse consolo. O apóstolo João viu Jesus vestido com uma nuvem. Entre nuvens ele vira para o juízo (Daniel 7.8; Êxodo 24.15; Atos 1.9,11). O arco-íris enfeita sua cabeça. Ele é o anjo do concerto (Malaquias 3.1). Seus pés são como colunas de fogo. Ele coloca seus pés sobre o mar e a terra, em sinal de domínio (Mateus 28.18). Ele governa de mar a mar (Salmo 72.8).
E bradou como leão (v.3). O brado de leão simboliza juízo (Jeremias 25.30; Joel 3.21; Amos 1.2). O tempo do juízo chegou. o apóstolo João queria escrever o que falaram os trovões, mas uma voz, o Espírito Santo, lhe ordenou que guardasse isso em segredo. Deus só nos revela o necessário para nosso consolo.
Jesus jura (v.6-7) pelo Deus vivo que cumprirá os desígnios de Deus, por ocasião do toque da sétima trombeta. Não se dará outra oportunidade ao mundo. "Não haverá mais tempo." O terceiro ai é a condenação final, o julgamento, o juízo final. Será um dia de pavor para os incrédulos e dia de grande júbilo para todos os cristãos. Jesus jura que cumprirá que foi dito pelo profeta e seus servos. Aos servos ele não disse quando virá (Mt 24.36; Mc 13.22-27; 1 Co 15.52). Isto permanece oculto. Mas ele disse como virá: Em glória, os mortos ressuscitarão, os vivos serão transformados, céus e terra se desfarão em fogo, Deus criará novo céu e nova terra para os fiéis. Em si nada de novo no livro de Apocalipse.
Este quadro (v.8-11) é parecido a visão do profeta Ezequiel (3.1-3). Nele é contada a ordem para testemunhar. Na visão há amargura e sofrimento. É o que a igreja experimentará nos últimos dias. Jesus detém o poder e ninguém poderá tirá-lo dele. Ele conhece a tribulação de sua igreja e a assiste em sua angústia. Há ainda algo escrito, um pequeno livro. Ainda por um pouco, então vira o fim.
João tomou o livrinho que está aberto, para a salvação. O livrinho é ponto central da visão. E com isso, ele continua a testemunhar. Ele deve engolir o livrinho (Ezequiel 3.1-3). Jesus avisa que o conteúdo do livrinho lhe causará dores. E assim foi. A palavra é doce (2 Coríntios 2.14-17), para quem cré, pois fala da graça e da vida; mas causa dores. Ele é doce na mensagem, mas traz aflição ao que crê, porque o mundo rejeita aos que creem. A pessoa que cré atrai sobre si o ódio do mundo. Causa amargura aos seguidores do evangelho. Cada ministro e cristão o experimenta e sabe o que isso significa.
A sorte da igreja, 11.1-14
Deus continua consolando sua igreja. No centro da visão está o povo de Deus. Qual a sorte da igreja durante esses juízos? A resposta está aqui. A igreja não foi incluída no quadro dos juízo. Um quadro especial mostra a igreja. A igreja está no mundo, mas ela não é do mundo. Deus envia o seu evangelho, qual pequeno livro, com seu abençoado conteúdo às nações. Pela pregação do evangelho a igreja cresce. Apesar de o evangelho ser tão rejeitado, a igreja permanece. O santuário, o altar e os que nele adoram formam uma unidade, a santa igreja cristã (1 Coríntios 3.16,17; 2 Coríntios 6.16; 19.2-5; Hebreus 13.10; Ezequiel 40). O modelo desta visão é o templo de Jerusalém, que João conhecia bem. O templo, porém, já estava destruído há 26 anos. O caniço que serve de medida é o evangelho. Somente pelo evangelho é possível medir a igreja e ver quem verdadeiramente lhe pertence (João 8.31,32; 8.47). A finalidade de medir é clarificar quem pertence à Santa Igreja Cristã e quem está fora dela. O Senhor conhece os que lhe pertencem (2 Timóteo 2.19; Marcos 16.16). O átrio exterior não deve ser medido. Simboliza os hipócritas. Eles estão na igreja, mas não pertencem à família de Deus, pois não possuem fé. O juízo de Deus começa pela casa de Deus (1 Pedro 4.17; Jeremias 25.29; Ezequiel 9.5). No capítulo sete vimos a igreja como os 144 mil selados e como os eleitos em número incontável. Aqui vemos a mesma igreja em relação ao mundo, como aqueles que estão separados do mundo e ao mesmo tempo servindo o propósito de Deus no mundo. Este trabalho levará 42 meses. Qual o significa essa linguagem simbólica? É o tempo presente, o tempo da dispensação da graça. O tempo indicado por Jesus: "até que o tempo dos gentios se complete, Jerusalém será pisada por eles" (Lucas 21.24). Esta passagem tem sido frequentemente mal interpretada. Julgam alguns, que após a conversão de muitos gentios, surgirá o tempo em que toda nação judaica se convertera. Buscam reforços para tal interpretação em Romanos 11.25-26. Mas, o que o apóstolo Paulo ensina sobre o ministério é o seguinte: 1) O tempo da graça para judeus e gentios estende-se até o dia do juízo final. 2) Durante esse tempo, a igreja cristã, Jerusalém, estará em humilhação, sob tribulação. 3) Muitos judeus, nem todos, rejeitam a graça. Mas com a conversão de muitos gentios, são incitados ao ciúme e darão atenção ao evangelho e muitos judeus se converterão. 4) Pelo sábio governo de Deus, o número dos eleitos será completo e se constitui de judeus e gentios. Assim o tempo dos gentios, "42 meses, 1260 dias, ou três anos e meio" é o tempo da graça do Novo Testamento. E este não será seguido por um milénio de paz aqui na terra, mas pelo juízo final, a sétima trombeta (v.14-19), é a consumação final.


FIM do tempo da graça, 11.3-14
O mesmo quadro da igreja cristã é enfocado de outro ângulo. As duas testemunhas devem testemunhar "1260 dias". Quem são elas? Lembramos que uma verdade deve ser testemunhada no mínimo por duas testemunhas. As duas testemunhas, nesse quadro, são a igreja que testemunha no mundo. Alguns interpretam como lei e evangelho, ou Palavra e sacraemntos. As duas testemunhas são também descritas como as duas oliveiras e os dois candeeiros (Daniel 17.6; 19.15; Mateus 18.16; João 8.17). O óleo simboliza normalmente os dons do Espírito Santo. As pessoas eram ungidas com óleo para suas funções. O candeeiro é a luz. Isto lembra o quadro do profeta Zacarias (4.3,11,14). Em Zacarias, óleo alimenta os candeeiros. Os dois ramos, os dois candeeiros, o ministério da palavra dentro da igreja. Em resumo, o simbolismo é que a igreja tem a ordem para testemunhar no mundo. Se este testemunho for rejeitado, virá o castigo. A palavra condena. Nada poderá impedir o testemunho. As portas do inferno não prevalecerão (Mateus 16.18). Todos os esforços para silenciar as testemunhas caem por terra. O evangelho do reino será pregado por toda terra, para testemunho das nações (Mateus 24.14). Então vira o fim. Pelo evangelho, o Espírito Santo salva e sela os eleitos. Mas sobre os incrédulos revela juízo e condenação. Quando a igreja tiver cumprida sua missão, surgira a besta, o mostro do abismo que matara as testemunhas (v.7-13). Qual o significado desse quadro? Muitos tentam personificar as testemunhas. Identificá-las na história, comparando as à épocas antes da Reforma luterana. Mas a explicação só pode ser uma. As testemunhas, a igreja, terminaram sua tarefa. Também não se pode pensar aqui de forma cronológica. A igreja terminou sua tarefa, isto é, terminou o tempo da graça. O mundo se levanta contra a igreja e quer mata-la. Ideologias, filosofias, anticristos, Nova Era, governos fanáticos, problemas de dentro e de fora se levantam contra a igreja, antes do juízo final, para matarem as testemunhas, a igreja. Revelam seu ódio à igreja e deixam seus corpos estirados no chão, sem sepultá-­los, a saber, a igreja continua no mundo. Ela parece morta. Os fiéis são poucos (Lucas 18.8; 1 Coríntios 15.51,52). O mundo jubila por um pequeno espaço de tempo. Três dias e meio. Então vem o fim. O Espirito vivifica a igreja. Reavivamento da igreja vem de Deus, não de esforços humanos. A igreja dá seu último grito. Os incrédulos estremece. Vem o fim. E foram levadas ao céu. Muitos pensam aqui no arrebatamento. Sim, um arrebatamento, mas arrebatamento final. A grande ruina que seguem ao juízo final, conforme o versículo 13. Naquela hora, não há intervalo. É o juízo final. Terremotos. Que será? Sinais que antecedem o juízo ou graus de castigos aos incrédulos? Decima parte, dos líderes morreram. Simbolizada aqui por sete mil pesos. Quando elas viram as testemunhas se levantarem, sobreveio-lhes grande medo. Ficaram aterrorizadas e deram glórias a Deus. Isso não representa arrependimento. Pois as testemunhas não se levantaram para testemunhar, mas subiram ao céu. O restante teve medo e pavor e reconheceram ser Jesus o Senhor e Deus. A sétima trombeta mostra o quadro mais completo.
7a. Trombeta, 11.15-19
 O sétimo anjo tocou a trombeta. Mas, em lugar de revelar o juízo, “houve no céu, grandes vozes, dizendo: O reino do mundo se tornou de nosso Senhor e do se Cristo” (v.15,16). Quadro nos mostra o júbilo no céu (11.15-19). O júbilo dos eleitos nos céus. Alegram-se com a vinda do juízo. O mistério da igreja termina. A consumação final está pronta. O Senhor reina. Os 24 anciãos, que representam a igreja completa, adoram a Deus. Eles veem Deus efetuar o juízo sobre seus inimigos e de sua igreja. A igreja tributa gratidão a Deus (v.17-18).
Descortina-se (v.19) a visão do templo. E uma visão simbólica. O importante é que este templo foi aberto. Isto para o propósito de expor a arca. A igreja cristã em sua glória no céu. A igreja cristã é o resultado da aliança que Deus fez com Abraão e os filhos, o povo de Israel. Os componentes simbólicos revelam o poder de Deus que destrói seus inimigos. Isto completa a sétima trombeta.
Os capítulos que seguem no livro de Apocalipse, são complementos do sétimo selo.


Apocalipse – O Agora e o Porvir. Lição - 06

A luta entre Jesus e o Dragão, 12.1 – 14.20

     A quarta visão (12.1-14.20). Um quadro novo. 0 primeiro grande parênteses. Um pequeno apocalipse no livro de Apocalipse.
As visões anteriores das sete cartas, dos sete selos, das sete trombetas ofereceram uma visão panorâmica daquilo que acontecerá á Igreja Cristã no tempo do fim, no período entre a ascensão de Cristo e o juízo final. As visões mostram que a igreja enfrentará lutas e tribulações, causados por Satanás. Mas Satanás propriamente dito não foi mostrado nessas visões. A quarta visão mostra com clareza o autor dessas aflições e dá ênfase ao fato de que Satanás está sob o domínio de Deus. Ou. como o Dr. Martinho Lutero gostava de dizer: Satanás está sob o domínio de Deus; ele e o "Satanás de Deus," vencido e controlado pelo filho de Deus, Jesus Cristo, o Senhor.
Cristãos levam Satanás a sério. Sabemos que "nossa luta não é contra a came e sim contra os principados e potestades do ar" (Ef 6.12). Confira as diferentes expressões dadas na Bíblia a Satanás: Jó 1.6-12; 1 Pe 5.8; Ap 20.2; 9.11; Jo 16.11; 17.5; Ef 2.2; 2 Co 4.4; 6;15; Lc 11.15; Mt 13.19. Lembremos a origem de Satanás: Jd 6; Jo 8.44; 1 Jo 3.8. Veja o propósito de Satanás: Gn 3.1; Mt 4.1-11; Mt 16.23; Jo 13.2; Lc 11.3; Mt 13.19; Lc 22.2; At 5.3. Ele queria até peneirar os discípulos de Jesus (Lc 22.31), isto é, desgraçá-los. Ele encheu o coração de Ananias e Safira de cobiça e mentiras (At 5.3). Ele ronda os cristãos, procurando devorá-los (1 Pe 5.8).
A finalidade da quarta visão, como de todo o livro de Apocalipse, é consolar os filhos de Deus e garantir-lhes que "o Deus da paz em breve esmagará debaixo dos seus pés a Satanás ­(Rm 16.20).
A quarta visão mostra a grande luta cósmica entre Cristo e Satanás. Luta que iniciou quando Deus prometeu o Salvador aos homens. Luta que alcançou seu auge na vinda de Cristo ao mundo e se estende por todo o período do Novo Testamento, até o dia do juízo final, quando o dragão será definitivamente lançado no fogo do inferno.
0 NASCIMENTO DO SALVADOR
"Viu-se" (12.1-2). Não só o apóstolo João o viu, mas com ele todos os anjos no céu viram, um grande sinal no céu. Um quadro especial e impressionante. Viram no céu a visão de uma mulher em sua glória. O sol era sua vestimenta, a luz estava sob seus pés, e estrelas eram o enfeite de sua coroa. A mulher representa a igreja, a santa Igreja Cristã, vista no céu em sua glória. Vestida com a santidade e a glória de Cristo (Ml 4.2; G1 3.37; 2 Co 1.14). A luz simboliza as coisas mutáveis, os bens passageiros dos quais a igreja se serve aqui na terra. O número doze simboliza a Igreja Cristã, tanto as doze tribos de Israel e como os doze Apóstolo. Jesus, em suas parábolas, comparou a igreja várias vezes a uma mulher (Lc 15.8; Mt 13.33).
Ela está grávida e grita de dor. Isto não se refere simplesmente à virgem Maria, mas a igreja desde o seu início. Dela, da igreja, deveria nascer o Salvador. Por isso Satanás a persegue e ela sofreu muito até o nascimento do Salvador (Mq 5.2,3). As dores de parto lhe permanecerão, por causa de Cristo, enquanto ela estiver aqui na terra, inclui portanto também o tempo do Novo Testamento. Cf.: Gl 4.19; 1 Co 4.15; Jo 16.19-22. Pois a concepção só termina, quando o último dos eleitos for gerado, então virá o dia do juízo final (G1 4.19; Is 54.1; 66.7; Ez 23.4; Ez 23.4; 1 Co 4.15).
"Viu-se outro sinal"(12.3,4). Um sinal horrível. Um dragão grande, vermelho, com sete cabeças e dez chifres e nas cabeças sete diademas. A sua cauda arrasta a terça parte das estrelas do céu.
O dragão é identificado no versículo 9 e 20 como sendo Satanás. A palavra dragão expressa ferocidade, crueldade, poder assassino, sua amarga inimizade contra Cristo. Desde o início a serpente afrontou a mulher grávida; desde o momento em que Deus prometeu aos primeiros homens um Salvador, o descendente da mulher, Satanás agrediu a igreja (Gn 3.15; Ez 29.3; Is 27.1; 51.9; Jo 8.44). A luta alcançou seu auge na concepção de Cristo. No céu, o horror de Satanás aparece em sua realidade. Não é necessário interpretar todos os detalhes da figura do dragão, importa compreender seu significado como um todo.
Vejamos o quadro. Ele usa o nome sete. Isso simboliza sua arrogância. Quer ser igual a Deus. Carrega na cabeça diademas reais, como se tivesse poder real. Isto simboliza sua astúcia. Os dez chifres simbolizam seu poder. Ele é o príncipe do mundo" (Jo 14.30). Dez, o número completo. A ação do dragão que lança todo o poder do mundo contra a igreja. Por exemplo: a ciência, a política, a educação, a filosofia, a psicologia, etc. Sua cauda arrasta traiçoeiramente a terça parte das estrelas do céu, às quais lançou para a terra. Seu terrível poder. Sua cauda fez uma incursão no céu. Lá ele enganou um grande grupo de anjos que o seguiram e foram expulsos do céu (Dn 8.10). E continua a enganar líderes da igreja cristã. Enganou o sumo­-sacerdote no tempo de Jesus e o levou a lutar contra Cristo. Conseguiu enganar a Judas, discipulo de Cristo.
O dragão prostrou-se diante da mulher para lhe devorar o filho (G1 4.4).
"Nasceu-lhe, pois, um filho varão"(12.5). Esta ação estende-se deste o nascimento de Jesus até a crucificação (Mt 2.16-20; Lc 13.31; At 4.25-27). Para isso Satanás instigou Herodes, os fariseus. Caifás e Pilatos. Jesus foi morto. ressurgiu e subiu ao céu e governa sua igreja entre o tempo da ascensão de Cristo e sua segunda vinda (Mt 28.18; S1 27.9). Dirige, especialmente, sua igreja no período entre a ascensão e o juízo final. No dia do juízo final mostrará toda sua glória e lançará o dragão nas chamas do inferno (Sl 2; Fp 2;9-11; Ef 1.12-22).
Jesus subiu ao céu, mas sua igreja permanece ainda aqui e é agredida por Satanás. Mas Jesus governa e protege sua igreja. Ela está segura no castelo da palavra de Deus. Deus a alimenta com o evangelho no deserto deste mundo, durante os 1260 dias, o tempo do Novo Testamento. Neste tempo, Deus continua a gerar seus filhos pela palavra pregada e os sacramentos. Há seguramente mais cristãos no mundo que imaginamos. Mas é ilusão pensar que a igreja cristã ainda verá neste mundo dias felizes e esplêndidos.
O ARCANJO MIGUEL
Este trecho é difícil. Há, também, interpretações diferente também entre luteranos. a) A interpretação mais antiga, vê nesta profecia a descrição da queda de Satanás no princípio (Jo 8.44; Jd 6). 2) Outros julgam referir-se ã toda a luta de Satanás contra a igreja durante o período da graça. 3) Ou como sendo a luta de Satanás de Géneses até a ascensão. Miguel, o chefe do exército de Deus, (alguns julgam ser o próprio Cristo), que derrotou a Satanás e a quem foi dado todo o poder. 4) A quarta hipótese vê a Satanás que ataca a Jesus desde o início do seu ministério. Miguel, o arcando de Deus, dirige a batalha. Satanás é derrotado e expulso do céu (Jo 12.3). Ele não tem mais o direito de aparecer diante de Deus, para reivindicar a condenação dos fiéis. Todo o poder é dado a Jesus (Mt 28.18). A grande questão da culpa é respondida (Rm 8.3,34; 1 Co 15.57). Uma visão que mostra o resultado e o efeito da encarnação e exaltação de Cristo. Satanás julgava poder vencer a Jesus, mas foi derrotado. Iniciou o grande juízo sobre Satanás. Este juízo iniciou na encarnação, concretizou-se pela morte e ressurreição de Jesus e será completado no dia do juízo final, quando Satanás será lançado com seus anjos no fogo do inferno. Quando ele nos tenta hoje, valem-nos as palavras do apóstolo: "Resisti-lhe firmes na fé" (1 Pe 5.9), "resisti ao diabo e ele fugira de vós"(Tg 4.7). Obs.: O anjo Miguel aparece somente quatro vezes na Bíblia (Dn 10.12,21; 12.1; Jd 9; Ap 12.7). Ele é chamado de príncipe e chefe dos anjos. Protegeu a Israel no deserto. Muitos intérpretes luteranos, interpretam a passagem de Apocalipse como uma expressão usada para Jesus, o vencedor. Outros simplesmente como chefe dos anjos, o que nos parece  a interpretação mais acertado.

O CANTO TRIUNFAL
"Então ouvi grande voz do céu"(12.10). Conhecemos esta canto. Ele ressoou no dia do Natal: "Glórias a Deus nas maiores alturas, e paz na terra aos homens, a quem ele quer bem" (Lc 2.14). Cristo tornou-se nosso irmão na carne. Que glória. Satanás foi derrotado. Mas ele não descansa. Perseguiu a criança. Mas Jesus venceu e despojou os principados e as potestades e publicamente os expôs ao desprezo, triunfando deles na cruz" (Cl 2.15). E Deus o exaltou sobremaneira (Fp 2.9-11).
Mesmo que o juízo final ainda não se realizou, Jesus venceu totalmente seus inimigos e os venceu para nós. Sua vitória é nossa vitória. E nos oferece a vitória em sua palavra e sacramentos. 0 apóstolo João afirma: "Esta é a vitória que vence o mundo, a nossa fé. Quem vence o mundo senão aquele que cré ser Jesus o Filho de Deus" (1 Jo 5.4-5).
E os anjos veem os fiéis e louvam a Deus com grande voz, dizendo: "Eles venceram por causa do sangue do Cordeiro e por causa da palavra do testemunho que deram" (v.10). Pela fé se apegam à vitória do Cordeiro. Quem se apega à esta vitória, não pode deixar de testemunhar dela. Nosso testemunho é a proclamação da vitória. Nossa arma é a palavra de Deus. A luta é árdua. Satanás persegue a igreja e procura matar os cristãos.
Por vezes parece que eles são subjugados, pois são entregues ao martírio. O apóstolo Paulo escreve: "Somos sempre entregues à morte por causa de Jesus, para que a vida de Jesus se manifeste em nossa carne mortal" (2 Co 4.11). "Até a presente hora, sofremos fome, e sede, e nudez, somos esbofeteados, e não temos morada certa, e nos afadigamos, trabalhando com as nossas próprias mãos. Até agora temos chegado a ser considerados lixo do mundo, escória de todos" (1 Co 4.10,13). Que quadro. Os anjos cantam no céu e louvam os fiéis, porque: mesmo em face à morte, não amaram a própria vida" (v.11). Isso nos encoraja à luta.
Ha júbilo no céu. O que significa céu aqui? Temos três expressões: céu, terra e mar. Sob
céu compreendemos o reino de Deus, a igreja invisível, os eleitos e herdeiros do céu. Entre eles há júbilo, alegria, pela vitória de Cristo. Mas ai dos que habitam na terra e no mar. A terra é a lavoura de Deus, onde a palavra de Deus é semeada. Aqui Satanás atua com sua astúcia e muitos enganos. Jesus o demonstrou na parábola da boa semente (Mt 13). A terra simboliza especialmente a igreja visível. Muitos deixam enganar-se, por doutrinas falsas. Ai deles. Ai do mar. O mar simboliza os povos pagãos, a multidão dos incrédulos que rugem como o mar contra o ungido do Senhor. Em vão. Ai deles. Satanás sabe que lhe resta pouco tempo, por isso ruge como leão furioso, procurando tragar o que for possível (1 Pe 5.8). Infelizmente, muitos se deixam enganar. Voltam a amar o mundo e julgam que se pagam alguma coisa à igreja, ou por terem seus nomes inscritos no rol de membros, são salvos. Engano! Jesus afirma: "Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor entrara no reino de Deus" (Mt 7.21). E a vontade de meu Pai é que todo o homem que vir o Filho e nele crer, tenha a vida eterna, e, eu o ressuscitarei no último dia" (Jo 6.40). E o apóstolo Paulo exorta: "Examinai-vos a vos mesmos se estais na fé, provai-vos a vos mesmos" (2 Co 13.5).
A LUTA DESESPERADA DE SATANÁS CONTRA A IGREJA (V.13-18)
Satanás perseguiu a Jesus desde a promessa dada a Adão e Eva. O Antigo Testamento espelha essa luta. E quando Jesus estava para nascer, Satanás tentou tudo para matar o menino. Incitou o rei Herodes contra o menino. Satanás enfrentou a Jesus pessoalmente na tentação (Lc 4.1-13). Ele jubilou ao conseguir pregar Jesus na cruz e não percebeu que isso significava sua própria derrota. Pois, pela morte, Jesus salvou a humanidade. Ressurgiu no terceiro dia. Subiu ao céu de onde governa (Mt 28.19-20). Satanás reúne agora toda sua forca e toda sua astúcia, no tempo que lhe resta, para combater a igreja, a mulher (Rm 9.5) que deu a luz ao Fi1ho Varão". Conhecemos seu furor e sua astúcia.
Mas, "foram dados à mulher as duas asas da grande águia, para que voasse até o deserto, ali é sustentada durante um tempo" (v.14). As duas asas simbolizam a forca que Cristo deu igreja para suportar tentações e tribulações, a saber, a palavra de Deus e os sacramentos, pelos quais o Espirito Santo ampara e fortalece a igreja. Deus guarda e protege sua igreja. O profeta Isaias escreveu: "Os que esperam no Senhor renovam suas forças e não se cansam, caminham e não se fatigam" (Is 40.31). Deus Espirito Santo é a águia que fortalece a igreja. Deus disse a Moisés: "Tendes visto o que fiz aos egípcios, como vos levei sobre asas de águia e vos cheguei a mim (Ex 19.4; Dt 32.11). As asas simbolizam também a proteção de Deus (Sl 17.8; 36.8). "Ela fugiu para o deserto, ao seu lugar, ai onde é sustentada". O deserto é o mundo. Ai Deus sustenta e mantém sua igreja.
A conservação da igreja não vem de sua própria força. Nossas Confissões afirmam: "Que não só o gerar a fé, mas também o conservar na fé é obra do Espirito Santo (FC IV). 0 apóstolo Pedro escreveu: "Sois guardados pelo poder de Deus mediante a fé, para salvação" (1 Pe 1.5,9). 0 tempo em que ela é sustentada no deserto, é o tempo no Novo Testamento.
"Então a serpente arrojou de sua boca, atrás da mulher, água como um rio, a fim de fazer com que ela fosse arrebatada pelo rio" (v.15). "A terra, porém, socorreu a mulher, e a terra abriu a boca e engoliu o rio que o dragão tinha arrojado de sua boca." Um quadro interessante.
O rio que jorrou da boca do dragão é todo o engano, a mentira e perseguição; não só no campo da teologia, mas em todos os campes do saber humano. Toda mentira tem o objetivo de prejudicar a igreja e levar pessoas ao inferno.
Mas a terra engoliu o rio, bebeu o rio. A terra simboliza o lugar onde a palavra de Deus é semeada. No sentido mais amplo é o mundo. No sentido mais restrito é a igreja visível, a igreja organizada. Esta igreja bebeu o rio. A igreja absorveu as muitas mentiras, tornou-se grande e adquiriu status no mundo. Tornou-se difícil a Satanás destruir a igreja. Em meio a esta igreja, está a igreja verdadeira, a igreja invisível. Pois onde a palavra de Deus é anunciada, mesmo em meio a erros, Deus continua gerando seus filhos. E a graciosa ação de Deus Espirito Santo, que protege a igreja. A terra não ajudou a igreja voluntariamente. Isso foi um tiro que saiu pela culatra. Podemos ilustrar isso também pela história do Antigo Testamento, onde Deus usou as forças da natureza e as forças políticas para proteger sua igreja. Por exemplo: Faraó perseguiu o povo de Israel, mas foi morto no mar Vermelho. O rei Belsazar da Babilônia manteve o povo de Israel cativo, até o tempo determinado por Deus. Então Deus ungiu a Ciro, rei da Pérsia, que conquistar a Babilônia e libertou o povo de Israel e ajudou a reconstruir o templo em Jerusalém (12 Cr 36.11-23; Is 44.27-28).
Não conseguindo destruir a Santa Igreja Crista com o rio de sua boca, Satanás ficou ainda mais furioso. Procurou, então, cortar a fonte de força para a igreja. Combateu os verdadeiros cristãos, aqueles que "guardavam os mandamentos" de Deus e que testemunhavam de Jesus (v.17; Jo 14.15,21,13; 15.10; 1 Jo 2.3-4; 1 Co 2.1; 1 Jo 5.9-11). Os verdadeiros cristãos passam por momentos difíceis (Ef 6.11-17). Satanás procurou e procura tirar a palavra de Deus aos eleitos. Ele levantou todo o tipo de heresias, a inquisição e perseguições violentas. Pode-se dizer que nunca morreram tantos por sua fé como no século XX. A isso se soma também toda a agitação da vida que visa impedir que alguém tenha tempo para a leitura da Bíblia. É algo impressionante, a Bíblia, pelos meios de comunicação está al alcance em todo o mundo, mas quem tem tempo para ler. Quem a lê de fato?
Mas Deus protegeu e protege sua igreja também nesses momentos.
AS DUAS BESTAS (cap. 13)
No capítulo 12, o apóstolo João descreve como Satanás, o dragão, também chamado de "a serpente," procurou matar a Jesus; não conseguindo, arrojou toda sua fúria contra a igreja, mas Deus protegeu sua igreja.
O capitulo 13 mostra-nos o mesmo quadro de outro ângulo. O capitulo nos dá detalhes do trecho 12.13-17. Destaca especialmente os dois principais agentes de Satanás, a saber: a primeira besta que é o poder governamental e a segunda besta que são as forças anticristãs, especialmente o papado.
A ação das duas bestas não está localizada no futuro. Elas trabalham desde o dia da ascensão e trabalharão até o dia do juízo final. Sua ação é aqui simbolizada por duas bestas. Até onde sua ação já se cumpriu não sabemos. A forma de Deus contar o tempo é diferente da nossa maneira de contá-lo. Vejam como João Batista combina a vinda de Cristo com o juízo final (Mt 13.11-12). Como capitulo 12 não introduz o juízo final, o capitulo 13 também não o faz. O fim só é apresentado no capitulo 14. No capítulo 12.13-17 vimos a fúria de Satanás contra a igreja, no capitulo 13 temos as forças anticristãs, como instrumentos de Satanás, combatendo a igreja.
A PRIMEIRA BESTA, 13.1-10
As bestas são produto de Satanás, pois nelas atua o poder de Satanás. As duas bestas são as agências de Satanás. A primeira besta é o poder anticristão, a segunda besta a agência de propaganda de Satanás.
Na primeira besta é descrita a autoridade brutal. A besta tem dez chifres e sete cabeças. Isso é satânico. Satanás usa o número sagrado como se fosse Deus. O dragão e a besta apoderam-se do número "sete" para a cabeça, onde geram seus pensamentos e desígnios. A cabeça tem diademas que designam o poder real. Eles querem imitar Cristo, que é Deus e rei. Os homens aceitam a autoridade da besta.
Há uma diferença entre o dragão e a besta. O dragão tem diademas reais na cabeça. Porque seus planos são para os homens como palavra de rei. A besta tem diademas reais nos chifres, o que indica seu poder.
A besta (v.2) é parecida à figura que Daniel viu (Dn 7). Nela são simbolizados poderes para destruir a igreja. Sua maldade e brutalidade é grande. O dragão deu à besta o que ofereceu a Jesus na tentação (Lc 4.6). A besta simboliza a autoridade civil, que deveria, como representante de Deus, zelar por boa ordem, mas eis que se tornou um poder das trevas. Como os Césares romanos prejudicaram a igreja. Mesmo após os reis se tornarem cristãos, Satanás conseguiu usar o poder civil a seu favor. A besta sai do mar, da multidão de gentios e representa o poder temporal. Sai da terra. Torna-se poder sobre a igreja visível. O dragão dá forças à besta para agir.
A besta é o quarto animal na visão de Daniel (Dn 7.3-7), que reúne as qualidades dos outros animais. Ganhou forca na época do cristianismo. Foi o último reino mundial. Depois dele não haverá mais reino mundial. Seus sete chifres testemunham de ser um reino cristão, que imita a Cristo e contradiz a Cristo com suas blasfémias.
Obs.: Profecias de Daniel, cap. 4 a 7, reinados antes do Reino de Deus: 1) Ouro, Leão - Império Babilônico, a.C. 606-536; 2) Prata, Urso - Império Medo-Persa, a.C. 536-332; 3) Cobre, Leopardo - Império Grego, a.C. 331-246; 4) Ferro, Monstro - Império Romano. a.C. 246 - AD 400. Dez Chifres, o papado. Ancião de Dias, Deus Pai. Jesus, Rei. Após o império Romano não haverá mais um império mundial, só o Reino de Deus, a Igreja Cristã, a Comunhão dos Santos, com extensão mundial.
No versículo três, o apóstolo João vê que uma das cabeças que foi mortalmente ferida, mas se recuperou. A interpretação mais lógica parece ser que isto se refere ao império romano, quando o imperador Constantino se converteu ao cristianismo, este poder do Império Romano foi ferido. O rei Constantino aboliu a perseguição aos cristãos e tornou a religião cristã oficial do império. Mas após pouco tempo, o império se recuperou, com o imperador Carlos V, de cujo reino se dizia: No seu reino “o sol nunca se põe”. O império voltou-se novamente contra os cristãos verdadeiros. Foi -lhe dado uma boca para proferir blasfêmias (v.5). E provavelmente o papado que se estabeleceu em Roma e combate os verdadeiros fiéis. Os quarenta e dois meses são o tempo do Novo Testamento. O número e a multiplicação de sete vezes seis. Sete é o número sagrado do descanso, o número seis é o número do trabalho. Isto simboliza o tempo da graça, mas um tempo de intranquilidades.
E com a permissão de Deus, a besta peleja contra os santos (v.7), porque eles se opuseram às blasfémias (Jo 15.18). O texto diz: "E os venceu". Não disse o apóstolo João que eles venceram por causa do sangue? Como são vencidos aqui? A igreja nunca será vencida. Mas a besta tem poder dominante sobre a terra. A vitoriosa igreja enquanto aqui na terra, está em humilhação, luta e sofre. Jesus disse: "O meu reino não é deste mundo" (Jo 18.36). A besta tem poder para vencer, como Satanás teve poder para afligir a Jó, assim ele tem poder para afligir os cristãos. Ele aflige os cristãos e os mata, mas a vida eterna ele não pode lhes tirar. A vitória dos fiéis é mostrada no versículo oito.
Um quadro triste (v.8). Todos os que habitam sobre a terra adoram a besta, menos os eleitos. Quem tem ouvidos para ouvir, ouça. Os renascidos têm ouvidos e permanecem ouvindo a voz de Cristo. Eles venceram (Jo 10.16; 18.37; Hb 6.12).
A SEGUNDA BESTA, 13.11-18
O apóstolo João vê outra besta emergir da terra. Possuía chifres, parecia um cordeiro, mas tem fala de dragão (v.11). Emergiu da terra, da igreja visível. Emita o Cordeiro que é Jesus, mas tem a natureza do dragão. Isso lembra a advertência de Jesus contra os falsos profetas que vêm vestidos como ovelhas. mas por dentro são lobos vorazes (Mt 7.15). São as ideologias anticristãs e falsas religiões com a aparência de cordeiro, de benfeitores da humanidade, mas tem voz de trovão, que assusta e não podem consolar. O dragão está parado na areia do mar, na igreja e no mundo. E tem uma besta ã sua direita e outra ã sua esquerda. A segunda besta tem uma aparência inocente, mas fala de dragão. A besta tem dois chifres. Ela se diz representante de Cristo na terra e reclama para si os dois poderes, sobre a igreja e sobre o mundo (autoridade civil).
"Exerce toda a autoridade da primeira besta." Esse poder os discípulos de Jesus também quiseram, mas Jesus lhes negou este poder, dizendo: "Que a eles cabe servir "(Lc 22.25-26). Pedro admoesta os pastores e lideres a não dominarem sobre a igreja, mas testemunharem dos sofrimentos de Cristo (1 Pe 5.1). Mas o papado adquiriu todo o poder da primeira besta, do império romano.
A história mostra que nos primeiros séculos, até o ano 800 AD, os imperadores cristãos dominaram sobre a igreja e davam licenças para a eleição e a instalação dos papas. Após Carlos Magno, ano 800 AD, os papas passaram a dar ordens para a instalação dos reis. Assim a segunda besta adquiriu o poder da primeira. As duas forças se uniram no papado, a saber, o poder político e o poder eclesiástico.
"Também opera grandes sinais" (v.13). Desde o início a igreja do anticristo está cheia de "sinais e prodígios de mentiras," para atrair seguidores, como as seitas com seus milagres (2 Ts 2.9; Mt 24.24; Dt 13.1-4). Jesus entregou a sua igreja só um sinal, a palavra dos profetas e apóstolos. Por esta palavra tudo deve ser julgado (G1 1.8; Hb 2.14).
Se olharmos para a história dos milagres da igreja católica e hoje dos pentecostais vemos duas coisas: Ou são sinais mentirosos ou então operados pelo poder de Satanás para enganar os incautos. Como podemos afirmar isso tão categoricamente? Porque Jesus não deu a sua igreja a ordem para praticar tais obras. Com isso não estamos dizendo que não se realizam mais milagres. Na igreja cristã sempre se realizam milagres. Mas, os verdadeiros cristãos não colocam estes milagres na vitrine nem os exaltam. Sua alegria consiste no fato de seus nomes estarem inscritos no livro da vida, pela graça de Cristo (Lc 10.20).
"Façam imagem à besta"(v. 14). Finalmente se conseguiu a imagem de uma pessoa humana com poder que todos veneram, o papado.
"Fizeram morrer, quantos não adoraram a besta" (v.16,17). Não um sinal visível, mas o espirito da besta. Houve um tempo em que a besta atuava de uma maneira, perseguia aos que se opunham a ela. Lembramos o tempo da inquisição, por parte da igreja católica, aos fiéis ã palavra de Deus. Hoje, o mesmo espirito age de forma diferente. Quem não se enquadra no espirito da época, quase não consegue negociar. Na igreja domina o “ecumenismo” liderado pela igreja Católica. Os cristãos, no entanto, orgulham-se somente dos sinais de Cristo, o sofrimento (G1 6.14-17; G11.14).
A marca da besta é explicada como sendo o nome da besta ou o número do seu nome. A marca é portanto o nome ou o número do nome. O nome expressa o ser da besta. O número a limitação da matéria. O número surge ali onde as forças do anticristo estão unidas com as forças do mundo. Isto é. quem de uma ou de outra forma não se identifica com o espirito da besta e com o espirito da época, mas vive conforme a palavra de Deus é desprezado e terá de suportar as aflições de Cristo. Muitos hoje, por amor as coisas do mundo, negam sua fé por sua forma de vida, seus negócios. seus casamento, sua educação, etc.
Qual é o número (v.18)? Aqui está a sabedoria, sabedoria divina. Quem tem
entendimento, o Espirito Santo, é capaz de entender os mistérios de Deus e o número do monstro. E "não é de fácil reconhecimento." Assim como se identifica alguém pelo número, se reconhecera o opressor, a doutrina, os enganos do monstro. O professor Rottmann, em seu comentário, escreve o seguinte: "Sete é o número simbólico das relações de Deus com os homens por causa de Cristo; é, portanto, o número do povo de Deus aqui na terra, a igreja o 10 é o número da totalidade. O grande número de Deus seria, portanto, 7x10x10, mais 7x10, mais 7 - isto é, 777. No número do monstro temos o 6. Falta nele a ligação entre Deus (3) e os homens (4). A multiplicação deste número é 666, que significa, portanto, a falta total da ligação de Deus com os homens. Isso só pode significar a totalidade do poder ateísta. a totalidade das forças anticristãs". Vem Senhor Jesus, Editora Concórdia, Porto Alegre, pág., 237.

COLHEITA E 0 JUIZO F1NAL cap. 14
Vendo a ação das bestas que agem com tão grande poder, surge a pergunta: Restarão eleitos até o dia do juízo final? O capitulo 14 dá a resposta. O apóstolo João vê um quadro consolador. Ele vê o Cordeiro de Deus. Apesar de toda a fúria das bestas, a igreja de Cristo permanece firme e inabalável no monte de Sião. Satanás pensou que conseguiria exterminar a igreja. Enganou-se. A cidade de Deus é inabalável (Sl 87.2). Deus habita no meio dela (S146.6), e as portas do inferno não prevalecerão contra ela (Mt 16.18).
Os eleitos confessam sua fé, proclamam a Palavra, louvam e amam. Cantam um cântico novo diante do trono do Cordeiro, dos 24 ancião e dos anjos. Este hino só os eleitos conhecem. É o hino que enaltece a graça do Cordeiro, a pregação do evangelho.
"São os que não se macularam com mulheres" (v.4). A igreja de Cristo é constituída de virgens. 0 que significa isso? 0 apóstolo Paulo escreveu: "Visto que vos tenho preparado para vos apresentar como virgem pura a um só esposo, que é Cristo" (2 Co 11.2). Isto e, eles não se mancharam com as doutrinas do anticristo. Eles não dividiram seu coração com o mundo, fingindo serem ovelhas de Cristo, mas amando o mundo. São os que se firmaram na palavra da graça, e como templos do Espirito Santo lutaram por vida santificada.
"Vi outro anjo!(v.8), a difusão da Reforma até o nosso tempo.
O terceiro anjo anuncia o juízo sobre todos os que receberam a graça em vão. A Reforma Luterana e o juízo estão intimamente ligados. Vemos isto no versículo 7 e em 2 Ts 2.8. Talvez como indício de que em meio a este tempo não há mais nada de especial para a igreja. Quem agora ainda adora a besta é indesculpável e será julgado impiedosamente.
Poderíamos pensar que agora o anticristo está vencido, mas não. Ele continua a atuar. É preciso paciência por mais algum tempo. Deus contempla o anticristo e o deixa atuar (v.12). Os fieis precisam de paciência. A força dos fieis está na paciência e perseverança.
Neste tempo muitos sofrem. Mais uma vez o apóstolo João recebe a ordem para escrever: "Bem-­aventurados os mortos que desde agora morrem no Senhor" (v.13). Os fiéis não receberam promessas materiais, mas só a promessa celestial, como o malfeitor na cruz (Lc 23.43). Estes são os três anjos: Um anuncia o evangelho, outro a proclamação do mesmo ao mundo, o terceiro admoesta contra a apostasia.
Jesus vem para o juízo final. O quadro é maravilhoso. Jesus em sua figura humana, nosso irmão, sua vestimenta, sua coroa. Agora mais três anjos, mas para juízo. Assim como aconteceu em Sodoma e Gomorra, após Jó ter sido retirado, veio o juízo. Quando Noé entrou na arca, veio o dilúvio. Quando as virgens entraram no salão, a porta foi fechada. Quando a ceifa terminar, o resto será levado ao fogo (Jo 3.18). Traz-se do céu uma foice bem afiada para juízo. Do altar sai o anjo do juízo (v.18). Vem o Juiz (Is 63.3; Jl 3.18).
Termina a quarta visão. A visão que mostrou a vitória de Cristo e a vitória da igreja e isto para nosso consolo. Amém.


Apocalipse – O Agora e o Porvir. Lição - 07

A condenação a antiga-igreja, capítulo 17
O apóstolo João acabara de contemplar a visão do juízo de Deus sobre a Igreja Cristã visível aqui na terra. A grande parte nela está rejeitando a graça de Deus. Ainda estupefato com a visão, Deus mostra ao apóstolo João outro quadro do juízo de Deus, que se abatera sobre a Babilônia, a grande Meretriz, a Anti-igreja.
Estamos as portas do juízo final. Tudo está pronto para o fim, para a vinda de Cristo, para a proclamação da vitória do Filho do homem, o Juízo Final.
Na primeira parte (17.1-18), Deus apresenta o julgamento da grande meretriz e na segunda parte (18.1-19.11), mostra a execução da sentença. Em meio a tudo isso, há surpresas.
A Visão
Um dos anjos das sete tacas, não é dito qual deles, convidou o apóstolo a ver o julgamento (17.1-11) e a execução do juízo (18.1-19.11).
O anjo transportou o apóstolo para o deserto. O deserto representa o mundo após a queda do homem em pecado. Lá está a noiva de Cristo, a verdadeira Igreja Cristã (cap. 12). Ali está também a falsa igreja, a grande meretriz que se acha sentada sobre "muitas águas." Este termo é tomado do profeta Jeremias, que falou sobre a Babilônia, irrigada por muitos canais. No profeta Jeremias a expressão significa: multidão de povos (Jr 51.13-15). A meretriz domina sobre muitas nações. Enquanto a verdadeira igreja é pobre e vive em humilhação, a falsa igreja, a anti-igreja está esplendidamente vestida. Sua sedução é forte. Ela domina sobre as nações. Ela tem um cálice de ouro cheio de abominações para embebedar. Satisfaz os desejos carnais. O ouro simboliza seu atrativo exterior. Parece nobre, parece a verdadeira igreja. A forma de cálice imita a Santa Ceia. Mas seu conteúdo é abominação. O conteúdo de seu ensino é veneno mortal.
     No capítulo 13, a igreja do anticristo foi apresentada sob a figura da "besta que saiu da terra." Ela tinha a aparência de um cordeiro, mas a fala de dragão. Aqui, está mesma igreja é chamada de "a grande meretriz," mas o quadro é mais amplo e abrangente, para designar todos os inimigos da igreja, todas as falsas religiões, filosofias e ideologias. Os profetas usam muito a expressão "meretriz" para designar a infidelidade para com Deus (Is 1.21; Jr 22.20; Ez 16.15-52; Os 2.2-13). Ela seduz e corrompe. Ela está sentada sobre muitas águas. Isto é, ela domina sobre muitos povos. As nações se embriagam de seu vinho, de sua falsa doutrina. Que contraste com a verdadeira igreja. Ambas estão lado a lado no deserto deste mundo.
Esta mulher, a meretriz, a igreja do anticristo, está "montada numa besta escarlate, repleta de nomes de blasfémia, com sete cabeças e dez da terra”. A besta do mar, chamada simplesmente de besta, simboliza o poder do Estado instituído por Deus, independentemente de sua forma se monarquia ou as diferentes formas da democracia. Satanás sempre procurou usar este poder para prejudicar a igreja cristã. A besta da terra, que tem aparência de cordeiro, mas fala de dragão (13.11), chamada também de "o falso profeta" (13.1-18), é o papado e quando chamada de a meretriz (17.5), a grande babilônia (17.7), simbolizando de forma mais abrangente todos os falsos ensino, religiões, ciência, filosofias e ideologias e poderes reunidos que afrontam a igreja de Cristo e visam sua destruição. Mesmo que unidos no seu propósito de lutarem contra o Cordeiro, estão divididos entre si e se devoram, caminham para a destruição. Temos ainda "os reis da terra" que simbolizam os diferentes impérios, reinos e forças mundiais anticristãs. "Os habitantes da terra", as multidões anticristãs.

A Grande Babilônia
Na fronte, conforme o costume das meretrizes de Roma, o nome. O nome é aqui: "Mistério!" Que mistério é esse? João não o revela. Será que os primeiros leitores souberam de que se tratava? Pode ser. É o mistério da iniquidade, que sob a aparência de santidade e do amor, oculta a mentira, seu veneno mortal. Só os eleitos, a quem o Espírito Santo abriu os olhos, reconhecem isso. Ela tem grande poder de sedução. São todos os falsos ensinos na igreja cristã, todas as falsas igrejas pagãs, filosofias, ideologias e forças que, como agências de Satanás, afastam de Cristo e influenciam prejudicialmente todos os ramos da vida humana, a educação, o comércio, a indústria, o laser e trazem ruina e dor sobre a humanidade. Os verdadeiros cristãos, os que são guiados pelo Espirito Santo, desvendaram este mistério destruidor. Antes da Reforma Luterana, poucos reconheceram o erro e a sedução e os que o reconheceram foram mortos. Pela Reforma Luterana este mistério foi revelado. Que Deus, em sua graça, nos mantenha estas bênçãos, apesar de muitos hoje deixarem a verdade, sendo seduzidos novamente para o erro.
A mulher estava embriagada do sangue dos mártires. Ela assassina almas e mata os santos. É importante lembrar que no tempo da inquisição, o papado mandava matar os fiéis e tocar o TEDEUM (Louvado seja Deus).
O apóstolo João admirou-se com grande espanto. Ele esperava ver o julgamento da grande meretriz e em vez disto vê a anti-igreja, as forças anticristãs em tão grande ofensiva e esplendor. O anjo lhe disse: Por que te admiras? "Dir-te-ei o mistério da mulher e da besta que tem sete cabeças." O quadro em seus detalhes permanece um mistério para nós. Não podemos interpreta literalmente. João tem como pano de fundo a história do momento, para falar do futuro da igreja. Como Roma com seu poder governamental, com suas falsas religiões, com falsos ensinos cristãos que afligem a igreja, assim será no futuro, perto do juízo final em grau maior. A igreja sofrerá muito, mas não será destruída, pelo contrário, os poderes que parecem triunfar e parecem indestrutíveis caminham para a destruição, o inferno. Este é o conteúdo deste quadro horrível, mas consolador para os fiéis.
A besta que viste (v.9)
Que besta era essa, da terra ou do mar? A besta que viste, não aquela que João estava vendo, que carregava a mulher. Era, portanto, a besta da terra que é chamada também de o falso profeta (13.11-18), a meretriz (17.5), a grande babilônia (17.7), que era também uma das cabeças da besta que "era, e não é, e está emergindo do abismo (inferno), e caminha para a destruição (o inferno). Quem é esta besta? Não a besta sobre a qual a mulher está sentada, a saber o poder governamental, nem a meretriz por sua vez, a saber a igreja do anticristo, que o apóstolo viu na forma de besta da terra. Aqui a besta representa a junção de todas as forças anticristãs. Por ocasião da Reforma Luterana, uma das cabeças recebeu uma ferida mortal. Com isto a besta toda sofreu a ferida mortal. A besta que era, perdeu sua força. Mas a besta que era e não é, mas aparecerá. Pelo poder de Satanás a besta volta sob outra forma.
O apóstolo Paulo afirma em 2 Ts 2.8: Deus o matara com o sopro de sua boca e o destruirá. É importante notar que estamos diante de dois momentos distintos: o ser morto pelo sopro de sua boca e a destruição. O primeiro momento aconteceu, provavelmente, por ocasião da Reforma Luterana, lá a besta recebeu sua ferida morta. Ela realmente está morta. Ela não é mais a mesma quanto ao seu ser. Mas ela continua a agir. E voltará. Voltará sob outra forma. Manifesta-se até nas organizações evangélicas como por exemplo na Federação Mundial das Igrejas e hoje no movimento da Nova Era.
"Este é o sentido"(v.9). O animal revelado no capitulo 14, que carrega a meretriz é descrita sob outro ângulo. Sete montes. Representam formas de governo. Cinco caíram. Um existe. O outro ainda não chegou. E quando chegar vai durar pouco. E também esta que era e não é, também ela, o oitavo rei, e procede dos sete. Qual é este reino. Sete é o número completo. Sete é o último. De repente vem o oitavo, uma anomalia, um monstro. Não é preciso especular. Jesus disse que os últimos tempos serão difíceis. As pessoas não se entenderão mais. Fomes, guerras, catástrofes. Este é o monstro, a anomalia. O que vemos em nossos dias é o seguinte: A autoridade usada mal, as ciências usadas mal, muitas falsas religiões e também as aberrações cristãs tudo coopera para uma destruição que aflige as pessoas. Família destruída, matrimônio destruído, abortos, eutanásia, alimentos envenenados, etc.
Em meio a tudo isso, a verdadeira igreja cristã sofre, mas ela é em tudo consolada e exortada a permanecer fiel e inabalável. Jesus a sustenta e protege. Que consolo para nós.


Apocalipse – O Agora e o Porvir. Lição - 08

O juízo sobre a grande Babilônia, capítulo 18
A execução do juízo de Deus sobre a Grande babilônia, a anti-igreja.
No capítulo 17, Deus mostrou a sentença proferida sobre a anti-igreja. No Capitulo 18 Deus mostra a execução desta sentença. Alguns exegetas tomam esta profecia como o juízo contra todas as forças anticristãs. Outros veem no anjo que desceu do céu, de forma bem especifica, o período da Reforma Luterana, na qual Deus fez proclamar novamente o evangelho em clareza e com grande vigor, que fez cair a grande Babilônia. No parecer de Ulm de 1526, elaborada a pedido do Eleitor Filippe de Hessen, lê-se: "Sem dúvida alguma o anjo que o apóstolo João vê descer do céu com um evangelho eterno, é o Dr. Martinho Lutero. Ele tem grande poder e iluminou a terra. Ele gritou com voz forte e foi ouvido em todo o mundo: "Caiu, caiu a grande Babilônia!" De onde viria tão claro ensino se não do céu. Ensino que milagrosamente perpassou as nações. Esta mensagem foi poderosa. Os inimigos não puderam calar a voz. Isto foi um milagre. Desde a época dos apóstolo não se ouviu o evangelho pregado com tal clareza. Foi revelado que a grande Meretriz, a grande Babilônia não era a verdadeira igreja, mas o reino do anticristo, a escola de Satanás, dos espíritos imundos e das aves impuras". Lutero explicou isso detalhadamente em seu livro: O Cativeiro Babilônico.
O anjo que desceu dos céus "com grande autoridade e que iluminou a terra com sua glória" é, sem dúvida a concessão do evangelho (14.8). O juízo que começou com Reforma é aqui considerado como consumado. A vitória de Cristo sobre seus inimigos é proclamada com grande voz. Os que não resistem obstinadamente, mas ouvem, entendem. A grande Meretriz foi derrubada da pedra de Pedro, da qual ela se orgulhava. Os profetas falam muito na queda da antiga cidade da Babilônia, opressora do povo de Deus (Is 13.21; 21.;9; 34.14; Jr 51.8). Podemos dizer a mesma coisa de Roma. Satanás não dominou somente um e outro setor da igreja de Roma, mas fez lá sua morada, com todos seus espíritos e falsos profetas. Isso não se refere somente ao papado, mas a toda qualquer manifestação do espirito do anticristo sob as mais diferentes formas. Onde não se ensina com clareza lei e evangelho, onde a graça de Cristo é obscurecida e não for o centro do ensino, ali pode haver piedade exterior (1 Ts 6.5), mas tudo é orgulho e obras da carne. Sobre o que o anjo profere seu juízo.
No início Deus habitou ali. Pois a igreja de Roma deu, vagarosamente, lugar a demônios e Deus se retirou. Ela foi julgada pela palavra de Deus e revelada como morada de demônios. Mesmo assim, a igreja de Roma continua a existir. Ela continua como morada de demônios. Isto é, ela se corrompeu grandemente, mas em seu meio ainda há, até hoje, a palavra de Deus. A palavra é distorcida, desinterpretada e não compreendida. Mesmo assim, ainda é santuário de Deus, pois nela ainda há suficiente palavra de Deus pela qual o Espírito Santo pode atuar. Que bênção ver a Igreja Católica difundindo a Bíblia, mesmo que lance muitos livros que distorcem e obscurecem seu sentido.
"Ouvi outra voz do céu, dizendo: "Retirai-vos, povo meu!" (18.4). Esta é a voz de Deus, que chama os seus de "meu povo" e os convida a saírem dali. A palavra retirar é explicada pela palavra "para não serem cúmplices." Isso não significa que os cristãos devem viver fora do mundo, em lugares retirados, como o fazem os menonitas, ou como o fizeram muitos na idade média, entrando nos mosteiros. Os fiéis têm a ordem de proclamarem a palavra de Deus no mundo, de serem sal e luz da terra (Mt 5.13-14; Mt 28.19-20). A ênfase está na palavra "não serem cúmplices," não terem comunhão. Os que têm comunhão com o Pai, e o Filho e o Espirito Santo, não podem ter comunhão com o pecado dos falsos profetas (1 Jo 1.3; Ef 5.11). Quem estuda a Bíblia na igreja Católica e chega ao conhecimento da verdade, sem dúvida sairá do meio dela ou será expulso dela, como aconteceu a Lutero. Precisamos exortar os fiéis de todos os tempos a não participarem das obras malignas (Rm 12.1-3). Mesmo assim, há ainda muitos que por fraqueza de conhecimentos e de fé, permanecem em seu meio.
     No versículo 6 e 7 temos uma admoestação bem interessante aos fiéis. Parece que de repente surge nos fiéis a dúvida e certa compaixão para com a Babilônia. E Deus diz: "Dai-lhe em retribuição, pagai-lhe." Isto é, nada de falsa compaixão. Nada de quebrar a ponta da lei. Assim como muitos acusaram e continuam acusando a Lutero e a nós luteranos de sermos duros demais para com as pessoas de outras religiões, afinal eles também falam de Deus, de arrependimento, de fé e de amor. Há só um Deus. Tudo a mesma coisa. Os caminhos é que são um pouco diferentes. Pode haver união da diversidade. Jesus disse: Nada disso. Quem não traz esta doutrina, não é dele (2 Jo 9; 1 Tm 1.10; 1 Tm 6.3). Assim como Jesus pronunciou os ais sobre a falsa igreja de seu tempo, os filhos de Deus devem agir com clareza hoje. A igreja deve ser também instrumento de sua ira. Os santos julgarão o mundo com Cristo (1 Co 6.2). É falsidade quando cristãos se unem hoje com a igreja do anticristo, ou com agrupamentos que têm o espirito do anticristo, como por exemplo a Federação Luterana Mundial e o Concilio Mundial de Igrejas. Deus desperto os gentios para atribularem a igreja do anticristo (Jo 51.28; Ap 17.12). Por isso devemos louvar a justiça de Deus e testemunhar contra os anticristos. Diz o salmista: "Filha de Babilônia, que há de ser destruída; feliz aquele que te der a paga do mal que nos fizeste!" (Sl 137.8).
Mais uma vez é descrita a catástrofe (v.8) já anunciada em 16.1 e 17.16. Deus determinou o dia e a hora. Num dia, no dia do juízo, da vingança de Deus, virá o juízo (Is 34.1-8). A vingança já se anunciou, já iniciou pela palavra e se concretizará totalmente no dia do juízo.
Nos versículos 9 e 10 ouvimos os lamentos. Assim como o comandante Tito foi o instrumento de Deus para julgar e destruir Jerusalém, mas quando Jerusalém estava em chamas, ele próprio ficou assombrado com a destruição e lamentou a queda de Jerusalém. Os que executaram o juízo sobre a grande Babilônia fizeram algo que na verdade não queriam nem pretendiam, mas não puderam impedir o juízo. Eles causaram o incêndio e quando viram o fogo se assustaram, mas não conseguiram mais apagá-lo, porque era o juízo de Deus.
     Os reis da terra e os mercadores se lamentam (v.11-19). Eles fizeram bons negócios com a mercadoria de Roma. A Reforma Luterana estragou esses negócios. A mentira tem muitos enfeites. Tudo na igreja e ao derredor dela era comércio. Esse lamento, no entanto, é só pela perda do lucro. Nada de arrependimento. Cuidemos para não cairmos nos mesmos erros.
Os marinheiros (v.17-19). Também este quadro é tomado da destruição de Tiro (Ez 27.32). Quem são os pilotos e os marinheiros? As vias marítimas eram as grandes vias da comunicação da época. Por isso muitos julgam que esse quadro se refere aos líderes e nobres da época (hoje talvez aos comunicadores) que influenciavam o povo. Eles não escaparão do juízo.
Os fiéis são convidados ao júbilo (v.20). Céus e terra alegram-se sobre a queda da grande Babilônia (Jr 51.48). 0 anjo convida a igreja militante e a igreja triunfante ao júbilo. Não é uma alegria carnal, mas uma alegria espiritual (Pv 24.18; Jó 31.29), com salmos (Sl 58.11; 59.11; 68.2; 9.2). Estamos no limiar do juízo final.
Então um anjo forte se levantou (v.21). A exemplo do que Jeremias ordenou a Seraías (Jr 51;60ss), como uma pedra grande é atirada ao mar e não voltara jamais à tona, assim a grande Babilônia será lançada como por um ato ao fundo do mar e não voltara mais à tona das nações. Seis vezes se menciona: "Nunca mais," para consolo dos fiéis. Pois, ela sempre fará esforço para voltar.
A destruição total é ilustrada por cinco quadros: Não haverá mais músicos, nem artífices, nem ruído de pedra de moinho, nem luz, nem voz de noivo. Isto representa o juízo sobre a igreja do anticristo e é, ao mesmo tempo, o quadro do juízo final. Ai daqueles que continuam manchando-se com o espirito do anticristo.
     E foi achada nela o sangue de profetas, de santos e de todos os que foram mortos sobre a terra (v.24). Eis o que fazem as doutrinas errôneas. É a igreja de Caim. Este juízo já começou no tempo e se completa no juízo final.

Capitulo 19
0 juízo foi pronunciado. O fim está próximo. Assim como no capitulo 16, a sexta e sétima praga estão intimamente ligadas, também aqui não há praticamente espaço entre a revelação do juízo e o juízo propriamente dito. 0 anjo chama os fiéis ao júbilo. Os fiéis têm desde a Reforma Luterana, muito motivo para jubilar. E eles jubilam muito. Prova disso são os belíssimos hinos que surgiram após a Reforma e estão sendo cantados até hoje. O júbilo, porém, tende a esmorecer. A igreja precisa ser exortada ao júbilo, ao verdadeiro júbilo de coração. A grande Babilônia, o papado com todas suas hostes de inimigos de Cristo, com todas as outras falsas religiões e filosofias ainda não saíram de cena. Estão ai. Mas ela foi julgada. A sentença proferida. A verdade está ao alcance de todos (Bíblia e Confissões) para desvendar seus enganos. Ai daqueles que continuam a beber do cálice da meretriz. Eles serão condenados.
Os 24 anciões que representam a cristandade no céu e na terra e os quatro seres viventes que representam a glória e o poder de Deus em sua palavra, estes seres sempre estão juntos com os anciões, pois a igreja vive da palavra. E clama: Amém! Aleluia! Nada de obras próprias, toda a honra e toda a glória cabe a Jesus.
Também do trono de Deus (v.5) segue a exortação para louvarmos a Deus. Mesmo nesses dias finais, quando o juízo de Deus se derrama sobre a anti-igreja, os cristãos são exortados a louvarem a Deus. Infelizmente, nem sempre nos apegamos à palavra de Deus como deveríamos, para louvar o amor de Deus. Muitos não se apegam à palavra de Deus. Outros deixam-se enganar por todo o vento de doutrina e permitem serem arrancados da palavra para outras fontes que não são a palavra de Deus. Que tristeza! (Hoje, membros nossos fazem cursos nos católicos e louvam sua ação, participam de reuniões espiritas e acham que esta é a solução). Mas o grupo de fiéis permanece apegado à palavra de Deus e louva a graça de Cristo.
"Então ouvi uma voz como de numerosa multidão" (v.6). É a resposta do povo de Deus. A noiva de Cristo jubila, porque vê que o dia se aproxima. (Lc 21.28). Jesus esta prestar para vir e recebe a noiva que ele preparou no tempo da graça (Os 2.20: 2 Co 11.1). Ela está vestida com o verdadeiro vestido (Is 61.10).
E o anjo ordenou a João: "Escreve" (v.9). "Bem-aventurados aqueles que são chamados à ceia das bodas do Cordeiro." Quem são estes chamados? São todos os fiéis do Antigo e do Novo Testamento. lembremos o seguinte: 1) Todos foram salvos pelo sacrifício de Cristo (Jo 3.16; Rm 5.19; 2 Co 5.19). 2) A salvação é oferecida pelos meios da graça a todos, porque Deus não deseja a morte do pecador, mas quer que todos cheguem ao conhecimento da verdade e vivam (Êx 33). 3) Todo aquele que se arrepende e cré na graça de Cristo tem o que a palavra do evangelho lhe oferece, dá e sela, perdão dos pecados, vida e eterna salvação. E o que crê testifica a respeito do Cordeiro. São as virgens que se preparam (Mt 25).
Vem o Noivo
Tudo está pronto. Será que a vinda do noivo será mais uma vez adiada? Não! Abre-se a porta. Aparece o mesmo cavaleiro que saiu (cap. 6. 11; 7.16) para conquistar o mundo com o evangelho. Ele os reuniu no campo de Armagedom. Não há mais luta. Só para dar a cada um a sua paga. Os reis da terra executaram o seu juízo sobre a meretriz. E mais, Jesus não precisa deles. Os reis são condenados. Jesus é aquele a quem foi dado todo o poder no céu e na terra (Mt 28.18). Seus olhos são chama de fogo. Ele não julga segundo o que ouviu ou o que vê. Ele julga os corações. Ele está vestido com um manto tinto de sangue (Gn 49.11), porque ele pisou o lagar sozinho (Is 63.2), por sua paixão e morte. Seu nome é Verbo de Deus, como João o chamou em seu evangelho. Ele é seguido do exército que há nos céus (v.14).
De sua boca sai uma espada afiada (v.15), é sua Palavra, com a qual julgara o mundo (Jo 12.48). Com esta julgara os ímpios (Is 66.16).
Um anjo ajuntou os inimigos de Deus no vale do Armagedom. Vi a besta, o poder temporal. Ela existe nos diversos reinos, e a outra besta. Ela também existe, o papado, e seu ser espalhado entre outras tantos falsos profetas. Eles receberam muitas machadadas pelo juízo de Deus, mas existem. São exércitos que em si não são unidos, mas uniram-se só para um propósito, combater a Cristo, o ungido do Senhor.
Os réus reunidos não conseguem sequer levantar a mão em sinal de combate ou disparar o primeiro tiro. Os dois foram lançados no lago de fogo, o inferno. São condenados eternamente. As aves infernais são saciadas. O juízo foi completo.
Portanto, todas as sombras de um milénio são vãs imaginações. Temos o final da história do tempo da graça. Os capítulos que seguem são somente detalhes da história do julgamento final.
Maranata, vem Senhor Jesus!. Amém.

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Apocalipse – O Agora e o Porvir. Lição – 09

O Milênio, capítulo 20

Introdução
Na visão relatada no capitulo 20.1-10, temos o segundo grande parênteses, o segundo resumo de todo o livro de Apocalipse, a segunda visão cósmica que abrange toda a história do Novo Testamento, chamado também de o "último tempo, o tempo do fim."
O resumo é apresentado em quatro quadros. O primeiro quadro (20.1-3) mostra a situação do dragão (de Satanás), acorrentado durante mil anos, o período do Novo Testamento. O segundo quadro (20.4-10) mostra o que acontece à igreja durante este período, seu florescimento, seus mártires, sua luta. O terceiro quadro (20.11) mostra o fim do mundo. O quarto quadro (20.12-15) mostra detalhes do juízo final.
O início do Milénio, 20.1-3
Os primeiros versículos do capitulo vinte constituem um dos trechos mais consoladores do livro de Apocalipse. O apóstolo João recebe uma visão impressionante. Lembremos, isto é uma visão. Deus revela verdades celestiais por meio de símbolos e de figuras, que devem ser interpretadas conforme a analogia da fé, isto é, em harmonia com os evangelhos e cartas dos apóstolos.
Infelizmente, esse belíssimo quadro é um dos trechos mais desinterpretados do Novo Testamento. Vemos analisá-lo.
Satanás é amarrado
Quem é o anjo que vem do céu? Não sabemos. A base da palavra (1.8), na qual Jesus se apresenta como o Alfa e o Ômega, muitos julgam que o anjo aqui é Jesus. Até poderia ser. Mas, provavelmente, é um anjo que age em nome de Jesus. Dois fatos levam a esta interpretação. Primeiro, o termo simples "anjo" nunca é aplicado a Jesus. A Jesus é aplicado o termo "Ano do Senhor. Anjo da Aliança" (Êx 3.2; Ap 12.7). Em segundo lugar, a "chave" é dada ao anjo. O anjo não estava exercendo sua própria autoridade, mas agia em nome do seu Senhor.
O que significam as palavras: "Ele segurou o dragão e o prendeu por mil anos para que não mais enganasse as nações."
Estamos diante de uma visão. Numa leitura superficial, muitos imaginam que Jesus colocou o diabo fora de ação e em consequência disso, há na terra paz por mil anos. Tempo este denominado de “milênio”. Será? Isso iria contra os ensinos bíblicos a respeito da exaltação de Cristo, do reino de Cristo, do tempo da graça, da ação de Satanás e do juízo final. O que significam então as palavras: "O prendeu por mil anos?" E preciso interpretar estas palavras em harmonia com toda a Escritura. Vejamos.
Lemos em Judas: "Os (anjos) que não guardaram o seu estado original, mas abandonaram o seu próprio domicilio, ele tem guardado sob trevas, em algemas eternas, para o juízo do grande dia" (Jd 6). Interessante, Satanás foi algemado logo após sua queda e está sendo guardado em trevas até o grande dia. Este grande dia é o dia do juízo final. Até lá ele está em algemas e em trevas. Que algemas são essas? Que trevas são essas? Pois nós o vemos agindo com muita força durante todo o tempo do Antigo Testamento, mesmo estando em algemas. Satanás está em algemas, mas ele não está morto. Seu poder foi limitado, mas ele atua. Ele não o Senhor absoluto, por mais que tenta sê-lo, dizendo mentirosamente a Jesus: "Tudo isso te darei, se prostrado me adorares" (Mt 4.9). Deus tem as rédeas em suas mãos. Satanás está algemado em trevas. Que trevas? As trevas infernais, as trevas do pecado. Ele gostaria ter acesso à luz divina, mas não a tem. Por isso ele procura enganar e arrastar todos para as trevas. E ele conseguiu semear trevas pelas nações. Mas eis que veio Jesus. Venceu o diabo. Tirou-lhe o poder. Que poder? O poder de nos acusar, à base da lei, e nos reclamar para si, por sermos pecadores. Na cruz Deus triunfou sobre Satanás (Cl 2.15; Hb 2.14,15; 1 Jo 2.1-3).
Para compreender este “acorrentar a Satanás”, precisamos da luz das profecias e dos evangelhos. Por isso perguntamos: Ha um tempo caracterizado na Bíblia do qual podemos dizer: Aqui iniciou um novo tempo, uma bênção bem especial e visível? Sim! Aqui temos que apontar com todas as profecias do Antigo Testamento e os dizeres de Jesus, para o tempo apostólico, o tempo do Novo Testamento. O que dizem as profecias sobre a vinda de Cristo e sua obra? O que dizem os evangelhos e os apóstolos a respeito de Jesus e sua obra? Vejamos. Eles apontam para o tempo do Messias que trará uma bênção sem igual a todas as nações. Esta bênção é a libertação do poder de Satanás. O patriarca Jacó disse que o Messias trará paz (Gn 49.10). O rei Salomão fala do reino do Messias (Sl 72). Quando Jesus iniciou seu ministério ele disse: "O tempo está cumprido e o reino de Deus está próximo; arrependei-vos e credo no evangelho" (Mc 1.15). Por isso Jesus disse a seus discípulos: "Bem-aventurados, porém, os vossos olhos, porque voem; e os vossos ouvidos, porque ouvem. Pois em verdade vos digo que muitos profetas e justos desejavam ver o que vedes, e não viram; e ouvir o que ouvis, e não ouviram (Mt 13.;16,17). E este período continuará por todo o tempo da graça do Novo Testamento, até a vinda de Cristo em glória para julgar vivos e mortos. "E será pregado este evangelho do reino por todo o mundo, para testemunho a todas as nações. Então vira o fim" (Mt 24.14). É o período que começou com Cristo e se estende até a sua volta em glória.
Apocalipse 20 descreve este período da graça, em quatro quadros: 1) Satanás é amarrado, 2) O julgamento dado aos santos. 3) O reino de Cristo e seus santos, 4) A primeira ressurreição.
1) Satanás é amarrado. Será isso uma ação bem especial no período dos mil anos ou uma ação que dura por todo o tempo messiânico? Na primeira promessa de um salvador, Deus disse que o descendente da mulher "esmagara a cabeça da serpente" (Gn 3.16; Sl 91.13; Is 61; Os 13.14). O que aconteceu ao diabo quando Jesus veio? Na tentação, Jesus venceu o diabo e lhe disse: "Retira-te Satanás" (Mt 4.10). Em Marcos lemos: "Também expulsou muitos demônios, não lhes permitindo que falassem, porque sabiam quem ele era" (Mc 1.34; Lc 13.32). Em João lemos: "O príncipe deste mundo já está julgado" (Jo 16.11). E: "Para isto se manifestou o Filho de Deus, para destruir as obras do diabo" (1 Jo 3.8). Quando começou este tempo? O apóstolo Paulo afirma: "(Jesus) despojando os principados e as potestades, publicamente os expôs ao desprezo, triunfando deles na cruz" (C1 2.15). "Chegou o momento de ser julgado este mundo e agora o seu príncipe será expulso" (Jo 12.31). "Tendo chamado seus doze discípulos, deu-lhes Jesus autoridade sobre espíritos imundos para os expelir" (Mt 10.1). "Para que (Jesus), por sua morte, destruísse aquele que tem o poder da morte, a saber o diabo" (Hb2.14).
Agora perguntamos: O que diz o capitulo 20 sobre o "amarrar a Satanás." Novamente, todas as profecias tem isto em comum: A vitória do Messias sobre Satanás, a proteção e a expansão do reino de Deus. Será que esse trecho de Apocalipse, do acorrentar a Satanás, diz algo mais do que as profecias e os evangelhos? Não! Ao longo dos dois mil anos a igreja de Jesus Cristo agradece a Deus pela libertação do poder de Satanás, pela paz, e por Deus nos receber no reino de seu Filho.
Vamos resumir. Quando Satanás foi amarrado? A Escritura responde, por ocasião da vinda de Jesus na carne, por seu ministério aqui na terra, por sua morte e ressurreição, Jesus amarrou a Satanás (Mc 3.27; Jo 12.31-33; 1 Jo 3.8). O versículo três mostra em que sentido Satanás foi amarrado: "Para que não mais enganasse as nações." Satanás continua lutando, "como leão que ruge" (1 Pe 5.8), mas ele não tem poder para impedir que o evangelho libertador seja pregado a todas as nações (Mt 24.14, como no tempo antes de Cristo (At 14.16; 17.30). Cristo edificará sua igreja e as portas do inferno não prevalecerão contra ela (Mt 16.18). Satanás está limitado por mil anos, isto é, até que se complete o tempo da graça, que Deus determinou para sua igreja levar o evangelho a todas as nações.
Por mil anos
O que significam as palavras: "Por mil anos?" Deus Espírito Santo não nos deu a explicação. Devemos interpretar os mil anos literalmente? Ora, o quadro que João viu é uma visão. O Novo Testamento não nos fala de um tempo de paz material para a igreja aqui na terra. Pelo contrário, diz que "por muitas tribulações nos importa entrar no reino de Deus" (At 14.22). E que Cristo, quando voltar, voltara em glória para julgar vivos e mortos (Mt 28.20; 1 Co 15.57,58). Portanto, precisamos interpretar o número simbolicamente. O número mil simboliza um longo tempo, um tempo completo, com limites traçados. (10x10x100 = 1000. Tempo completo). Este é o significado. O profeta Isaias e também Jesus chamam o tempo da graça do Novo Testamento de "o ano aceitável do Senhor" (Lc 4.19). O Novo Testamento chama o "tempo da graça," de "o tempo de paz" (Jo 14.19), "o tempo da restauração" (At 3.21), após o que vira o juízo final. Isto nos leva a concluir que os mil anos não são outra coisa do que o tempo da graça do Novo Testamento.
A primeira ressurreição
Os versículos 4-6 descrevem a primeira ressurreição. O versículo 4 diz que as almas dos mártires fiéis e de todos "quantos não adoraram a besta, viveram e reinaram com Cristo durante mil anos." E no verso 5 e 6 lemos que esta é a primeira ressurreição. E, sobre aqueles que têm parte na primeira ressurreição, a segunda morte não tem poder. Esses versículos afirmam que há duas mortes e duas ressurreições. Os versículos 13 e 14 mostram que a primeira morte é a morte do corpo e a segunda morte é a morte eterna. Mas. o que vem a ser a primeira e a segunda ressurreição? 0 versículo 6 mostra que a primeira ressurreição liberta as pessoas da segunda morte. Isto indica que a "primeira ressurreição é o dom da vida eterna, o oposto da "segunda morte." Quem tem parte na primeira ressurreição, torna-se um sacerdote de Deus (v.6) e tem seu nome inscrito no livro da vida (v.15). Ter parte na primeira ressurreição é ter ressuscitado para uma vida nova. Isto é, recebeu vida nova, o renascimento pela fé em Cristo que o Espírito Santo opera pela palavra de Deus e o batismo. (Jo 3.3-5,36; 5.24-25). A segunda ressurreição é a ressurreição do corpo no último dia (v.11-15). Nesta ressurreição todos participam, também os espiritualmente mortos.
Somente os fiéis em Cristo (incluindo os mártires fieis) tem parte na primeira ressurreição; na segunda ressurreição todos, fiéis e infiéis terão parte.
Satanás será solto (v.7-10)
Quando, porém, se completarem os mil anos, Satanás será solto da sua prisão, e sairá a seduzir as nações que há nos quatro cantos da terra. Gogue e Magogue, a fim de reuni-los para a peleja."
Muitos imaginam aqui que a igreja cristã se reunirá num determinado lugar. Para uns, este lugar será a cidade de Jerusalém e lá acontecerá a grande batalha. Buscam para tanto auxilio na profecia de Ezequiel (39.4). São vãs imaginações. O acampamento dos santos não é outra coisa do que a santa igreja cristã, a comunhão dos santos aqui na terra. Em todo o lugar onde o evangelho está sendo pregado e os sacramentos administrados conforme a ordem de Cristo, ali está o acampamento dos santos. Ali está a cidade querida. Ali o Deus triúno habita no meio dos seus. Jesus disse: "Se alguém me ama, guardará a minha palavra, e meu Pai o amará, e viremos a ele e faremos nele morada"( Jo 14.23).
Precisamos acrescentar ainda que todo o grupo de cristãos, não importa onde se encontram, na medida em que se apegam à palavra de Deus e confessam sua fé, forma o monte de Israel. E onde quer que se confesse a palavra de Deus, ali Satanás é derrotado.
Mas no final do milênio, do tempo da graça, no final dos tempos, pouco antes do juízo final, Satanás será solto. Será solto para seduzir as nações. Ele terá grande êxito. Grandes multidões deixarão seduzir-se e o seguirão.
A cristandade, enjoada do evangelho, será leviana em relação à palavra de Deus. Satanás enviará multidões de falsos profetas. O saber se multiplicará, afirmou o profeta Daniel (Dn 12.4). As tentações serão muitas. Muitos terão forma de piedade, mas negarão o poder da fé. Haverá grande apostasia (Mt 24.22-28; 2 Ts 3.1-9). Como a igreja cristã está espalhada por todo o mundo, também Satanás tem seus servos em toda a parte.
Ele reúne os inimigos. Isto é figurativo. Ele os reúne não num determinado lugar, mas para um determinado proposito, para combater os cristãos. Reúne-os sob dois nomes: Gogue e Magogue. Quem são eles, ou o que significam estes nomes? Não sabemos. Gogue era chefe de Mesaque e Tubal (Ex 38), na terra de Magogue. Magogue era o filho de Jefté (Gn 10.2). Parece que Gogue e Magogue representam pessoas e povos que tem o nome de cristãos, mas não o são. Eles lideram os inimigos de Cristo na luta contra a igreja. A história mostra que os maiores e mais ferrenhos inimigos de Cristo sempre surgiram de cristãos decaídos. E por conhecerem as Escrituras, sabem enganar e confundir. usando para tanto a própria palavra de Deus. Também não devemos imaginar este grande exército como um exército unido no meio do qual reina a paz. Não! Satanás reúne os mais diferentes inimigos de Cristo. Inimigos que se odeiam e divergem entre si. Mas num proposito eles estão unidos: Na luta contra Cristo. Assim encontramos ali o anticristo e os falsos profetas. Aqueles que têm a Bíblia na mão, mas a interpretam erradamente e visam destruir a igreja cristão com a Bíblia na mão. Aqueles que lutam por vida santificada e confiam em obras e aqueles que vivem a nova moral. Ensinos bíblicos e filosofias, lado a lado. Satanás domina alguns com crassos pecados e diante de outros se transforma em anjo de luz e ministro da justiça. Farão grande sinais e prodígios (Mt 24.24; 2 Co 11.14,15; 2 Tm 3.1-9).
Caiu fogo do céu
"Desceu, porém, fogo do céu e os consumiu" (v.9). Satanás reúne os diferentes inimigos para uma ofensiva decisiva e final contra a igreja cristã, a fim de varrê-la da terra. Será que Satanás tentará fazê-lo como no tempo dos Césares, por uma grande perseguição aos cristãos? Pode ser que aqui e acolá o faça. Provavelmente não o fará em âmbito mundial. Esta experiência não deu certo. Parece que Satanás continuará a usar sua arma predileta: Seduzir e enganar. É o que vemos em nossos dias. Para isso vale-se especialmente dos meios de comunicação. O profeta Daniel já profetizou: "Nos últimos dias o saber se multiplicara" (Dn 12.4). Os homens rejeitam a revelação divina e buscam a plena liberdade para pensar, experimentar e inventar. Julgam que o saber trará a solução para todos os problemas da humanidade. Freud e outros julgaram que a maioria dos males da humanidade se deve ás restrições e padrões de moral impostos pelas religiões, em especial a igreja cristã, e que o libertar-se dessas amarras trará a felicidade. Assim surgiu a educação emancipada e a nova moral, o avanço desenfreado para pecados cada vez mais horrendos na busca do prazer. Afirmam: "Você tem o direito de ser feliz!" cada qual a seu modo. Os resultados estão ai. O caos e a corrupção em quase todas as áreas. Essa é a luta que Satanás trava nesse tempo final, levando à apostasia. E quando Satanás conseguir reunir os inimigos, convocando os para a batalha final, chegará o fim. Vira fogo do céu. Jesus vira em grande majestade e glória para o juízo final. Satanás nem conseguiu dar, por assim dizer, o primeiro tiro nesta batalha final.
Portanto, não precisamos esperar grandes modificações na história da humanidade. Os acontecimentos já são suficientemente claros. Cabe-nos vigiar e orar (Mc 13.35-37).
Conforto deste capitulo
Que conforto especial o capitulo vinte oferece aos fiéis? O apóstolo João escreveu este livro pelo ano de 95 AD, durante o reinado do imperador Domiciano. Naquele tempo, as igrejas da Ásia Menor sofreram árduas perseguições e falsos profetas devastavam as comunidades (2.2). Alguns judeus das sinagogas também perseguiam os cristãos (2.9; 3.9). Muitos foram martirizados por causa de sua fé (2.13; 6.9; 20.4). Muitos fiéis se perguntavam desesperadamente: O que será da igreja? Pereceremos? Parece que as portas do inferno estão prevalecendo.
Para eles e para nós, João escreve este capitulo confortador. Cristo, o Cordeiro de Deus, que foi morto em nosso favor, é o Senhor vitorioso sobre Satanás. Satanás está amarrado, limitado e não prevalecera, nem poderá impedir a pregação e expansão do evangelho. Contrário à razão e a experiência, os cristãos, mesmo perseguidos, se multiplicam mais e mais e herdarão a vida eterna. Mesmo o martírio não pôde roubar aos fiéis a vida eterna. Mas, antes do juízo final, por um pequeno período, Satanás será solto. Ele tentara reunir todos os inimigos de Cristo para lançá-los contra a igreja. Antes, porém, de conseguir dar, por assim dizer, o primeiro tiro, na intenção de exterminar a igreja cristã, Cristo vira em glória para julgar vivos e mortos.
Que mensagem confortadora para a igreja militante de nossos dias. "Os céus nos são deixados".
A condenação de Satanás
"O diabo, o sedutor deles, foi lançado dentro do lago de fogo pelos séculos dos séculos" (v.10). O juízo deles foi descrito no capítulo 19. Aqui vemos a execução da sentença.
Fim do mundo - Juízo final
No versículo 10, o apóstolo nos relatou sobre o fim dos inimigos de Cristo. E passa, agora, a descrever o juízo final. Nesta descrição o apóstolo não segue uma ordem cronológica. O quadro do juízo final deve ter sido algo muito impressionante.
João vê um trono que desce do céu. Trono é símbolo de poder e juízo. Diante da presença do trono - não é necessário descrever quem está no trono - terra e céu fogem. Eles foram contaminados pelo pecado e aguardam a redenção (Rm 8.20-22). A aparência do mundo passa (1 Co 7.31).
"Vi os mortos, escreve João, grandes e pequenos." Ninguém escapara. Todos terão de comparecer diante do tribunal de Cristo.
Livros são abertos e também o livro da vida. Também isto é simbólico. O livro da vida é a própria mão de Jesus. Ali estão os nomes dos salvos, dos filhos de Deus. - Nas palmas das minhas mãos te gravei" (Is 49.16). Eles comparecem diante do trono, mas não entram em juízo. Seus pecados foram perdoados. Suas obras resplandecem límpidas. Eles estão vestidos com o manto branco da justiça de Cristo (Is 60.10). Eles ouvirão de Jesus as palavras: "Vinde, benditos de meu Pai! entrai na posse do reino que vos está preparado desde a fundação do mundo" (Mt 25.34).
Após a visão do julgamento, o apóstolo descreve alguns detalhes. João descreve o julgamento dos mortos, grandes e pequenos. Ninguém escapará. "Deu o mar os mortos que nele estavam. A morte e o além entregaram os mortos que neles estavam" (v.13). O mar é mencionado por ter sido para os orientais o grande desconhecido. Muitos morreram no mar. A morte aniquilou a muitos, não deixando nem vestígios. Agora a morte e o além (o inferno) terão que devolver todos os mortos e não faltará ninguém.
"Então, a morte e o inferno serão lançados para dentro do lago de fogo. Esta é a segunda morte, o lago de fogo. Muitos sonham em vão com a total extinção dos ímpios e do inferno. Isto não acontecera. A morte, que ganhou o poder pela lei, e o inferno, onde sofriam as almas dos ímpios, serão lançados no lago de fogo, que é o inferno eterno. A morte é o último inimigo a ser vencido (1 Co 15.26). A morte agia na terra devido ao pecado. Agora é lançado no lago de fogo, chamada de segunda morte, porque é eterna. Não pode mais agir fora do lago de fogo, onde há sofrimento eterno. Quão absurdos são os objetivos materiais diante desse quadro. Não deveríamos todos jubilar na vitória de Cristo (1 Co 15.54) e proclamá-la? Que Deus nos conceda forças para tanto.
     Portanto, não nos deixemos enganar por falsas promessas. A Escritura só conhece uma volta gloriosa de Cristo por ocasião do juízo final. A Escritura só conhece uma ressurreição do corpo, por ocasião do juízo final. E, até lá, a Igreja Cristã é um reino de paz nos corações e de cruz nas costas. 

Gráfico sobre a História da Humanidade
                                                                                            


   Apocalipse – O Agora e o Porvir. Lição – 10

Novo céu e nova terra, capítulos 21 e 22

     Chegamos ao fim do tempo da graça. A peregrinação da Igreja Cristã nesta terra chega ao fim. Jesus conduz sua noiva, a igreja, triunfalmente para o lar celestial, a verdadeira terra prometida. Todos os sonhos de um milênio de felicidade aqui na terra, s]ão vãs imaginações. São sonhos judaicos de antigamente. A terra que, devido ao pecado, está sob a maldição de Deus ruma para o juízo final.   
     Os capítulos 21 e 22 dirigem nossos olhos para o além do tempo, para a eternidade e mostram a Igreja Cristã em sua glória celestial.
Esta terra prometida e esta glória, os profetas, Jesus e os apóstolos anunciaram amplamente (Is 65.17; 66.22; Mt 25.34; 2 Pe 3.12; Tt 2.13). Jesus chamou este momento de "regeneração!" (Mt 19.28). Deus revelou esta glória futura por visões, procurando mostrar um pouco da glória celestial que aguarda os fiéis. Nossa mente corrompida pelo pecado, tem dificuldade em captar e imaginar esta felicidade. Ao contemplarmos esta glória, nossa alma enche-se de saudade do céu. "Eia, estivesse eu lá." Esta luz celestial nos concede forças para continuarmos nossa jornada e suportar com paciência as tribulações, certos de que, como todas as profecias, também está se cumprirá.
A primeira terra passou (v.1)
O apóstolo João vê “novo céu e nova terra". Seu coração deve ter pulsado de alegria. É a nova morada que Deus preparou para os seus. Ali "habita justiça" (2 Pe 2.13).
Com palavras simples o apóstolo diz: "  primeiro céu e a primeira terra passaram, e o mar já não existe" (v.1). A primeira terra com sua história, seus povos, suas construções  passaram. A primeira terra, que devido ao pecado estava sob a maldição divina (Gn 1.17), "maldição" que civilização após civilização, com sempre novas esperanças, tentaram em vão consertar e melhorar, este mundo passou. Passou o sol, a lua, as estrelas. Não existem mais (Ap 21.23; 22.5; Sl 72.7; 102.27; Jó 14.12). Eles estavam manchados pelo pecado, estavam sob a maldição de Deus, tinham que perecer. Os fiéis não a lembrarão mais (Is 66.17).
Ataviada e Adornada (v.2)
Mas a Igreja não passou. Ela foi adornada e ataviada. Ela foi purificada pelo sangue de Cristo e enfeitada pelo manto branco de Cristo (Is 61.10). Ela é chamada de "A Nova Jerusalém" (Hb 12.22). Agora ressuscitada e unida, tanto os que já estavam no céu como os que foram transformados, encontram-se como uma família e vão ao encontro do seu noivo, Cristo, que a recebe.
     O apóstolo João, ao contemplar esse quadro, ouve uma grande voz que lhe disse: Eis o tabernáculo de Deus ..." (v.3). A voz descreve o bem-aventurado estado em que habitarão os eleitos de Deus. Deus habitará no meio deles. Habitação da qual o tabernáculo do Antigo Testamento era uma pequena sombra (Êx 13.11-12). Agora Deus habita no meio dos fieis em toda sua plenitude e eles se alegram plenamente em Deus. Ele fez tudo novo. Tudo está feito" (v.6). O que a palavra de Deus afirma é absolutamente certo. Ao lermos isso temos um desejo imenso de provar esta vida. Nós a temos agora, em fé. Em breve beberemos da fonte da vida para vivermos eternamente. Mas ainda estamos na igreja militante. A água da vida está reservada aos vencedores. Os vencedores são aqueles que permaneceram fiéis na fé até o fim, servindo a Deus.
Mas, os que não mantiveram a fé, os que voltaram a amar o mundo, os que rejeitaram a palavra de Deus e permaneceram escravos de Satanás, não terão parte na herança dos santos. Serão condenados a sofrimentos eternos.
A Esposa do Cordeiro (v.9)
Então veio um dos anjos que tem as sete taças cheias dos últimos flagelos (17.1), e falou comigo, dizendo: Vem, mostrar-te-ei a noiva, a esposa do Cordeiro ... (v.9). E o anjo lhe mostrou a nova Jerusalém. Sabemos quem é, a santa Igreja Cristã. Mostrou a festa de casamento, mostrou também a nova e eterna morada da Igreja Cristã. Visão semelhante foi dada ao profeta Ezequiel (Ez 40.2). O apóstolo vê em primeiro lugar a grande glória que envolve a cidade (v.11). Vê depois (v.12-13) a cidade. Tudo aqui é simbólico. Doze portas, diante das quais haviam anjos. São os apóstolo que foram ao mundo pregar o evangelho e convidar as nações, dizendo: Vinde que tudo está preparado (Lc 14.17). E nas portas estão inscritos os nomes das doze tribos de Israel. Porque todos os que por ali entraram têm a mesma fé de Abraão, também os gentios que por ela entram. Eles formam o único Israel de Deus, a santa Igreja Cristã. A muralha da cidade tinha doze fundamentos. A igreja está edificada sobre a doutrina dos apóstolo e profetas, da qual Cristo é a pedra angular (Ef 2.20; Hb 11.10).
O anjo mostra as medidas ao apóstolo João. As medidas querem mostrar que a cidade está completa. Não falta um centímetro. Não falta ninguém. O número dos eleitos está completo. As pedras preciosas, o ouro a prata e a pedra de jaspe, mostram que tudo nela é precioso. Não há templo no meio dela. Não há mais necessidade dos meios da graça, da palavra e dos sacramentos. Deus está pessoalmente ali e todos o veem e têm comunhão com ele. Não há sol. Eles não precisam mais da fonte de energia e de vida. A vida é espiritual. "Nela nunca mais penetrará cousa alguma contaminada." Tudo é perfeito. Não estão mais sujeitos às tentações e quedas. O mal foi definitivamente banido.
Em face dessa gloriosa visão notamos como são fúteis as coisas materiais, tanto as dores como as alegrias. Saudade imensa invade nossa alma. Oh! estivesse eu lã.
O Rio de Água viva (cap. 22)
O capitulo 22 é continuação do capítulo anterior. Continua a descrição da plenitude da Igreja Cristã, livre de todos os males e adornada com a glória celestial.
  O anjo mostrou ao apóstolo João "o rio de água da vida." Isso lembra os rios do paraíso perdido (Gn 2.10). Simboliza aqui o Espirito Santo que emana do Pai e do Filho, que enche de continua alegria os fiéis. Nós já a experimentamos aqui, pelos meios da graça (Jo 35; Jo 4.14; 7.38). Nos sacramentos temos uma amostra dessa paz. Lá no céu, porém, a teremos em toda sua plenitude. Aqui temos as primícias, lá a teremos em abundância, aqui em fé, lá no ver. "E água cristalina." Nada mais a poderá perturbar ou turvar. Lá teremos plena paz, plena alegria, plena felicidade.

A Árvore da Vida (v.2)
"No meio da praça está a árvore da vida." Pelo evangelho recebemos esta vida. Mas na eternidade a teremos em abundância. Lá seremos nutridos espiritualmente, pela árvore da vida, com sempre novos dons e sabores. Seremos saciados. E o amor de Cristo que nos nutre e sacia com renovadas alegrias.
Nunca mais haverá qualquer maldição (v.3). Os malditos foram separados e lançados no inferno. Os santos foram totalmente purificados e não há nada condenável neles. Está cumprida a profecia do apóstolo João: Amados, agora, somos filhos de Deus, e ainda não se manifestou o que havemos de ser. Sabemos que quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele, por que havemos de como ele é (1 Jo 3.2). Assim como os santos anjos veem incessantemente a face de Deus (Mt 18.10), a veremos também. Então já não haverá mais noite (v.5). Nada de escuridão ou sombra de pecado, de tristeza e de morte. Raiou o dia da clara justiça de Deus, da bem-­aventurança, da vida em abundância. A glória de Cristo ilumina e perpassa tudo. E, lembramos esta verdade, que o salmista exclama: A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo: quando irei e me verei perante a face de Deus? (SI 42.2). O amor de Deus envolve tudo eternamente (1 Co 13.13).
PALAVRAS FTNAIS (V.6-21)
Aqui temos as palavras finais do livro. Não são simples palavras finais do livro de Apocalipse. São palavras finais de todo o livro da Bíblia. Aqui fala em parte o anjo e em parte o próprio Salvador.
Estas palavras são fiéis e verdadeiras (v.6). Estas palavras, a saber, de todo o livro da Bíblia são fiéis e verdadeiras. Bem-aventurados os que ouvem a palavra de Deus e a guardam (Lc 11.28).
O apóstolo João se prostrou e queria adorar o anjo. Mas este o impediu de fazê-lo e lhe disse: Eu sou conservo teu. dos teus irmãos, dos profetas, e dos que guardam as palavras deste livro. Adora a Deus  (v.9).
Por todo o Novo Testamento passam as palavras: Venho sem demora. 0 tempo está próximo (v.I0). Aqui na terra a Igreja Cristã é invisível a nossos olhos. Oculta sob muitas fraquezas, em meio a seitas e falsas doutrinas. Mas, em breve Jesus virá para julgar vivos e os mortos, e separar o joio do trigo. E, bem-aventurados os que fizeram de sua palavra lâmpada para os seus pés (S1 119.105). e creram em Jesus Cristo (1 Jo 3.23; Jo 3.16).
E o Espirito Santo, que nos converteu e nos mantém na fé, nos certifica da adoção de filhos e nos ensina a orar. Vem! (v.17). Este Espirito é o que gera em nós profunda saudade pelo reino celestial. Não temos aqui morada permanente, nem nossa pátria. E mesmo os melhores dias aqui não podem ser comparados com a glória por vir a ser revelada nos filhos de Deus. Por isso temos sempre saudades do lar celestial.
As Palavras Deste Livro
Desde o início, Deus advertiu seus fiéis a não se desviarem de suas palavras. Não existe tentação maior e perigo maior do que este de alguém se desviar cia palavra de Deus. Por isso, o que Deus enfatizou em toda sua palavra é tão enfaticamente repetido no final da Bíblia. Ai daquele que lhe fizer acréscimo ou dela diminuir alguma coisa. Temos aqui um insistente convite à fidelidade à sua Palavra (Êx 3.5; Dt 4.2; Pv 30.6; M1 4.4).
Muitos infelizmente acrescentam à palavra suas próprias revelações, sonhos e opiniões. Outros riscam da Bíblia o que não lhes agrada. Ainda outros a interpretam com sua própria razão e não permitem que a palavra interprete a Palavra, ou melhor, que Deus realmente lhes fale. Esses terão sua paga. Mas bem-aventurados os que se apegam à Palavra e dela não se desviam nem para a direita, nem para a esquerda (Js 1.7), e deixam a Escritura interpretar a Escritura.
VENHO SEM DEMORA
Certamente venho sem demora. Esta afirmação perpassa todo o Novo Testamento. Conclama os cristãos a estarem sempre prontos para receber a Jesus. Enquanto Deus os deixar aqui no mundo, enquanto o tempo da graça perdurar, consolados e fortalecidos pela Palavra, certos da presença de Cristo, cumprem fervorosamente sua missão, proclamando ao mundo a graça do rei Jesus. Até a que ele venha. Amém. Vem, Senhor Jesus. Amém.

                                            São Leopoldo, 09/11/2017
                                            Horst R. Kuchenbecker

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[1] A imagem divina consiste me bem-aventurado conhecimento de Deus e em perfídia justiça e santidade. – LUTERO, Martinho. Catecismo Menor, Editora Concórdia, Porto Alegre, RS, pág. 88, 2016.
[2] Idem: O pecado original é o pecado que herdamos de Adão. Isto é a completa corrupção de toda a natureza humana, privada da justiça original, inclinada para todo o mal, sujeita à condenação, perg.100.
[3] Alguns interpretes falam aqui de uma ressurreição da carne “durante os mil anos”. Isto porque interpretam erradamente os mil anos. Em segundo lugar, porque desconsideram o que o apóstolo Paulo afirma: “Tendo sido sepultados juntamente com ele no batismo, no qual igualmente, fostes ressuscitados mediante a fé no poder de Deus eu o ressuscitou dentre os mortos. E a voz outros, que estáveis mortos pelas vossas transgressões, e pela incircuncisão da vossa carne, vos deu vida juntamente com ele, perdoando todos os ossos pelitos (Colossenses 2.12,13). O apóstolo Paulo fala aqui da morte espiritual e da ressurreição espiritual, considerada a primeira ressurreição.  

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